A Noite Secreta de E-Ming e RuoYe [HOB]

Chapter I O Início da noite

A noite secreta de E-Ming e RuoYe Chatper I

Num dia extremamente raro, em que festividades aconteciam distante da pacata Aldeia Puji, o santuário estava aparentemente vazio e fechado.

Aparentemente.

Num gancho na parede, onde antes costumava ficar o chapéu de palha, RuoYe estava pendurada e entediada, enquanto E-Ming, a cimitarra de Hua Cheng, estava recostada num canto, como que posta de castigo de cara contra a parede.

O dia era raro porque a bandagem branca RuoYe e E-Ming dificilmente se separavam de seus mestres.

Mas, aquele também não era um dia comum.

Não havia batalhas a serem travadas, nem inimigos a serem combatidos. Era um dia festivo em que Xie Lian e Hua Cheng haviam tirado para passarem juntos, como um casal.

RuoYe ondulou com sua ponta e deu uma olhada em E-Ming.

A cimitarra estava quieta e suspirante, parecia um pouco chateada.

Embora as duas fossem armas sagradas e amaldiçoadas com almas, não costumavam conversar... As duas guardavam certa rivalidade, sempre competindo para ver quem era mais competente, ou mesmo competindo por atenção.

Entretanto, RuoYe estava disposta a dar uma trégua. Ela ainda estava mirando em E-Ming, quando não resistiu em chama-la.

"E-Ming! Eu sei que você pode me escutar... Então, não me ignore."

A cimitarra não se moveu, apenas seu olho vermelho fez menção de lançar um sutil interesse de soslaio.

"O que você quer?... Sua voz é irritante, RuoYe."

"É a única voz que você tem para escutar nesse momento. Então, dê valor a ela... Afinal, E-Ming... Você não está entediada como eu?"

"Estou me sentindo só." - E-Ming suspirou fracamente e um pouco mal humorada.

"Mas, eu estou aqui. Não sirvo como companhia?"

"Francamente... Você não serve para muita coisa." - E-Ming desdenhou.

A ponta de RuoYe desabou por um momento em desânimo. Por que E-Ming era tão má com ela?

A cimitarra era tão forte, se quisesse podia partir RuoYe em pedacinhos (e esse pensamento enchia RuoYe de arrepios, por sinal). Contudo, retomando um novo fôlego, RuoYe tornou a se erguer.

"E-Ming... Não quero ficar aqui dentro. Vamos fazer algo... Algo louco. Ninguém vai saber."

O olho da cimitarra se revirou com inevitável interesse, curiosa, com certa reserva.

"Algo louco... Soa bem. O que seria?"

"Vamos nos transformar... Tomar forma humana por um dia, somente por um dia. Vamos olhar como é... Fora do Santuário."

O olho vermelho da Cimitarra ficou ainda mais inquieto! Aquela sugestão era mais do que louca.

"Espera, RuoYe... Você realmente consegue fazer algo assim?"

"Eu sempre quis experimentar, saber como é... Você não?"

"Mas... Eu não seria punida depois?..."

"Bem... Meu mestre parece gostar de você..." - RuoYe quase não conseguiu dizer, detestava quando Xie Lian tratava E-Ming como um cãozinho fofo. - "Ele não deixaria você ser punido, eu também não deixaria."

E-Ming teve vontade de rir. O que? RuoYe devia estar se sentindo muito sozinha realmente para dizer algo assim!

"Supondo que eu aceite... Como vai ser?"