A Noite Secreta de E-Ming e RuoYe [HOB]

Extra 1: A noite de Fang Xin no Distrito Vermelho

🌻Nota da autora: Esse extra é sobre Fang Xin, a espada de Jun Wu (que por algum bom tempo também pertenceu a Xie Lian), a outra espada humanizada que aparece nesse extra, está na minha fanfic "Jun Wu A Terceira Face do Príncipe", ela pertence ao Consorte do Jun Wu no enredo.
Resolvi postar esse extra aqui para quem não acompanha a outra fanfic, ou só leu este one Shot em três partes. Porque num futuro extra, E-Ming e RuoYe devem reencontrar Fang Xin... Na forma humana!

Desde já, desejo uma ótima leitura. Este extra terá mais uma parte que já está sendo escrita e também será postada aqui e como o centésimo capítulo da outra fanfic.

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                                     Dois estranhos conhecidos colidem como duas estrelas solitárias

              
                     A madrugada em Zhen Yan não era apenas quietude.

             Havia aqueles que trocavam o dia pela noite, entre o limiar do vilarejo e o caminho que levava à descida sinuosa da montanha, havia o que chamavam caminho da luz vermelha, um largo à margem do trilha com bares de pequeno porte e prostíbulos.

          Estabelecimentos que apenas funcionavam as altas horas, procurado por forasteiros e cultivadores da região em busca de uma diversão insólita.

        Durante o dia, aquela beira de estrada em declive parecia um pequeno distrito fantasma.

        Mortalmente quieto, com todas as suas vivas almas adormecidas.

        No entanto, o caminho da luz vermelha não era a parte peculiar desse estranho enredo.

        Reza a lenda que as armas forjadas com alma, pertencentes a cultivadores e deuses, adquirem forma humana em segredo e saem sem o conhecimento de seus mestres para viverem suas próprias aventuras e incidentalmente... Algumas desventuras.
       

        Naquela madrugada, em que uma chuva que ninguém esperava havia desabado na região oeste, ele passou por aquela área ignorando os prostíbulos e indo direto a uma das locandas. Na verdade, sem se importar que tinha as vestes escuras molhadas, sentou-se num canto menos iluminado ao longo do balcão e pediu ao taberneiro uma dose de vinho de arroz.

        Não tinha grande ambição naquela noite, já tinha sido bom andar debaixo da chuva, ouvir os sons da madrugada sentindo o aroma de terra molhada e caminhar com as próprias pernas.

       O sabor do vinho era um pequeno prazer a mais.

        Estava imerso em seus pensamentos, alheio as conversas paralelas, quando ouviu uma voz que não pode ignorar.

— Fang Xin... Não tinha lugar melhor para ir?

     A voz era afrontosa, desdenhosa, estupidamente desafiadora. Se Fang Xin fosse uma raposa, suas orelhas estremeceriam em desgosto, mas ele não era. Então, depois de virar o resto da dose de uma só vez, virou-se sentado no tamborete de fronte ao balcão da locanda e encarou aquele rapaz trajando azul índigo, botas escuras... O cabelo preto dele também molhado de chuva, um pedaço de sombra em forma de franja caindo ligeiramente sobre um dos olhos verdes selvagens.

— E eu te conheço? — Fang Xin inquiriu sem emoção que se traduzisse na voz encorpada, neutra e com uma nítida segurança superior.

    O rapaz se aproximou, não ocupou um tamborete ao lado de Fang Xin, mas ficou ali de pé e apoiou o cotovelo no balcão.