Starlight ☆ | HOB [Modern Au]

Track 13

Estes lugares e silêncios que pertencem apenas a nós dois

Era a primeira vez que realmente se afastava da pousada para caminhar pelos lugarejos de Zhejiang.

No dia anterior tinha ido ao Haras, mas este não passava de uma caminhada de dez minutos, a Pousada Yulong e o Haras Zhen Yan eram quase vizinhos.

Após transpor o caminho por algumas moradias à beira da estrada de terra, Huan Shui e Jun Wu foram por uma trilha que passava por sítios e propriedades particular. Contudo, a paisagem rapidamente ganhou um aspecto mais pitoresco circundado por uma vegetação exuberante, pássaros brincando entre os galhos por onde era filtrada entre o verde a luz do dia num jogo sutil de sombra e luz.

Durante o caminho, os dois quase não se pronunciaram.

Primeiro, por mais que já tivesse viajado, Jun Wu tinha para si que cada paisagem tinha seu elemento único e cada momento nunca mais retornaria após ser vivido.

Por isso, ele costumava tentar gravar os detalhes do lugar em sua mente.

Normalmente, quando estava vivendo na roda viva que era seu trabalho, dificilmente Jun Wu se separava de seu Iphone, mas naquele lugar, ele estava fazendo o possível para ficar apartado dele... Tinha deixado de propósito no quarto da pousada, a única coisa que tinha consigo era o violão dentro do case e por hábito, a sua carteira no bolso traseiro com seus documentos.

Assim que passaram por uma porteira que fazia parte de terras cercadas por uma cerca de arame coberta de hera, é que Jun Wu saiu de seu estado meditativo de apreciação e fitou Huan Shui, quebrando a ausência de palavras entre os dois.

— Que lugar é esse?

— Não se preocupe. Não estamos invadindo... Essas terras são do meu pai, tem alguns pomares, um córrego que corta a região e algo que eu acho que talvez você vá gostar.

Jun Wu sorriu, ajeitando a alça do case do violão em seu ombro.

— Por que acha que eu vou gostar?

— Considere como uma das minhas impressões positivas sobre você. — Huan Shui disse após entreabrir a porteira. — Vem... Prometo que não vamos andar muito mais do que isso.

Huan Shui também devolveu um sorriso provocador, porque mais uma vez estava fazendo alusão as botas inadequadas que Jun Wu calçava.

Mas, a única resposta à provocação, foi Jun Wu lhe oferecer um olhar mais enfático, com aquele sorriso de lado, do tipo: “Vou devolver essa provocação quando menos esperar.”

Nessa área havia ainda mais pássaros, tantas árvores que Jun Wu foi invadido pela cena de seu sonho perturbador, em que o seu “Eu” do sonho corria por infinitas árvores até chegar ao outro lado onde havia aquele templo de mármore branco.

E tal como naquele cenário, ouvia-se o som de água corrente, mas Jun Wu respirou fundo sentindo um aroma suave e floral, tendo seu coração batendo mais rápido enquanto dizia para si mesmo que Huan Shui estava ao seu lado, ou caminhando um pouco à frente.

— Não tem nenhum templo nessas redondezas... Tem?

A pergunta veio tão aletória que Huan Shui parou de caminhar e olhou para trás para fitar Jun Wu.

— Não... Claro que não. Por que?... Mas, há um templo budista na aldeia, se quiser visitar.

— Ah, não... Não é necessário. Eu só estava pensando no pesadelo que eu tive, não dê importância.

— Quer conversar sobre o pesadelo? — Huan Sui perguntou enquanto subia um elevação pela trilha, um trecho úmido e algo escorregadio.

— Acho que não... Não quando você está me mostrando um lugar tão bonito. Além disso, Huan Shui faz perguntas sobre mim, mas nunca fala de si mesmo.