Miss Cheng

preparations

  — TENTANDO RELAXAR e tomando Champanhe, Adrien esperou impaciente por Marinette.

  A espertinha da mestiça tinha notado sua tensão. Não pretendia que ela sacasse sua jogada até que estivessem em Sicília; correr o risco de uma recusa era algo que ele não podia. Apesar de Marinette ter se provado confiável, suspeitava que ela fosse mais teimosa do que inicialmente imaginava, e não queria que ela jogasse sua determinação contra ele.

  Mal humorado, ele tomou um gole de champagne e contemplou a ruas chuvosas de Paris. Em menos de vinte horas estaria na Sicília, enfrentando Gabriel Agreste. Ele o reconheceria? Fazia tanto tempo. Conseguiria esconder o brilho de rancor nos olhos frios? Se não, seu plano cairia por terra, mas ele alimentava a esperança de conseguir se conter. Já reprimia a emoção que ardia em seu peito por tempo demais.

— E então?— perguntou a Marinette. Faziam quase dez minutos que ela entrou no provador.— Já achou algo que goste?

— Já... Mas... Esse é meio...— falou hesitante e Adrien observou a pesada cortina aveludada.

— bem, saia. Deixe-me ver.

— Está bem.— ela soava assustada ao mesmo tempo que firme.— Eu vou colocar outro.

— Marinette!— Adrien tentou conter a impaciência.— Gostaria muito de ver o vestido.

Que mulher não gostaria de desfilar para Adrien Graham de Vanily usando uma peça de alta costura? Além disso, ele tinha que se certificar que ela estaria bem apresentável.

— Já estou mudando de roupa.— avisou.

Em um movimento fluído, Adrien se levantou do sofá atravessou a sala e abriu a pesada cortina. Ele não sabia quem corara mais— Marinette, chocada com a intromissão, ou ele, tomado pela excitação ao ver o corpo seminu de sua assistente.

Tapando os seios com o vestido de camadas creme esvoaçante abotoado até a cintura e virando-se de costas, o rosto de perfil parecia com uma princesa ultrajada.

— Senhor Graham de Vanily... Eu estou...— reclamou sentindo não só o rosto, como todo o corpo esquentar.

— Adrien.— lembrou-lhe, lançando um olhar férreo para a vendedora que assistia tudo em silêncio no canto. Ele não queria fofoca sobre a natureza esquisita da situação.

— Adrien— aquiesceu Marinette, apesar de constrangida, Adrien sentiu uma pequena dose de tesão. Sua secretária, em geral uma gata doméstica, as vezes parecia ser uma tigresa.— Por favor, saia, estou trocando de roupa.

— Eu queria ver o vestido, afinal de contas sou eu quem está pagando.— cruzou os braços, sentindo uma pontada de remorso por estar usando uma desculpa tão mesquinha. Entretanto ela não pareceu surpresa.

— Quanto custa?— perguntou á vendedora.

— Dez mil euros, Senhor Graham de Vanily.

— Dez mil...— Marinette pronunciou e rodopiou, o vestido quase escapando dos dedos. Adrien pode ver um pedaço do seio alvo, mediano e redondo. E então ela puxou o vestido até o queixo com o rosto rubro de humilhação.

— Cuidado, o tecido parece delicado.— Avisou ele.

— Tão delicado quanto o final de semana?— retrucou.

— Nunca imaginei que pudesse ser tão temperamental, Marinette.— comentou sorrindo.

— Nem eu que daria dez mil euros em um pedaço de pano.

Ele ergueu as sobrancelhas, genuinamente surpreso.

— As mulheres que eu conheço ficariam felizes em gastar meu dinheiro.