Friday13ᵗʰ: Terror em Crystal Lake │JIKOOK.

00|Prólogo: Sobreviver.

13 de agosto de 2004. 1:50 a.m.

CORRIA o mais rápido que conseguia, segurando o braço machucado. Seu coração pulsava tão fortemente que doía. A boca seca e arroxeada por conta do frio, os olhos lacrimejando. Ele estava com tanta dor, mas não podia parar, por mais que sua perna já estivesse pesada e ardendo pelo esforço que fazia há tempo.

Precisava encontrar um lugar que pudesse se esconder o mais rápido possível.

Forçando a visão olhou para os lados.

Vamos... qualquer coisa. ㅡ Pensou.

Porém, como todas as vezes apenas via árvores e mais árvores.

ㅡ Droga. ㅡ Murmurou, trêmulo.

Não iria conseguir, morreria como seus amigos. Não era para ele estar ali. Seus pulmões não aguentariam o dar oxigênio por mais tempo, precisava parar um pouco e repor o ar que lhe faltava. Mas ainda não podia, porque ele não estava muito longe, o caçando.

ㅡ Porra! ㅡ Xingou baixo, mordendo fortemente os lábios. Fechou os olhos com força ao cair por cima do braço machucado. Respirou fundo e de bruços na terra úmida, contou mentalmente até dez, tentando esquecer a dor. Ao fazer menção de se levantar, escutou o som de galhos se quebrando. Arfou assustado, olhando em alerta na direção do barulho.

Ele está aqui.

Não sabia o que fazer, o que pensar, seu corpo estava tomado pelo medo. Iria mesmo morrer?

Tek. Tek. Tek.

Ele vai me pegar. Faça alguma coisa. Reaja!

Apoiando os cotovelos na terra para se erguer, fez força. Entretanto, abaixou rapidamente ao vê-lo. Estava o procurando, olhando ao redor, parecendo muito furioso segurando fortemente o facão sujo de sangue. Sujo com o sangue de seus amigos. Isso o deixou bravo, só que o que podia fazer? Estava fraco demais e muito machucado.

O pouco ar que lhe restava acabou quando o viu encarar a direção em que estava. Seu corpo mais uma vez perdendo a ação dos movimentos ao perceber ele virar bem lentamente, ficando agora, parado de frente para si.

Oh-oh...

O assistindo levantar, devagar, o facão, notou o que iria acontecer. Fechando os olhos pensou: será rápido, não doerá.

Seu corpo dá um pequeno solavanco ao escutar o barulho forte do facão atravessando algo. Sem entender, abriu devagar os olhos, o vendo apertar os punhos e grunhir de raiva, enquanto procurava algo entre as árvores. Confuso, virou a cabeça um pouco para trás. Seus olhos se arregalaram de puro horror, o grito ficando preso nas cordas vocais, pois um pouco ao longe estava o objeto cravado em uma árvore e junto dela, o corpo de seu amigo caído no chão com a cabeça partida ao meio.

Virando novamente, apoiou a testa no chão, negando várias vezes com a cabeça, não conseguindo acreditar no que estava acontecendo.

Respirou fundo tentando controlar a respiração falha para então reunir coragem, não seria morto também. Aproveitando a distração do assassino, silenciosamente se arrastou para longe, de vez em quando olhando para atrás, garantido se não havia sido notado.

No entanto, por um mero descuido não percebeu que tinha chegado à beira de uma descida. Seu corpo rolou rapidamente pela terra gélida, adquirindo novos machucados.

Assustado, se levantou mancando, ao fazê-lo o enxergou lhe encarando. Estavam frente a frente; o assassino em pura fúria e a vítima amedrontada.

Vendo-o ir em direção a árvore que o facão estava cravado, seus pés reagiram automaticamente fazendo-o correr o mais rápido que podia. A adrenalina de seu corpo estava tão forte que o fez esquecer da dor terrível que sentia segundos atrás.

Corria desesperado em zigue-zague, pulando os troncos caídos encontrados pelo caminho ㅡ que o fazia tropeçar em alguns momentos ㅡ, e alternava a rota entre as árvores densas. Precisava despistá-lo urgentemente, mesmo estando perto.

Não sabia se seria capaz, mas queria sobreviver e iria fazer de tudo para conseguir.