Rumo Da Viagem.

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Um triste poeta
Coberto com sua triste coberta
A ferida continua aberta
Ele tem que ficar alerta
O tempo se vai
A sua auto estima cai
Sua vontade o trai
As águas passam
Suas palavras o matam
O que ele pode fazer
Para não desistir de viver?
O sol ilumina o mundo
Mas o interior do poeta continua obscuro
Ele pensa em tudo
Mas lá se vai seu escudo
Comeu do conhecimento o fruto
Entrou no eterno luto
Agora ele pensa
Que aqui de nada vale sua presença
Talvez a maldição lhe convença
De que acabou sua inocência
Enxergando o mundo em diversas formas
A maioria são monstruosas
Espiritual marca nas costas
Essência morta
Quem se importa?
Mas um ser que ninguém suporta
O poeta atravessou o espelho
Abraçou o coveiro
De que vale dinheiro?
Se no fundo estamos presos em cativeiro
A lua pintada de vermelho
Pressentimento de tempos derradeiros
A cura para sua doença
Pode se encontrar na desistência
Para que tanta luta?
Se toda a dor
O sofrimento lhe machuca
Vida vivida de forma estúpida
No fim toque a música
Que o levará embora
Porque para todo ser chega sua hora
Mas o poeta quer antecipar para agora
Sem glórias
Sem vitórias
O lado negro o devora
A luz vai embora
Por que o grande evento a vida prorroga?
Parece que algo gosta de ver ele sofrer
O vício da solidão vem a lhe acolher
Gotas de sangue irá chover
Lágrimas de sangue dos seus olhos irá descer
Já que ele não pode entender
O motivo de viver, de ser
O fim da linha vem conceber
O final perfeito para esse personagem
Que não é semelhança, não é imagem
É só mais um que perdeu o rumo da viagem....

RabiscosWhere stories live. Discover now