Ser Ascensionado.

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No distrito da minha mente
Eu sou o eloquente
Feito perfeitamente
Para salvar um demente
Consistente e resistente
Nunca hostil ou desistente
Sinta a corrente
De atenção somos carentes
Mas deuses com uma bala no pente
Desejo ardente
Matar o concorrente
Derrubar o assistente
Nada deixa mais contente
Do que a queda de uma parente
Tudo é aparentemente
Feito proporcionalmente
Para você se foder
Carro, fama e luxo
Só pra quem se vende é esdrúxulo
Para que carro e luxo?
Se tenho força no meu pulso
Trabalhar para alguém?
Trabalhar para não depender de ninguém
Quem é quem?
Parada que não convém
Porra de porém
Se for do bem
Vem
Se não for
Amém
Desestabilização patriarcal
O fudido e o chacal
Rumo ao inferno
Quem disse que o diabo veste terno
E que Jesus é eterno?
Tudo muda
O destino é uma puta
Vadia e suja
O tempo uma péssima aluna
Destrói cada lado, cada coluna
Sempre nas situações inoportunas
Se venda na urna
Tire férias em Ubatuba
Sua vida é nula
Da aula você cabulou
A duras penas enfrentou
Quem é o professor?
Nesse teatro de horror
Seja como for
Foda-se o ator
Fogo no autor
Vidas vazias, vidas incertas
Sempre em estado de alerta
Correndo atrás da meta
Um simples proleta
Quem é o profeta?
Que profetizou sua queda
Febre amarela
Você diz que não pega
Mas com um oitão na cabeça
Você gela
Terra perdida, terra destruída
Quem te elegeu analista?
Problemas na vista
Se perdendo na entrevista
Na trilha da vida
Em você se abre uma ferida
História triste
Ou história rica?
Direitista ou esquerdista?
Todos tem conta na Suíça
Vendido artista
Incompreendido fundamentalista
Tem uns que falam insista
A maioria quer que você desista
Todos loucos na pista
Perdi a noção
Situação esquisita
Começa a partida
Perdemos uma vida
E vem o arrombado racista
Se proclamar supremacista
E mais fogo no rabo
De um bando de otário
Meus antepassados
Muitos sofreram no calvário
Por ideais de seres sedentários
Se vocês são doentes
Saiam do armário
Vocês só pensam em vocês
Povo mercenário
Até quando tudo isso será arbitrário?
Temos o sistema binário
E a ilusão do proletário
Se distrai jogando baralho
Enquanto a vida vai pro caralho
Quanto mais eu vejo
Mais eu desejo
Que a segunda vinda de Cristo seja verdade
Para acabar com esse reino de maldade
Pregam bondade
Reis da falsidade
Na sua frente se fazem de bons
Nas costas te estraçalham
Pegaram mais um espantalho
Uns sabem o atalhos
Vida boa, vida de gado
Quem não percebe, que tá tudo errado?
Fodido, quebrado e com a cara no asfalto
Eterno presidiário dos desejos
Do saldo bancário
E nesse vai e vem literário
Se fode o cidadão por um salário
Estamos em um eterno mundo falho
Todos carregam suas cruzes
E ninguém vê a luz
E o mais sábio de todos
Era um ser ascensionado
E seu nome era Jesus.




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