Hold On, We're Going Home • SERGIO RAMOS

14 de Junho de 2021

Unbreak the broken
Unsay these spoken words
Find hope in the hopeless
Pull me out of the train wreck
Unburn the ashes
Unchain the reactions
I'm not ready to die, not yet

Train Wreck - James Arthur

Rosalie estava brava e mais do que isso, estava chateada.

Em seus 11 anos de relacionamento com Sérgio Ramos nunca se meteu em nenhuma negociação com o Real Madrid, ela era sua advogada e não sua empresária. Mas na negociação dessa temporada, mais do que tudo, queria soltar o verbo para cima do empresário do seu marido que nada mais era que seu cunhado, irmão mais velho de Sergio. René Garcia Ramos.

Martinez achava que René Ramos tinha metido os pés pelas mãos ao recusar a primeira proposta do Real Madrid e que aquela situação, que já tinha se transformado em um show para a mídia, não iria acabar bem. O plano sempre tinha sido Sergio se aposentar pelo time merengue, mas René e sua ganância estavam estragando tudo.

E Rosalie Martínez não estava nenhum pouco feliz com a situação em que sua família tinha sido colocada.

A advogada não imaginava sua vida longe da Espanha e Madrid. A empresa da sua família, seus amigos, seus filhos, sua casa, tudo estava ali. E ela não conseguia cogitar ver seu marido vestindo outra camisa que não fosse a do Real. A negociação de Ramos afetava vários aspectos da sua vida e dos seus quatro filhos. O mais novo ainda não tinha completado um ano.

- Precisamos conversar. - Sérgio avisou assim que sentou a mesa para jantar.

As crianças nem imaginavam o que estava acontecendo, com a exceção de Júnior, o primogênito, que ao longo dos seus oito anos já entendia muitas coisas que aconteciam ao seu redor. E quando viu a mãe respirar fundo assim que o pai se pronunciou pela primeira vez na noite, sabia que o clima entre eles estava ruim. Aquilo o deixava triste. Sergito era apaixonado pelos pais e não conseguia entender o porquê deles estarem esquisitos um com o outro. Ele não gostava nada daquilo e tentava fazer de tudo para que os irmãos não percebessem.

- Agora não. Só quero terminar de comer. - Rosie voltou sua atenção para o mais novo, Juan Daniel, que estava na cadeirinha fazendo uma verdadeira lambança com o macarrão e caldo de feijão, por conta da introdução alimentar que estavam fazendo.

- Principessa...

- Depois, Sergio. Por favor.

O casal terminou de jantar sem trocar mais uma palavra, conversavam apenas com as crianças, que riam ao ver o caçula da família experimentar novos alimentos. Eles pareciam não ter ideia que tudo iria mudar. Aquilo perturbava demais Rosalie. A família tudo em Madrid, não existia razão alguma para tudo mudar de uma hora para a outra.

As crianças terminaram de jantar e suas risadas ainda eram audíveis por conta de Juanito estar completamente sujo, ele era a diversão dos irmãos mais velhos. Rosie beijou o topo da cabeça da criança e a babá retirou todos da mesa, mas Júnior voltou rapidamente e falou baixinho para a mãe:

- Não briga com ele. Ele tá triste.

E saiu correndo atrás dos irmãos. Rosie respirou fundo e foi em direção ao quarto, deixando Ramos na sala de jantar sozinho.

Ela também estava triste. Ela só queria que tudo aquilo passasse. O período de negociação, pandemia, a frieza que os dois estavam. A advogada só queria que tudo voltasse a ser como era antes.

- Cariño, eu sei que você tá cansada por conta dessa negociação... - Ramos disse assim que entrou no quarto, trancando a porta atrás de si.