Capítulo 1

17K 1.1K 1.2K
                                    

Astrid

Eu sou uma fodida.

Fodida, desgraçada.

— Você até agora não conseguiu a porra de um macho para se casar. -meu pai grunhiu.

— Eu não quero me casar com machos como aqueles. -disparei.

— Eu já tenho um pretendente para você. —ele disse— que eu PAGUEI para se casar com você, é um cúmulo não conseguir conquistar alguém sem tem que fazer isso.

Ele me encarou de cima a baixo com desdém.

— Deveria ser como suas irmãs, você está degradável de tal forma que todos evitam olhar para você, porque sentem nojo.. -ele disse.

— Então por que diabos ainda está olhando para mim? -rosnei.

Ele rosnou de volta.

— Porque eu prometi a sua mãe. —ele cuspiu— do contrário tenha certeza que eu teria te atirado no primeiro rio assim que nasceu.

Eu o encarei com nojo.

— Você anda desarrumada, e desejeitada, parece que faz de propósito. -ele disse.

E faço mesmo.

Eu peguei minha adaga, a pondo na cintura.

— Onde pensa que vai?? -ele rosnou.

— Ao inferno! -disparei abrindo a porta.

— Esteja aqui antes das dez, já basta eu ter pagado para alguém casar com você, não vou sair com o nome na boca da porra dos illyrianos por você ficar rodando por aí feito uma puta. -cuspiu.

Eu o encarei, ódio fervente brilhando em meus olhos castanhos dourados.

— Melhor ser uma puta que um desgraçado feito você, que traiu minha mãe até mesmo no dia da sua morte. -cuspi.

— COMO OUSA? -ele rugiu.

Eu o encarei de cima a baixo.

— Estou pouco me importando para o que você pensa, oi deixa de pensar de mim. —falei— minha consciência está limpa, e a sua?

Deixei a pergunta pairar no ar, e então saí dali, batendo a porta.

Eu saí, caminhando, prendendo os meus cabelos ruivos claros em um rabo de cavalo, tirando um lenço de meu bolso.

Eu cheguei perto de um pequeno córrego, onde eu lavei meu rosto e pescoço para tirar a sujeira que eu havia posto alí.

Para que nenhum raio de macho olhasse para mim.

Sequei o meu rosto e pescoço com o lenço, ficando limpa.

Eu ajeitei a blusa amarrotada e arrumei a postura, caminhando normalmente e de forma despreocupada.

Mas isso não impediu das lágrimas caírem.

Minha vida era uma merda, depois que a minha mãe morreu tudo piorou, minhas irmãs estão casadas e com suas vidas feitas, e o meu "pai" está fazendo de tudo para me arranjar um casamento e se livrar de mim.

Ele me odeia.

Eu limpei as lágrimas, atravessando, surgindo diante de um bar. Eu o adentrei.

Havia muitas poucas fêmeas alí, no máximo três contando comigo, havia mais machos para o meu azar.

Mas em todo o bar é assim.

Eu sentei diante do balcão.

— A mais forte. -falei para o feérico jovem que estava como barman.

Corte de Sangue e FogoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora