Capítulo 6

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Astrid

Os meses iam se passando, minha barriga já estava com uma boa forma.

Eu caminhei pela casa do rio, Cassian havia me deixado aqui pois ele iria ao acampamento.

Eu abri uma porta, dando de cara com uma grande biblioteca.

— Nossa. -sussurrei.

Tinha tantos livros, isso é um paraíso! Porém creio que a da casa do vento é maior.

Eu ouvi um barulho e girei meu olhar para encarar a fêmea de olhos gelo que lia seu livro, ela ergueu seu olhar duro como pedra para mim.

— Ah, oi... Nestha, desculpe, não queria atrapalhar sua leitura. -murmurei, um sorriso pequeno.

— O que faz aqui? -ela questionou arqueando uma sobrancelha.

— Eu só iria...

— A biblioteca é restrita. -ela disse.

Eu pisquei surpresa.

— Oh, desculpe, eu não sabia. —dei um passo para trás, envergonhada— já estou saindo, desculpe.

Eu me virei quando ela me parou.

— Se acha esperta, não é? -ela questionou.

— Perdão? -a encarei confusa, franzindo o cenho.

— Claro, o guerreiro mais forte e poderoso, você com certeza pensou em todo o privilégio, e decidiu agarrá-lo com o pretexto de filho. -ela disse.

Eu arregalei os olhos, a boca entreaberta.

— Eu não faria uma coisa dessas. —sussurrei— filhos são preciosos, minha mãe me disse isso, eu não sabia direito sobre o tônico anticoncepcional, ninguém nunca me explicou essas coisas, foi um acidente mas eu não reclamo de ele ter acontecido em minha vida. -toquei minha barriga.

— Claro, dê uma de inocente, garota, todos caíram no seu golpe mas eu não. -ela disse.

— Não tem golpe. —falei baixo— e sinto muito por pensar assim.

Ela se ergueu, caminhando até mim.

— Cassian é bondoso, mas é questão de tempo até ele ver que a criança não é dele. —ela disse— quem pode garantir que não é de outro macho e você está se aproveitando de Cassian por ele ser bondoso e estar alegre com a notícia de um filho?

— Por favor, não diga uma coisa dessas. -sussurrei dando um passo para trás.

— Quando nascer todos irão ver, não será illyriano e nem se parecerá com ele, você será chutada daqui com a mesma rapidez que foi trazida. -ela me encarou séria.

Eu deixei uma lágrima cair.

— Pare de falar isso, pare de falar essas coisas, Cassian sabe que o filho é dele, ele foi o único macho que já dormi na vida. -falei.

— Isso é o que você diz. —ela disse— magia existe para muitas coisas, pode muito bem ter pagado alguém para fazer com que ele achasse que você era virgem.

Eu a encarei assombrada, pálida.

— Eu não faria isso, eu não sou baixa, não sou como qualquer vadia que esteja se espelhando para criar essa imagem de mim. -sussurrei atordoada.

Ela ficou diante de mim.

— Você é uma intrusa, você e a sua filha bastarda.

— Fale o que quiser de mim. —eu disse— mas não permito que fale assim da minha filha! Ela não tem culpa de você ser uma perturbada, ela é um ser inocente que nem ao menos chegou ao mundo ainda e nem tem voz para se defender de tamanhos insultos. -falei.

Corte de Sangue e FogoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora