Epílogo

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2019
Julia

Seguro o teste de farmácia nas mãos. As duas linhas rosas nele e nos outros cinco testes que fiz são toda a resposta que preciso. Estou grávida. Quem diria que morar com um homem bonito faria isso, não é? E cara, ele é bonito. E quando faz alguma maquiagem nele mesmo fica mais gostoso ainda, por alguma razão que não consigo explicar. Mas este não é o ponto aqui.

Estou grávida. Este é o ponto. Olho para o espelho, meu reflexo mostrando o cansaço que estou sentindo, porque estou grávida. Evitei demonstrar o cansaço para o Dustin, se eu estivesse doente, queria saber o que era antes dele surtar, mas preciso contar para ele que sumo depois do almoço porque estou dormindo, e que eu não querer comer algumas comidas que ele faz não tem nada a ver com o tempero. Apesar dele não ter perguntado, sei que a dúvida está ali. Volto para o escritório do apartamento e jogo os testes na gaveta, e ele entra no cômodo atrás de mim.

— Dia difícil?

— Não, só estou um pouco cansada.

— Você diz isso com frequência ultimamente. Está tudo bem? Quer conversar sobre isso?

— Está, acho que é só a rotina. — e a coisinha que você colocou dentro de mim, mas não digo isso. — São muitos clientes, com muitos problemas, acho que está me afetando um pouco.

— Hm. Nunca te afetou antes, o que mudou agora?

— Não sei. — mereço um Oscar pela minha atuação aqui. — Todo mundo tem este momento alguma hora, não tem? Não estou cansada do que faço, só estou... cansada, eu acho.

— Sabe o que resolve isso? Férias. Que tal visitarmos os meus pais? A casa é grande, mas podemos ficar em um hotel, se você preferir. Tenerife é linda, e vai te ajudar a relaxar.

Não duvido que vá, mas preciso encontrar um pediatra e conversar com ele sobre ir para outro continente antes.

— Sim, acho que consigo tirar um tempo daqui alguns meses. — daqui pelo menos nove meses, para ser mais exata.

— O que é isso? Você acabou de concordar em tirar férias? Qual é a próxima coisa que vai acontecer, a aparição de um unicórnio?

— Dustin, uma vaca que nasce com só um chifre é um unicórnio. E sei lá, eu tenho que conhecer seus pais em algum momento, não é? Você já conheceu os meus. — ofereço.

Ele pondera isso.

— Acho que sim. Me diga quando e eu organizo a viagem. Você quer o quê de janta hoje? Eu estava pensando em sushi.

Péssima ideia.

— Acho que não quero sushi hoje. — comento.

— Tudo bem. Carpaccio então?

— Que tal uma sopa?

— Uma... sopa? Julia, você não gosta de sopa. Quando eu fiz, você disse que estava saudável e não precisava de se alimentar de água.

— Não uma sopa daquela de água, aquela mais cremosa, sabe? Meu pai fazia uma, acho que era batata com couve, algo assim, e eu gostava bastante. — não é mentira isso.

— Um caldo? Posso fazer. Você tem certeza que prefere um caldo a sushi?

— Sim, por favor. E obrigada.

Quando em VegasWhere stories live. Discover now