Epílogo

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Escrito por: LuhDramaLS 

Notas Iniciais: Para finalizar a fic, trouxe um epílogo com uma cena curta após algum tempo depois do que aconteceu no capítulo anterior. 

Tenham uma boa leitura!


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As ondas naquele dia estavam demorando o tempo ideal para se formarem, a prancha amarela abaixo de si apoiava o seu tronco acima do nível da água, enquanto suas pernas moviam-se ritmadas no líquido salgado. O sol irradiava o característico calor do inferno ensolarado, queimando o rosto e as costas desnudas do Park, além de iluminar seu cabelo ruivo em um acobreado saudável.

Fazia tanto tempo que não surfava, mas a ansiedade pela próxima onda permanecia a mesma de anos atrás. A expectativa de que conseguiria manobrar sua prancha sobre a quebra da onda e sentir o breve voo no ar ou então acharia um vácuo na água que enrolava sobre si mesma para poder passar era o que mantinha seu amor pelo surf mesmo depois de anos.

A areia da praia estava cheia de moradores locais e turistas que estavam ali para curtir o verão. No quiosque, antes desativado, havia um novo letreiro e decoração. No balcão, Jungkook vestia um blusão floral e atendia aos clientes com um sorriso simpático, conquistando facilmente o público antes de ajudar o irmão a preparar os pedidos.

Jimin gostava de ver a praia movimentada como era no passado, fazia a cidade não ser tão sem graça assim. Depois que Yoongi conseguiu sair do transe, foi como se o que estava atingindo a cidade deixasse de existir, trazendo a paz de volta.

A polícia, para acalmar a população, disse ter sido um dos sangues-ruins o culpado pelas mortes, depois de ter mostrado a arma de Yoongi como o objeto que era utilizado para forçar as vítimas a se afogarem. Hoseok era como o criminoso ideal, mesmo que o motivo da sua prisão tenha sido o seu envolvimento com o que Jimin tanto repudiava. Nenhum morador questionaria a conclusão cheia de furos do caso diante da suposta justiça feita.

Ele sentia pelo ex-amigo, mas sabia também que a polícia jamais conseguiria explicar o que realmente aconteceu. Nem mesmo o próprio Park — que cresceu ouvindo lendas sobre eventos sobrenaturais, como criaturas do mar que hipnotizavam pessoas para as tornarem suas vítimas — acreditava realmente em tudo o que havia ocorrido. Ele já estava satisfeito em saber que o caos parecia ter terminado momentaneamente.

Os moradores de Sunny Hell nunca quiseram saber a verdade de qualquer forma, apenas buscavam um culpado para apontar o dedo. O lugar sempre teve a fama de amaldiçoado pelos mais velhos com suas histórias criativas, o que não era um bom atrativo para turistas e seus bolsos cheios de dinheiro para gastar com o comércio local.

— Ei! Não se dá as costas ao mar.

O chamado o distraiu da visão da areia para olhar a outra pessoa, que também flutuava sobre uma prancha preta com detalhes azuis.

— Eu sou muito bom nisso, não precisa se preocupar — garantiu, posicionando a prancha quando viu uma onda grande começar a se formar.

Acompanhado, ele se deixou ser suspenso sobre o montante de água antes de ficar em pé sobre a prancha, surfando sobre a crista até ser levado para a areia, onde tirou o excesso de água da bermuda e ajeitou o cabelo. Carregando a sua prancha debaixo do braço, ele caminhou em direção ao seu quintal, sabendo que estava sendo seguido desde o mar.

— Qual nota você me daria?

Quem estava andando atrás dele parou ao ouvir a pergunta.

— Um sete, talvez oito. Estava balançando muito sobre a prancha — a voz avaliou.

— Tem razão — concordou, deixando a prancha encostada na varanda para poder se virar e encontrar o Min com o cabelo molhado e uma camisa térmica que encobria seus braços até a região da sua tatuagem. — Mas o que realmente importa é se vai me contar logo quando vai me deixar ficar com a rua dos pubs... Ou será que eu vou ter que tomar de você?

Seus passos descontraídos até Yoongi não faziam jus ao seu sorriso traiçoeiro. Quase encostou os peitos ao chegar bem perto para tentar ser mais persuasivo.

— Pode começar a montar seu plano — contrariou, provocando um muxoxo por parte do mais novo. — Não vou te entregar nada de bandeja.

A careta triste logo desmanchou em um sorriso convencido e um erguer de ombros indiferente.

— Tudo bem então. Eu pego sozinho.

Depois que tudo se resolveu, inclusive os sentimentos entre eles, decidiram que aquela era a melhor maneira de continuarem. Seus interesses ainda eram individuais, assim como as gangues, porém não existia mais nada reprimido entre eles. Havia a raiva, o desejo e o amor. Todos juntos em equilíbrio.

— Sei que vai... algum dia — comentou, já mal se aguentando antes de beijá-lo, só para ter o gosto de desafiar sua postura confiante. Ele também apreciava que seu coração batesse frenético naqueles momentos, sem ser movido por qualquer resquício de raiva.

Foi um longo tempo até que eles finalmente se vissem livres da única amarra que os impedia de estarem naquilo de corpo e alma. As disputas e vinganças tornaram-se esportivas e todos sabiam que não só os líderes dos sangues-ruins — que os moradores ainda torciam a cara quando viam —, estavam oficialmente juntos, como também cultivavam um sentimento sincero.

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Notas Finais: Obrigada mais uma vez a todos que ajudaram na história e também a quem leu até aqui ♥ 

Até uma próxima!

Afogados | YoonminWhere stories live. Discover now