Capítulo 99

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Mais ou menos um mês se passou, janeiro deslizando para um fevereiro sem cor, caracterizado pelos lençóis cinzentos de chuva que sugavam a cor de tudo ao seu redor como um Beijo do Dementador.

Tinha sido um mês nebuloso com falta de sono, bules inteiros de café e uma busca frenética por qualquer coisa que pudesse ajudá-lo a reescrever a história.

Harry mal via o sol, exceto para jogar Quadribol e participar das aulas de Herbologia, e antes que a pele bronzeada começasse a ficar pálida, a segunda partida seria em cerca de uma semana, contra Corvinal.

Dumbledore também estava trabalhando, mas até agora parecia não ter pistas. O diretor, fiel às suas palavras, evitou qualquer jogo de poder e foi uma ajuda muito diligente. Harry não tinha certeza se deveria ser grato por isso, ou incrivelmente desconfiado. Ele supôs que o homem honestamente não tinha escolha por causa do Juramento Inquebrável.

Ele sabia que Tom estava ficando um pouco irritado com ele, mas até agora não havia feito nenhum movimento para tentar impedi-lo, exceto ocasionalmente forçá-lo a fazer uma pausa.

Ainda assim, Tom não era uma pessoa tolerante por natureza, e Harry não era estúpido o suficiente para se enganar achando que Tom não estava perfeitamente ciente do que exatamente ele estava tentando pesquisar e fazer. No entanto, ele considerou um fato positivo que o herdeiro da Sonserina ainda não havia interferido.

Era tarde da noite e Harry estava mais uma vez deixando a sala comunal para encontrar Dumbledore.

Ele se levantou, puxando sua capa mais apertada em torno de seus ombros. Ele fazia aulas de Oclumência na maioria das noites e estava progredindo lentamente. Ele agora podia manter Tom fora por cerca de um minuto, o que ele considerava uma conquista impressionante, mesmo que Tom, o maldito perfeccionista, não fosse tão elogioso.

Ele chegou ao escritório circular, acariciando Fawkes, recusando uma bala de limão e indo em direção à penseira que estava sobre a mesa com o coração dividido entre empolgação, pavor e cautela.

Por mais rude que fosse, Harry não estava lá para bater um papo com Dumbledore sobre as nuances de sua semana.

Ele mergulhou na memória.

Harry não reconheceu o lugar, mas era indescritivelmente imundo. O teto estava cheio de teias de aranha, o piso coberto de sujeira; comida mofada e podre jazia sobre a mesa em meio a uma massa de panelas amassadas.

A única luz vinha de uma vela aos pés de um homem com cabelo e barba tão grandes que Harry não conseguia ver olhos nem boca.

Ele estava caído em uma poltrona perto do fogo, e Harry se perguntou por um momento se estava morto.

Havia um anel em seu dedo, de ouro e pesado, com uma pedra preta com marcas que ele não conseguia distinguir de onde estava.

Uma batida soou na porta, e o homem acordou sobressaltado, erguendo uma varinha na mão direita e uma faca curta na esquerda.

Harry se assustou com o garoto que atravessou a soleira, com uma lâmpada antiquada na mão.

Alto, pálido, moreno e bonito, Tom.

Ele olhou para Dumbledore, prestes a protestar que estava quebrando as regras do juramento, antes de franzir a testa...porque o diretor não poderia estar, ou ele estaria morto. Isso não foi um truque. Isso era, ao que parecia, completa e totalmente relevante.

Ele reprimiu um estremecimento.

Por alguns segundos, Tom e o homem ainda sem nome se entreolharam, então o homem se levantou cambaleando.

O Favorito do DestinoWhere stories live. Discover now