vi. making a fool of himself

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fazendo um tolo dele mesmo

O SALÃO PRINCIPAL ESTAVA CHEIO, as gargalhadas ecoavam pelo extenso espaço. As aulas pela parte da manhã já tinham tido o seu término, e todos estavam esfomeados pelo que se dirigiram para o salão o mais depressa possível. Era possível encontrar basicamente todos os alunos da Escola de Magia e Bruxaria, exceto pelos casais que fugiam à hora de almoço para se pegarem num canto qualquer enquanto os professores estavam demasiado ocupados a desfrutar do banquete para se preocuparem com isso. Enquanto June tinha pena que esses faltassem ao espetáculo, Sirius agradecia a Merlin e implorava que o resto também decidisse sair antes do ato que o iria matar de constrangimento.

Depois da conversa que teve com June ontem, na sala comunal da Grifinória, Sirius manteve-se deitado na sua cama com lençóis vermelhos à espera que os amigos chegassem. As horas de espera pareceram dias, pelo que o Black teve tempo suficiente para repassar a conversa na sua mente vezes sem conta, até já ter decorado todas as expressões da garota. A reação dela ao quase toque dele não lhe passava despercebida, mas ele acabou decidindo deixar isso para depois.

Era suspeito que ela tivesse começado logo por flertar com ele? Era, muito. A anormal, como Sirius gostava de lhe chamar, sempre pareceu repudiar a existência dele, não que fosse sem motivos — durante os últimos sete anos Sirius fez de seu hobbie principal irritar a garota e Severus Snape.

Enquanto a implicância com Snape tinha motivos: ele ser apoiante da supremacia puro-sangue, tratar mal nascidos-trouxas, recentemente ter chamado a Lily, amiga de infância do próprio, sangue-ruim, rompendo a amizade entre eles, e, bem, a simples existência dele o irritar; a implicância com a Jones não parecia ter um motivo em concreto. Era evidente, para Sirius, que a garota era estranha. Era demasiado quieta, demasiado sarcástica, demasiado implicante, e tinha também uma certa aura misteriosa à sua volta — e o facto de não deixar ninguém, exceto o irmão gémeo, tocar nela ajudava à existência dessa aura misteriosa.

Mas e tirando isso?, Sirius se questionava. Hogwarts era grande, era mais do que provável que, no meio de todos os estudantes, houvessem mais pessoas como ela, mas porque é que tinha que ser ela a captar a atenção dele, Merlin?

Sirius se lembra de, no segundo ano em Hogwarts, a garota ter chegado diferente depois das férias de verão. O seu olhar estava mais brilhante, os seus cabelos antes castanhos claros estavam loiros e mais ondulados, ela tinha crescido um pouco também, e o Sirius de doze anos estava encantado. O problema? A garota parecia o odiar.

Pelo menos não era só ele que ela odiava, ela parecia odiar todo mundo menos o irmão, Pandora Rosier e Lily Evans, que na altura também se enquadrava na categoria dos que não gostavam nada do quarteto de garotos da mesma casa que ela.

Sirius decidiu, então, como qualquer criança de doze anos normal, irritar a garota, de modo a mostrar o seu carinho por ela. Evidentemente não correu bem. A garota, farta dos comentários maldosos que ouvia por parte de todos os alunos de Hogwarts, explodiu, declarando assim o seu ódio pelo Black. Este ódio dela provocou a primeira decepção amorosa de Black, a segunda de todas tendo sido no quarto ano, quando Marlene McKinnon se recusou a beijar o garoto por não gostar de rapazes. Marlene era loira e muito legal, e Sirius levou isso como uma ofensa à sua integridade. Sendo dramático como era, só aceitou a sua derrota quando, meses depois, viu Marlene e a atual namorada, que na altura era apenas melhor amiga da mesma, Dorcas Meadowes, se beijando, o que ajudou nas fantasias noturnas de Sirius.

Agora, cinco anos depois do ódio entre o Black e a Jones ter tido o seu início, ela decidiu lhe dar uma chance? Estranho, mas Sirius tinha uma aposta a ganhar,

Colocando-se em cima da mesa da Grifinória, Sirius emitiu um ruído de modo a que lhe fosse concedida atenção. Já sentindo os olhares questionadores de todos em cima dele, decidiu acabar com aquilo o mais depressa possível. Olhou para o lado, vendo James e Peter o incentivando, enquanto Remus balançava a cabeça em reprovação e se tentava esconder. Depois de ter falado com eles ontem, todos expressaram a mesma reação: choque pelo inesperado momento em que Jones flertou com ele e pelo pedido dela. Sirius, claro, não contou a reação dela quando ele se aproximou.

— Senhoras e senhores de Hogwarts, — olhou para todos enquanto colocava aquela máscara, que tinha aperfeiçoado por muitos anos, de quem não ligava para opinião nenhuma— é com muito pesar que informo que já não me encontro disponível. — olhou finalmente para June, que tentava conter o seu sorriso por detrás da mão que tapava a boca. Ao seu lado, Pandora e Henry nem se esforçavam para parecerem chocados. June não havia contado da sua conversa com Sirius no dia anterior, pelo que esperava que eles se surpreendessem. — A, não tão amável, June Jones, ali sentada na mesa dos pássaros — apontou e, ao ouvir "não são pássaros, é um corvo, idiota!", deu de ombros. — pegou emprestado o meu coração, sem data de devolução. É por isso que pergunto: June — ao ouvir o seu nome esta arregalou os olhos, sem saber o que esperar. —, vem a Hogsmead comigo no próximo fim de semana? E sim, é um encontro, amor.

June sentiu os olhares em si, a pressionando. Podia sentir olhares raivosos por parte de algumas garotas e até mesmo garotos, já estava habituada, os olhares não eram nada quando comparados com os comentários que já tinha recebido nos seus sete ano em Hogwarts e até mesmo antes disso. Crianças podiam ser muito originais e maldosas.

Ao olhar para Sirius viu que ele esperava por uma resposta, claramente contente em ver que o jogo tinha virado, agora era ela que estava corada, e Sirius sorriu triunfante ao saber que o motivo dessa reação era ele. — Aceito sim, querido. — sorriu, forçada pelo pontapé que levou de Pandora por debaixo da mesa, que se controlava para não chorar de rir. Sirius devolveu o sorriso, o dele radiante e tão, ou mais, falso que o dela.

— Ela disse que sim! — com o grito de Sirius, James se levantou, se pondo em cima da mesa e, assim como Sirius, fazendo uma dancinha de vitória.

Foram interrompidos pelo grito de McGonnagal. — Potter e Black! Para baixo, agora. — os garotos obedeceram, dando um sorriso desavergonhado.

— Então, amor, gostou da declaração? — quando a encontrou depois do almoço, acompanhada por Pandora que saiu ao ver o Black a ir na direção delas, sem antes a provocar pelo ocorrido no salão, o sorriso dele era todo ele presunçoso, mas apesar de tudo, verdadeiro. Era chocante ver o quanto se tinha divertido com essa situação.

— Ah, adorei, decididamente! Temos que repetir um dia desses. Talvez até possamos pagar a atores para a recriarem no nosso casamento, futuramente. — revirou os olhos, um pequeno sorriso presente na cara da mesma. Apesar de tudo, adorou ver o quão determinado Sirius era, mesmo que fosse por uma aposta. Ela se relembrou disso, ela era só uma aposta para ele. A raiva voltou a borbulhar dentro dela.

— Antes que me esqueça. — Sirius tirou um papel amarelado e dobrado do bolso, entregando-lhe. Sirius se virou pronto para ir ter com os três garotos que o esperavam. Ao se lembrar de algo, se virou para ela, sem nunca parar de andar — Ah! Não é preciso dinheiro, eu pago. E traga roupas comuns! — gritou já junto aos amigos. Peter cumprimentou, receoso de deixar o seu nervosismo trespassar, June com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, acompanhado por Remus e James.

June abriu o papel quando já não era possível que a vissem. A letra despojada mas perceptível de Sirius a saudou.

Te encontro à frente da comunal da Corvinal amanhã, às quatro da tarde.
do seu amor,
Sirius

Se eles soubessem que eu sei de tudo, pensou, olhando para o local onde os quatro antes estavam.

NOTAS:

O capítulo está muito pequeno, infelizmente.

Desculpem, mais uma vez, por qualquer erro :))
-siriuslyblwck

𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐄𝐓, sirius blackWhere stories live. Discover now