xiii. "i'm in love with her"

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"estou apaixonado por ela"

QUANDO OS MAROTOS ACORDARAM NÃO HAVIA SINAL DE PETTIGREW. Todos os seus pertences se haviam mudado. A sua cama estava sem lençóis e não havia sinal do seu malão nem de nada que pudesse provar a existência do mesmo.

Peter Pettigrew era somente uma memória agora, e nada o mudaria.

Lupin, Potter e Black juntaram todo o grupo de amigos no dormitório que antes abrigara os quatro marotos durante tantos anos. O dormitório onde os quatro marotos originais passaram tanto tempo — brincando uns com os outros, fazendo planos e criando pegadinhas; até à última que os destruiu a todos.

Os fantasmas das risadas do que outrora foram Os Marotos ecoavam pelo ar, fazendo com que fosse ainda mais doloroso para qualquer um deles lá estar.

Um dos seus os tinha traído. Não só um amigo — um irmão.

Peter, com a sua risada fácil e os seus olhos doces. Peter que se havia tornado um animago para ajudar Remus. Peter que, nos últimos tempos, deixara de ser aquele garoto tão amável que sempre fora para se aliar ao lado oposto de todos aqueles que sempre o amaram.

Quando juntaram as garotas no dormitório que partilharam por tanto tempo, nenhum dos garotos lhes mentiu.

Contaram tudo — desde a aposta até à traição de Peter. Falaram sobre o plano deles e sobre o suposto interesse de Pettigrew em June. Falaram sobre o encontro de June e Sirius no dormitório dela e sobre o beijo e como ela reagiu.

Quando acabaram, todas as garotas estavam num estado diferente.

Lily estava abraçada a James, lágrimas escorriam pela sua cara. Os seus olhos verdes estavam brilhantes, a sua cara rosada. Não sabia pelo que chorava: se pelos sentimentos de June ou se pela traição de Peter.

Mary estava quieta a um canto, os seus olhos fixos no chão. A guerra estava começando, e já perderam um. Quem seria o próximo? Ela rezava para que, se perdessem mais alguém, o que parecia inevitável, que fosse ela. McDonald nunca suportaria viver num mundo em que tivesse que assistir todos os que amava morrerem aos poucos. Antes ela que eles.

Dorcas revia mentalmente o comportamento de todos os que pertenciam à casa dela, Sonserina, procurando indicações de possíveis Comensais da Morte. Se lembrava vagamente de certas interações entre Peter e Snape, mas nunca ligara muito, julgando ser da sua imaginação.

Marlene chorava compulsivamente. De todos, ela e James eram os que mais abalados estavam. Desde sempre, ainda antes de Hogwarts, que sempre foram eles os três — Pete, Lene e Jamie. Sempre foram Pete, Lene e Jamie a correrem pelos quintais da vizinhança deles. A brincarem até depois do sol se pôr quando ainda só tinham sete anos e só sabiam contar até duzentos. Um dos melhores amigos dela, Peter.

Quando o choque passou, foi a vez delas gritarem. Gritaram com os últimos marotos por terem usado assim June. Por terem brincado com ela daquela maneira com ela. Foram insultados de todas as maneiras possíveis, até impossíveis.

No final, Lily obrigou Sirius a se manter longe de June, para sempre. Mas quando o moreno decidiu finalmente falar, foi impossível para a Evans falar de volta.

Lily, eu estou apaixonado por ela.

Com apenas essas palavras, Lily lançou um suspiro cortado.

Não, não está. Como... Lily tinha os olhos arregalados, mas um sorriso espreitava pelo canto do lábio dela que ela rapidamente se apressou em esconder.

Eu estou apaixonado por ela de todas as maneiras possíveis. Não me interessa o que qualquer um de vocês vá dizer, mas eu vou ter minha garota. Se, depois de tudo, ela não me quiser, eu aceito. Mas não a posso deixar ir sem lutar, não é?

Sirius, ela não quer ter nada a ver com você.

É verdade Dorcas concordou com a namorada. , ela ter expulsado você do quarto dela não foi sinal suficiente?

Eu hei de resolver isso, mas eu preciso de tentar. Vocês não conseguem ver? Sirius estava exasperado. Eu preciso dela. Preciso dela desde os meus doze anos quando me apaixonei por ela pela primeira vez. Preciso dela de maneiras que achei nunca serem possíveis. Preciso dela inteiramente, prefiro tê-la me odiando do que não ter nada dela, e sempre preferi isso ao longo desses cinco anos. Agora não posso preferir isso mais, agora preciso dela inteiramente, a indiferença ou o ódio não bastam.

Talvez você devesse olhar para trás então, Sirius. Mary, que estava à frente de Sirius, falou, um pequeno sorriso nos seus lábios.

Sirius se virou para trás para somente cair de rabo no chão. June estava atrás dele, uma expressão impossível de perceber na sua cara enquanto olhava para ele com pesar.

Temos que falar, Black.

Desde que June acordara que não tirava uma coisa da cabeça.

Ela tinha beijado Sirius.

Ah, sim. E Sirius devia estar amaldiçoado de agora em diante.

Quando ela entrou no dormitório dos marotos não reparou que o canto de Peter estava vazio. Não reparou na reunião que estava a haver. Só reparou no que Sirius dizia. Nas doces palavras que ele proferia sobre ela, mesmo sem saber que ela ali estava, a poucos passos dele, ouvindo tudo o que dizia. Sem saber o monstro que ela era.

Ela estava lá desde o início, desde que Sirius, James e Remus tinham começado a contar tudo — a aposta, a traição de Peter e, finalmente, os sentimentos dele por ela, que eram o mais verdadeiros que podiam ser.

Quando MacDonald dissera para ele olhar para trás, June reparou no estado dele. As olheiras por baixo dos olhos, o cabelo despenteado e a expressão de cansaço.

Quando a viu, um sorriso esperançoso se apoderou das suas feições, tirando o ar de abatido dele.

Todos saíram, um a um, do dormitório. Marlene, seguida de Dorcas e Mary que deram um leve sorriso para June que o tentou retribuir. Remus que não teve coragem para olhar para ela e murmurou algo parecido com um pedido de desculpas. Lilian negou com a cabeça e suspirou ao passar por ela fazendo June soprar um riso. E, finalmente, Potter que parou à frente dela.

Me desculpe. Fui um idiota, odeio admitir. Espero que você me possa perdoar, mas, acima de tudo, perdoe Sirius. Por favor.

Vá, Potter.

Quando já só eles é que lá estavam, June finalmente dirigiu o seu olhar a Sirius, que nunca desviou o dele nas feições da garota.

Eu lamento muito. Não queria que nada disso tivesse acontecido. Não há maneira de reverter, lamento. Podemos tentar falar com Dumbledore mas não há forma de mudar nada. A profecia fala sobre isso, lamento tanto. Eu não queria que fosse ass- June despejava as palavras como se fosse uma torneira aberta. Somente ela sabia quantas vezes é que revera este mesmo discurso durante a noite e antes de chegar ao dormitório, antes de se perder nas palavras de Sirius.

June, calma. O quê? Que profecia?

Merlin! A profecia, Sirius. Porque é que você acha que eu não posso tocar em ninguém se não o Henry ou minha família? Por nojo? Esquisitice? ao ver que ele não respondia, acrescentou. Eu fui amaldiçoada, Sirius.

NOTAS:

Suspense, suspense, suspense.
Só mais um capítulo 😃

Ao ler o título só me lembro da voz do Ron dizendo "but i'm in love with her!" em o Enigma do Príncipe falando sobre aquela garota que mandou uma poção do amor a Harry.

já sabem, votem e comentem pff
- siriuslyblwck

𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐄𝐓, sirius blackWhere stories live. Discover now