viii. "just end this fucking bet and break her heart"

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"só acaba logo com a merda dessa aposta e lhe parta o coração"

NA SALA PRECISA, RABICHO andava de um lado para o outro, a inquietação se apoderando dele e dos seus pensamentos.

Ele mesmo vira, com os seus próprios olhos, o quão feliz Sirius e June pareciam lado a lado. Não seria possível que eles, em qualquer circunstância, acabassem gostando um do outro. Ou, pelo menos, assim ele pensava.

Apesar de se ter aliado a Lord Voldemort, Peter não tinha o desejo de provocar a destruição do seu grupo de amigos.

Eles iriam perceber, não? Claro que não, seu idiota.

Nenhum deles iria perceber. Todos eles já tinham deixado bem definido quem iriam apoiar assim que a guerra tivesse o seu início.

James e a sua lealdade e determinação estavam do lado de Dumbledore. Remus era um fiel apoiante de Dumbledore e ele mesmo era um mestiço. E Sirius. Oh, o santo Sirius Black.

Sirius Black e a sua coragem que o fez sair de casa dos Black e ir viver com James. Sirius Black e a sua determinação que o levou a se manter sempre firme quanto aos seus ideias, mesmo depois das severas punições que Walburga lhe aplicara ao longo dos anos, piorando assim que o velho chapéu-seletor o colocou na casa dos corajosos. Na verdade, o destino de Sirius já estava escrito muito antes de o chapéu poeirento gritar aquela palavra que muitos acreditam, erradamente, que mudou o rumo da sua história. Sirius já sabia, desde pequeno, aquilo que era certo e errado, e tentou mesmo incutir esses ideais ao seu irmão, Regulus, apesar dessa tarefa se mostrar cada vez mais difícil com o crescimento do mesmo e com as palavras de Walburga e Orion por detrás dele, sussurrando-lhe coisas ao ouvido.

Peter não era como nenhum deles. Não se destacava por nada. Com a sua pouca altura e cabelos loiros, o garoto passava despercebido por todos. Não tinha a lealdade e determinação de James, a força de Remus ou a coragem de Sirius.

Ele era aquele que, quando sobrava comida, lhe era atirada como se ele aceitasse tudo sem questionar. Ele era aquele que só era notado quando alguém queria algo referente aos outros três marotos. Esse era o papel dele, ser o personagem secundário num filme onde James, Remus e Sirius eram os personagens principais e ele ficava de lado, servindo como podia.

Eles nunca haviam passado por isso, pensou com raiva. Pelos olhares de julgamento, os comentários sobre a aparência dele e pelos sussurros inoportunos que questionavam: "Como é que o gordinho ali anda com os marotos? Se ele consegue qualquer um consegue."

Mas June sabia qual era essa sensação. Ela mesma havia sofrido nas mãos dos marotos, e de qualquer outro aluno que tenha a capacidade de o fazer, por vários anos. Os sussurros já não eram novidade para ela, ela os abraçava como se fossem velhos amigos a retornar ao lar depois de tanto tempo fora.

Talvez fosse por isso que Peter sentia menos remorsos em usar a Jones daquela maneira. Apesar de ela sofrer, mesmo que mais que ele, ela continua a despertar uma certa inquietação em Sirius. Peter via isso no olhar dele.

Apesar de tentar, Sirius continuava o mesmo garotinho apaixonado que fora há muitos anos por ela. Nem o ódio que ele usava para esconder isso o conseguia ocultar completamente.

Via-se na maneira como ele deixava o olhar dele a seguir sempre que ela saía ou entrava num cómodo. Ou em como, independente da conversa, ele sempre conseguia mencionar o nome dela.

Peter sabia, mas apesar disso ele não podia deixar de sentir mágoa ao pensar nisso. Porquê ela? Sirius só olhava para ela. Sempre ela.

Não que Peter quisesse algo com o melhor amigo, mas todos sabiam que Sirius não se incomodava com o género do outro, então porque é que Sirius não se sentia minimamente atraído por ele como já se sentira por Remus? Talvez Peter quisesse, sim, essa atenção, mas nunca o iria admitir.

𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐄𝐓, sirius blackDove le storie prendono vita. Scoprilo ora