a lie to her

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Não sei como e nem porquê eu recebi uma mensagem de Fury aleatoriamente na minha nave num dia qualquer. Só mais um salvando o universo, mantendo os povos em ordem, o de sempre. Mas quando a ligação brilha na tela, eu honestamente me surpreendo.
-Por favor, não me diga que a Terra está sendo invadida de novo-brinco, mas sentindo certa ansiedade sobre a ligação.
-Não, sabe que eu consigo me virar se fosse isso. Eu ainda sou o melhor-ele responde, ironicamente.
-Ah Fury, você é meu amigo de longa data, por isso eu espero que você entenda quando eu digo que você sempre causa uma bagunça.
-Que audácia. Cite uma vez que eu baguncei nosso amado planeta?
-Quer em ordem alfabética, numérica ou cronológica?
-Agora estou ofendido. Sabe, a Terra têm sido difícil sem uma guerreira intergaláctica com poderes que vão além da física terrestre.
-Tudo têm sido difícil desde o Thanos-respondo, e o silêncio recai sobre nós. É evidente que tanto Fury quanto eu sentimos que a vitória que conseguimos não foi exatamente uma vitória. Tony se foi. Nat também. Os mundos estão um caos, tentando se adaptar a uma realidade que há tanto se acostumou com milhares de pessoas mortas. Eu não sei mais o que significa ser uma heroína. Eu costumava acreditar que tinha todo o poder que eu queria para fazer o que era certo, mas desde Hala...
-Danvers?-escuto a voz de Fury abafada em meus ouvidos. Quase esqueci que ele estava comigo.
-Oi. Desculpe, eu estou aqui. Eu não tenho dormido muito bem. O que você disse?
-Eu disse que você precisa comparecer na Terra. Estamos assinando um novo tratado para ajudar nossos queridos amigos Skrulls que, caso você não saiba, estão atingindo a marca dos milhões.
Franzo a testa, confusa.
-Quando um grupo de duzentos Skrulls se tornou um milhão!?
-Aparentemente, Talos trouxe alguns para a Terra. Gravik trouxe o resto e tentou criar uma Terceira Guerra Mundial para dominar nosso planeta.
-Espera, Gravik? O Gravik, aquele adolescente assustado que a Varra te apresentou logo depois que eu parti?
-Sim. E ele não já é um adolescente assustado há muito tempo. Na verdade, assustado é uma palavra que não se adequa muito a ele ultimamente.
-Fury, tudo isso tem acontecido e você não achou que era uma boa me contar alguma coisa!? Os Skrulls são minha responsabilidade, eu os deixei na Terra. Eu prometi encontrar um lar para eles.
-Fato que eles não me deixam esquecer há anos, diga-se de passagem.
-Eu vou voltar e conversar com o Talos, eu tenho certeza que...
-Carol-ele me para, e seu tom se tornou tão sombrio de repente que já sei o que se segue depois disso. Fecho os olhos, decepcionada comigo mesma. Não cumpri minha promessa com Talos. Ele só queria o melhor para o seu povo.
-Quando foi? E o que aconteceu?-indago, sentindo um nó em minha garganta.
-Eu disse que o Gravik não era uma criança assustada há muito tempo.
-E os Skrulls? Se o governo descobrir o que eles têm feito, eles...
-É sobre isso que eu quero falar com você. Eu preciso que você volte a Terra para me ajudar com esse tratado. Eles precisam de auxílio, e encontramos uma pessoa disposta a dar essa ajuda enquanto não conseguimos resolver o problema com a superlotação deles aqui.
-Alguém vai abrigar eles de livre e espontânea vontade? Sem exigir nada em troca, sem acordos com segundas intenções!?
-Achei que você conhecesse alguém de coração tão puro que estaria disposto a isso.
Ele não precisa dizer mais nada para que eu entenda. Eu sei quem é a pessoa de coração tão puro que faria isso, e que agora de fato tem poder para isso. Meu coração dispara só de pensar em vê-la de novo. Faz tanto tempo, e eu ainda não consigo esquecer sua expressão quando disse que não sabia se eu ainda a amava. Eu menti, claro que eu sei o quanto a amo. Mas alguém como ela não merece uma pessoa como eu. Eu cometi tantos erros, fiz tantas coisas que a fariam pensar o pior de mim. Não sei se posso deixá-la ver essa parte feia que escondo.
-Ela...-engulo em seco, tentando não demonstrar o quão emotiva fiquei-A Valkyrie concordou em ajudá-los?
-De muito bom grado, devo dizer. Ela realmente é um bom Rei. Asgard está em boas mãos, considerando que o Thor quase nunca está aqui.
-Ela é maravilhosa-sussurro, apertando as mãos contra o painel. Pequenas fagulhas de um azul cintilante correm por minhas mãos. Ela ainda tem tanto efeito sobre mim que meu corpo responde à forma como eu me sinto com energia estática.
-Sabe Carol, você devia tentar resolver seus problemas pessoais. Ninguém consegue viver sendo apenas um herói para o resto do mundo. E você têm passado muito tempo sozinha no espaço.
-Por que você acha...
-Acho que é inegável que vocês duas ainda são loucas uma pela outra.
Sorrio timidamente, mas chacoalho a cabeça, tentando apagar aquelas memórias. Eu não sou mais a Carol que ela se apaixonou, e não posso prendê-la na ilusão de eu sou.
-Não faz diferença. Já faz muito tempo.
Escuto a risada de Fury através do aparelho.
-Tempo, garota? E isso importa de alguma forma?-ele suspira fortemente, e quase consigo vê-lo largado em uma cadeira com as pontas dos dedos juntas-Eu estou velho, mas se tem uma coisa que eu entendi é que tempo não é nada. A verdade é que depois que eu descobri pessoas caindo do céu que há tanto eu achei ser apenas um vasto pedaço azul, tempo parece ser relativo. Ele é maleável, inconstante. Você o quebrou há muitos anos, Carol, você já viu infinitos, universos inteiros com milhares de anos luz. Agora o tempo vai importar e muito se você simplesmente deixá-la ir.
-Por que? Eu já a deixei antes. Que diferença vai fazer se eu nunca mais voltar?
-Conhecer alguém dessa forma não é algo que acontece sempre. Pessoas podem passar uma vida sem conhecer. Você quer mesmo continuar a ver a vastidão deste universo que você tem mantido a salvo por tantos anos e sabendo que, em todos estes mundos, com tantas possibilidades, você a deixou ir embora?
Respiro profundamente, sentindo um incômodo em minha garganta como se eu quisesse chorar. E eu não sou muito de chorar.
-Eu chego em uns dias. Só preciso me preparar para voltar para a Terra. Ver a Valkyrie. A Monica...
Fury solta uma risada irônica, mas sei que está tentando aliviar a situação.
-Garota, não existem terapeutas nos planetas que você visita?




nota da autora: oiêe gente, espero que tenham gostado desse capítulo, queria fazer essa nota só para falar que provavelmente a linha do tempo na fanfic vai estar MUITO bagunçada e eu vou criar cenas em filmes que já lançaram, então peço desculpas se ficar meio doido KSKSKSKSKSKSK mas tô tentando adaptar para criar um clímax entre a val e a carol, beijos para os amantes de mulheres que nem eu.

Carol and ValkyrieOnde as histórias ganham vida. Descobre agora