Capítulo 5

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Carol

Não consegui dormir. Então simsplemente invadi o sistema operacional do Vingadores, e comecei a pesquisar sobre as jóias.
Até agora, não descobri quase nada. São pedaços de pedras que são super poderosos, e que foram espalhados pelo espaço para que ninguém as achasse. Mas não consigo entender a  complexidade disso, do por quê Thanos queria todas elas.
Procuro por palavras chave para que minhas pesquisas vão para algum lugar, mas não consigo. Tento buscar por uma palavra que eu sei que pode me ajudar.
Insiro Tesseract na barra de pesquisa, e vários relatórios da S.H.I.E.L.D aparecem. Tem uma gravação antiga, e clico sobre ela para assistir.
Tem um homem parado em uma sacada, e acima dele um portal aberto. O que mantém o portal aberto é o Tesseract. O homem, de cabelos preto compridos e un sorriso maléfico, admira tudo, segurando um cajado enorme. De repente, um monstro verde voa em sua direção fazendo os dois rolarem para dentro do prédio. Então esse é o Hulk.
A gravação acaba nessa cena, e analiso tudo com muita calma. O Tesseract, e o cajado. O homem de cabelos compridos. Como isso não pode ser um problema sério para o Fury? A Terra passou por maus bocados e ele preferiu confiar em heróis no qual ele não conhecia direito, mesmo sabendo que podia contar comigo.
Resolvo procurar mais sobre os Vingadores. Foi uma iniciativa começada em 1995. O ano em que eu e Fury nos conhecemos. Então a razão desse grupo, sou eu. Ele disse que precisava de mais heróis, mas não sabia que era isso o que ele queria.
Os integrantes originais aparecem em minha tela, todos em diferentes cenas de luta.
-Steve Rogers, chamado de Capitão América após receber uma dose de um soro que o fez super rápido e super forte. Ficou congelado por 80 anos, até voltar a vida alguns anos atrás-começo a ler, e analisar as fotos de cada um deles-Bruce Banner. Experimento mal acabado que resultou em uma besta verde e descontrolada, no qual ele se transforma quando fica com raiva-Hulk é simsplemente enorme, e uma arma destruidora-Thor Odinson. Filho de Odin, asgardiano, irmão de Loki Odinson. Ficou responsável pelo Tesseract, e o levou para Asgard com ele-então Thor é irmão do maluco com um cajado. Qual o problema dessa família de ficar carregando suas armas para todo o lado?
-Clint Barton. Conhecido como Gavião Arqueiro, um dos melhores agentes da S.H.I.E.L.D, mas recentemente aposentado-tem fotos de um homem bem aparentado atirando com arco e flecha- Tony Stark. Herdeiro das indústrias Stark, produzia armamento, mas hoje produz apenas tecnologias inovadoras. Conhecido como Homem de Ferro.
"Que cara de arrogante" penso.
-Natasha Romanoff. Ex-espiã russa, hoje melhor agente da S.H.I.E.L.D, conhecida como Viúva...-
-O que você está fazendo!?-ouço uma voz falar. Viro-me assustada, e vejo Natasha parada na porta, me olhando.
-Eu estava...-ela fecha o arquivo no qual eu abri, e me encara.
-Isso é assunto confidencial da S.H.I.E.L.D. Não é para qualquer um ler.
-Caso você não saiba, eu não sou qualquer uma.
-Não. Você é só uma pessoa que diz conhecer o Fury, mas que na verdade, ninguém sabe nada sobre.
-Eu acabei de saber. A iniciativa Vingadores, foi por minha causa que o Fury a começou. Foi no ano em que eu o conheci. Meu apelido era Vingadora.
Ela me encara, e se vira para o computador.
-Quem são os outros dois?-indago.
-Que outros dois?-ela fala, claramente irritada.
-Barton. E Stark.
-Não é da sua conta.
-Se vocês começarem a me esconder coisas, eu vou começar a ter problemas com vocês- digo, batendo no painel.
Ela olha minha mão sobre o painel,  e sobe lentamente até meu rosto. Ela é menor que eu, então precisa erguer a cabeça para falar comigo.
-Barton está aposentado. Não sei onde está o Stark.
Ela desliga o computador, e se vira para sair.
-Como sabe que eles não estão mortos?-pergunto. Ela para de andar, mas não se vira para falar. De repente, eu penso. A iniciativa Vingadores não é simplesmente um plano no papel. É a família deles. São amigos há muito tempo, e já lutaram para se salvar muitas vezes.
Mexer nas pesquisas deles foi como mexer em lembranças de uma pessoa para Natasha. Como se eu tivesse tocado em algo pessoal.
-Eu não sei. Eu espero que eles estejam bem-sua voz está embargada. Mordo o lábio, claramente envergonhada. Não queria deixá-la desse jeito.
Esse Thanos não só matou pessoas. Ele acabou com amizades, famílias, com muita coisa. Me supreende muito que os Vingadores estejam tão calmos nessa situação. Porque eu com certeza não estaria.
***********************************
Depois do incidente de ontem no computador, eu pensei que todos estariam furiosos comigo. Mas Natasha não contou a ninguém, pois todos falam cordialmente comigo.
Depois de tudo que eu li, decido ficar afastada deles. Pareceu invasivo demais ler tudo aquilo. 
Subo até o telhado, decidida a ficar lá por um tempo até conseguir esquecer minha suposta briga com Natasha.
O lugar onde o QG se localiza é enorme, com árvores ao redor e extensões de grama. Ao lado do QG tem dois outros prédios grandiosos, e atrás, depois da continuação do QG, tem um lago enorme. É um lugar realmente bonito.
Ouço um barulho, e viro para ver o que é. Valkyrie sobe por uma janela, e realmente não sei como ela fez isso.
-Merda-ela fala- Você me assustou.
Sorrio timidamente.
-Desculpe se minha cara feia te assustou.
-Como se você pudesse ser feia-ela responde, se sentando ao meu lado-Como você chegou aqui?
-Voando-falo, olhando-a de esguelha.
-Você voa também?
Assinto,olhando para o horizonte.
-Tem alguma coisa que você não saiba fazer?
Rio, e viro-me para ela.
-Como você subiu com essa perna machucada?
-Não foi nada fácil. Agora está doendo muito-ela fala, rindo.
-Deixa eu ver.
-O quê? Não, não precisa.
-Valkyrie-advirto-a. Ela gira os olhos em tom de deboche, mas levanta a  barra da calça para que eu veja. Sua pele está avermelhada, e o curativo está levemente manchado de sangue.
-Você vai acabar piorando seu ferimento-pondero, passando os dedos por cima do esparadrapo.
-Eu não sou de papel, Danvers. Sou forte, okay?
-Sem noção é mais adequado.
Ela cutuca meu braço, me fazendo olhá-la.
-Eu não vou ficar chorando por causa de uma merda de ferimento, quando um monte de gente está morrendo-ela fala tido de maneira firme e irritada.
-Desculpe-sussurro, me sentando novamente.
-Tudo bem, eu não quis ser...-ela responde, e segura minha mão. Olho para nossas mãos, uma sobre a outra, e sorrio.
-Você já se sentiu arrependida de alguma coisa?-ela pergunta. Assinto, e ela suspira.
-Eu me arrependo de não ter salvo os asgardianos. De ter fugido.
-Você estava machucada. E não ia conseguir salvar todos eles, Valkyrie.
-Mas podia tentar.
-E poderia ter morrido.
-Thor não morreu.
-Thor é um deus. E mesmo assim, ele está muito ferido da batalha. Ele só tem força para demonstrar menos.
Ela assente e me olha.
-Precisamos destruir o Thanos-ela fala.
-Nós vamos-falo.
Ela parece triste. Me levanto e estico sua mão para segurar a minha.
-O que acha de treinarmos um pouco?-falo.
***********************************
Vamos para uma sala espaçosa, com grandes janelas dando vista para o jardim. Tem tatames no chão, eu imagino que para lutar.
-Tem certeza de que quer fazer isso? -Valkyrie fala-Você me disse que não é boa em lutas, e eu fui treinada para isso a minha vida inteira.

Rio de seu comentário, e tiro os sapatos para subir no tatame. Ela sobe também, e para em frente a mim.
-Boa sorte-falo, parando em posição de defesa. Ela me encara com um sorriso levado no rosto e ergue os punhos. Tento golpeá-la no peito mas ela se defende e segura minha mão, me puxando para perto de seu corpo. Minhas costas ficam rentes a seu tórax e consigo sentir sua respiração em meu cabelo.
-Bom golpe-ela fala baixinho. Rio, mas bato com o cotovelo em sua barriga, fazendo-a me soltar, e seguro seu braço contra suas costas.
-Para uma guerreira, você é bem devagar-falo, próximo a seu ouvido. Ela ri, mas sinto seu pé enganchar em minha perna e me derrubar. Ela cai sobre mim, e sobe em meu colo me prendendo com suas pernas.
-Para uma super heroína poderosa, você é bem fraca.
Empurro-a e a faço cair no chão, e ela me olha com uma expressão maliciosa.
-O que você disse?
Ela corre as mãos para meus quadris, e me segura perto dela.
-Você luta bem-ela fala. Sorrio e seguro suas mãos contra o tatame.
-Você também-respondo.
Nossos olhares se encontram, e os seus castanhos me aquecem por inteiro.
A porta da sala se abre e eu saio de cima dela rapidamente. Caio deitada ao seu lado, e ela olha para cima, vendo quem é.
-O que vocês estão fazendo aqui?-ouço uma voz feminina. Natasha.
-Estamos treinando-Valkyrie fala.
-Você não estava machucada?
-Estou. Mas ainda consigo lutar um pouco.
Sento-me e olho para ela.
-Precisamos conversar com todos. Vamos para a sala de reuniões.
Assentimos e me levanto, ajudando Valkyrie a se levantar também. Ela me olha uma última vez e se vira para sair da sala. Não sei o que houve entre nós duas, mas eu gostei do que senti. E eu quero sentir isso mais vezes.

Carol and ValkyrieWhere stories live. Discover now