Pagamento | Aaron

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Forçei meu punho contra o material escuro da porta com uma quantidade variável de força, fazendo o barulho do toc toc ecoar a minha volta.

Vamos bela, abra.

Estou estagnado com uma de minhas mãos posicionada no bolso da calça preta enquanto a outra faz seu trabalho impaciente e insistente, sendo a única parte de meu corpo que realmente expressa o que se passa em meu interior. Queimo em ansiedade para que ela abra está maldita porta, hoje é dia de pagamento.

Desde o dia em que assumi a parte de cobrança nos negócios de meu pai que venho a fazer isto, bater na porta e insistir, na maioria das vezes trago mais dois para me ajudar a solucionar meu probleminha caso algum desgraçado tente me enrolar. Sinceramente, dizer que não gosto disto seria eufemismo. Eu adoro sentir o medo transmitido por alguém que merece punições, adoro peitorais arfando e olhos lacrimejando de medo para me sinalizar o poder que eu possuia, o medo me satisfazia, era delicioso. Porém hoje eu me sentia calmo, guardando toda a paciência que podia, tinha consciência que minha recompensa não seria coberta por dinheiro.

Carlos, o branco de olhos castanhos e nacionalidade brasileira é um cheirador do caralho, seu vício é um dos maiores que já pude presenciar em vida e todos que o conhecem sabem que ele está a trazer a morte para si em um rastejar lento, porém curto demais. Perdi as contas de quantas vezes espanquei a face pálida do desgraçado, deve ser a mesma quantidade de vezes em que ele me comprou drogas sabendo que não poderia pagar por elas, arrombado.

O piso ao meu lado não me era estranho, assim como a porta a minha frente e o apartamento aparentemente simples, porém acolhedor, em que eu insistia tanto em convocá-lo. Já tive a oportunidade de me conduzir até aqui uma vez, a exato um mês. Vasculhei cada cômodo do lar de Carlos, porém o moreno não se encontrava em sua casa prevendo minha passada pela mesma, ele sabia bem que eu o mataria, que minha raiva transbordou meu copo de paciência em relação a ele, que eu o lançaria três balas centralizadas em sua cabeça para ultrapassarem o seu crânio e logo depois esfarelarem os miolos de seu cerébro.

Quando tive convicção que o hóspede não se alojava em sua casa vasculhei as câmeras de segurança, após ter uma ótima conversa civilizada com o porteiro do prédio, claro. Estava destinado a encontrar aquele depravado e o ensinar de uma vez por todas que comigo não se passa a perna. Carlos saiu de seu apartamento em puro desespero as oito e quinze da manhã, e correndo foi a destino do último andar e após alguns minutos entrou em uma das portas que indicava ser um ap.

Seus míseros dois neurônios fucionais restantes não eram capazes de nem ao menos caçar algum esconderijo longe?

Porém minha consciência reconhecia que não podia o julgar, Carlos era um viciado sem familia e amigos porque arrastava todos a sua volta para o buraco onde ele se enfiou, quem o recebeu deveria ser sua última esperança viva. Ri pelo nariz desencostando a pistola da cabeça do porteiro de segurança que suava frio e tinha seus olhos lacrimejantes, sai agradecendo por ele ter sido um bom cara e um ótimo cooperador. Sentia meu sorriso sádico querer deslizar por meus lábios assim que pisei no corredor do apartamento alvo sentindo a presença do platinado ao meu lado que também estava ansioso para escutar o som de algum osso quebrando, aquele era o dia.

Minha mão coçava para finalmente sentir o gélido da arma em meu tato, minha raiva por ter Carlos com contas atrasadas comigo me invadia, a ansiedade de acabar com ele parecia preencher tudo que eu pensava, pretendia encerrar definitivamente com sua existência gasta e insignificante na terra, até que a porta foi aberta.

As íris carregavam um medo tenebroso em suas costas, seus lindos ombros estavam tensos assim como seus braços brancos que quase tremiam pelo susto, seu corpo obtinha apenas um short leggin que marcava a carne macia de suas coxas alcançando até metade delas e uma regata feminina quase curta e colada, que deixava a mostra um fio da cintura pálida, seus fios negros espalhados por suas costas e seus olhos inchados demonstrando que minha visita aqui não era uma surpresa imensurável, afinal.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 13 ⏰

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