02 | Manipulações e descobertas

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Vivienne Barbieri

Eu passara os últimos cinco dias apenas estudando o dossiê que papai deixara agora que sabia que nada estava acabado; muito pelo contrário, aparentemente, já que eu descobrira que tudo era muito mais orquestrado e enraizado do que todos desconfiavam

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Eu passara os últimos cinco dias apenas estudando o dossiê que papai deixara agora que sabia que nada estava acabado; muito pelo contrário, aparentemente, já que eu descobrira que tudo era muito mais orquestrado e enraizado do que todos desconfiavam. O amontoado de arquivos sobre a investigação da associação dos Niflheim, o nome aparentemente dado à organização ilegal de rixas com a qual Jordan tentara acabar, tinha sido escondido por mim antes que a polícia praticamente invadisse a cobertura com um mandado, recolhendo notebooks, celulares e outros ítens dizendo que havia uma investigação sigilosa ocorrendo que envolvia o nome de meu pai.

Como se o pior criminoso de todos fosse ele...

Fora uma golpe de sorte que eu tivesse guardado o dossiê. Um policial, amigo da família, me informara sobre a apreensão um dia antes, então vasculhei o escritório de papai em busca de coisas importantes. O amontoado de papeis era o único ítem trancado na gaveta que pedia chaves de seu escritório. Eu o folheara na época, mas não achei tão interessante. Pensara que a polícia cuidaria de tudo... Grande erro meu. Papai parecia ser o único verdadeiramente inclinado a investigar os crimes que importavam, caso contrário, o miserável que destruíra minha reputação também estaria atrás das grades.

Após horas a fio lendo o documento impresso, que não estava disponível digitalmente em nenhum lugar, como se papai estranhamente pressentisse que seu próprio órgão poderia se voltar contra ele, eu descobri algumas coisas interessantes. Havia subgrupos do Niflheim, compondo um sistema complexo para que alguma suposta investigação fosse dificultada. Esses subgrupos eram compostos por Fenrirs, os Kelpies, e, os principais e que pareciam estar no comando: Hatis e Skolls. Os lutadores, sua maioria, senão sua totalidade, vindo de comunidades, só poderiam ser iniciados quando pertencentes a um dos grupos. Havia uma triagem rígida para a permissão da integração destes no sistema.

O esquema de apostas, obviamente, também não era nada simples. Havia muito dinheiro envolvido, mas apenas o físico. Transações exacerbadas que chamariam a atenção para alguma atividade suspeita eram inexistentes. Também não havia nomes dos apostadores no dossiê; não sabia se era porque papai não queria mexer com nomes de gente tão importante, pois só pessoas assim gastariam um dinheiro alto com apostas, ou porque tudo era intensamente encoberto. Talvez fosse um pouco dos dois.

Avaliei todo o cronograma das noites dessas rixas, mas não encontrei nenhuma sequência definida nos dados disponíveis dos últimos quatro meses. O histórico que papai organizara era feito de datas aleatórias em horários aleatórios, embora sempre ocorresse durante a madrugada. Seus locais, contudo, eram um mais pré-estabelecidos. Cada grupo dos Niflheim tinha uma espécie de casa de lutas, e cada noite de rixas acontecia em um espaço. Também não notei um padrão na sequência de espaços escolhidos para as lutas, mas isso não importava. Nada disso.

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