Capítulo 7

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Olá leitoras! Mais um capitulo 

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Capítulo 07


Enrico Monteiro

Entro no carro e minha pose fria se desfaz e sufoco sem ar, meus pulmões parecem que vão explodir. Puxo a gravata desfazendo o nó e tento respirar novamente, puxo o ar com força tentando voltar a minha respiração normal. Uma dor de cabeça começa a latejar em minha têmpora e aperto os olhos na tentativa de fazer a dor desaparecer. Sinto como se tivesse um buraco negro dentro do meu cérebro.

Depois de quase cinco minutos parado na frente do prédio de Clara, enfim conecto o telefone no bluetooth e ligo para o Dr. Leandro enquanto dou partida no carro. Leandro é meu neurologista e me acompanha desde o acidente há cinco anos.

— Enrico!

— Você está podendo me receber, agora? — Ele é a única pessoa além do meu advogado que eu posso falar neste momento e eu preciso colocar isso para fora antes que minha mente exploda, nem minha família sabe da minha falha de memória. Quando houve o acidente há cinco anos, mais de um ano da minha vida foi apagado da minha memória, como se nunca tivesse existido, e não pude sair anunciando por aí que eu não me lembrava de nada. Achei que nada tão importante assim tivesse acontecido e, no entanto, parece que eu esqueci que casei e que tinha um filho dessa relação. É completamente impensável que eu esqueci algo tão importante.

O que houve? — Sem esperar minha resposta ele emenda. — Deixe-me verificar minha agenda... — A linha fica em silêncio e depois ele volta. — Tenho uma hora livre para o almoço, se quiser...

Olho o relógio e são 11h35.

— Estou indo, preciso conversar com você.

— Está bem. Você apenas quer conversar ou está sentido alguma coisa? Você teve algum sonho novamente?

Eu geralmente tenho sonhos recorrentes, sempre sonho que estou perdido em um lugar desconhecido e no sonho eu tenho a sensação que perdi algo importante, sempre é um sonho nebuloso, sem sentido algum, e acordo sobressaltado e com meu coração acelerado, e geralmente passo o dia com aquela sensação de aperto no peito. Como havia perdido meu pai e irmão, eu associava a isso, mas será que não tem mais coisa aí que não lembro. Seria Clara essa coisa importante que eu sentia que havia perdido?

— Conversaremos daqui a pouco — digo, depois me despeço e desligo.

Meia hora depois estou parando o carro no estacionamento do consultório médico. Paro no estacionamento e fico sentado lá por um momento, tento absorver a enxurrada de informações e revelações de Clara.

Eu tinha um filho, caralho? O garoto é igual a mim quando tinha sua idade, como diabos isso é possível? Na verdade, ele é uma versão de mim agora também.

Sete anos atrás eu quis viver longe do Grupo Monteiro. Do meu pai, da sombra do meu irmão mais velho, da minha família e viver longe do peso que a nossa família representa, principalmente do meu irmão mais velho perfeito, então deixei tudo para trás e viajei, curti com mulheres, aproveitei cada momento, mas eu não me lembro de ter casado. Nunca cogitei casar, isso não estava em meus planos naquele momento, eu apenas queria curtir, mas deve ter acontecido algo e casei. Clara não poderia me confundir com meu irmão, ele e eu éramos opostos em tudo, desde o tom de pele, cabelos olhos, tudo. Eu sou igual a minha mãe, enquanto ele era a cópia do meu pai, assim como Melissa.

A Esposa Esquecida do CEOWhere stories live. Discover now