7.1 Lapdance

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(Músicas usadas no capítulo: Buttons - Pussycat Dolls e Do I Wanna Know? - Arctic Monkeys. Desculpem não colocar os links, o Watt não deixa!)

Atibaia e seu sorriso maléfico me convidaram a segui-la com um gesto de mãos. Eu fui, meio entorpecido, meio receoso, mas definitivamente um poço de curiosidade. Puxou-me pela gravata até estar no centro do salão, agora já mais vazio, visto que os cavalheiros ainda se acumulavam na porta do camarote, dando trabalho ao novo segurança.

A índia colocou dois dedos na boca e emitiu um assobio fino, chamando a atenção das colegas. Como se coreografada para um novo especial, Selena mudou a trilha sonora, tirando o som ambiente morno e colocando um pop chiclete que com certeza era top das paradas nas casas de striptease. Uma cadeira chegou até nós e Atibaia a parou com a ponta do salto. Olhamos para a direção de onde tinha vindo e encontramos Mayra dando uma piscadela. Se possível, o sorriso de Atibaia aumentou e logo ela me sentava em uma poltrona almofadada.

A batida intermitente começou a com ela os movimentos no quadril da índia. Ela se balançava à minha frente, os olhos fechados, entregue à melodia. Passeava as mãos pelo tronco, contornava o pescoço e brincava com a alça da blusa apertada.

Engoli em seco entendendo o que ela queria dizer com "me sujar" quando puxou a cadeira para usar em seu número particular. Me senti imediatamente em um daqueles clipes de rap, com mulheres fenomenais fazendo danças sensuais. Seus olhos meio abertos não deixavam os meus e os braços estavam sempre em movimentos fluídos, que convidavam a sensualidade natural.

I'm telling you to loosen up my buttons babe (uh huh)

But you keep frontin' (uh)

Sayin' what you gon' do to me (uh huh)

But I ain't seen nothin' (uh)

Sentou na cadeira à minha frente e abriu os joelhos em um estalo. Curvou-se para frente e acariciou as próprias pernas desde os tornozelos finos, passando pelas panturrilhas, e finalizando no interior das coxas fartas. Atibaia virou-se de lado, jogando o corpo para trás e ondulando a coluna enquanto se tocava entre os seios e por toda a extensão da barriga. Eu tinha certeza que qualquer homem naquele ambiente queria ser a pele que envolvia seus dedos longilíneos.

Ela ficou de pé em uma última rebolada sarcástica – reboladas podiam ser sarcásticas, certo? – e estralou os dedos para o ar.

- Meninas, hora de desvirginar o almofadinhas. – riu em apenas um soluço e eu vi pelo canto dos olhos, ainda imóvel, Selena e Mayra aproximarem-se de onde estávamos.

Typical, hardly the type I fall for

I like when the physical

Don't leave me askin' for more

I'm a sexy mama

Who knows just how to get what I wanna

What I wanna do is bring this on ya

Backup all the things that I told ya

Percebi que elas se alternariam ao que Mayra tomou a minha frente, erguento os braços para o teto e virando-se com a bunda remexendo no ritmo da batida. Ela inclinou a coluna toda para frente, fazer um ângulo de 90 graus no seu quadril que praticamente empurrava todo o traseiro bem na minha cara. A fez tremer de um jeito que eu não achava possível e me peguei batendo duas palmas admiradas pela habilidade, ao que ela riu, me olhando por cima do ombro.

A loira abriu uma das pernas, dando como se fosse uma rasteira em ninguém, e então estava ajoelhada sobre os quatro membros. Arrastou-se e um engatinhado despachado na minha direção, como uma tigreza feroz, parando bem no meio dos meus pés. Por puro reflexo, sobressaltei-me para trás ao notar sua proximidade com a minha cintura, e isso causou mais gargalhadas na pequena plateia que nos observava. Sinceramente, não me importei, estava um tanto quanto em órbita.

[Degustação] BordelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora