Mersun

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A verdade é que não se sabe exatamente a origem de Mersun, contudo, pode-se apenas afirmar - com todas as certezas possíveis - que o início do mais esplêndido e majestoso universo estava enraizado nos encantos desta gigantesca terra. E essa não era somente uma extensa área, a qual mais tarde seria dividida em quatro regiões, como também representava a existência, a essência da vida e a singularidade. De fato, era o mais incrível mundo, que nem os maiores Deuses inventados depois pela História seriam capazes de estruturar.

Assim, Mersun expirava luz. Suas fronteiras, que aparentavam ir aos confins do horizonte do infinito, escondiam as mais altas montanhas, os mais límpidos lagos e mares, os mais libertadores bosques e a mais encantadora natureza. E sobre essa terra mágica, encontrava-se um polido céu misterioso e preenchido por segredos jamais desvendados.

Em seu centro, havia Manacá, uma belíssima e enorme árvore de tronco colorido e folhas verdes esmeralda. Suas raízes atravessavam as profundezas de Mersun; suas forças surreais possibilitavam o equilíbrio e a existência de todo o universo; sua presença existia antes mesmo de qualquer suspiro de vida ser formado. Dessa forma, Manacá estava além do conhecido; era o coração de Mersun, do universo. Um coração vibrante e que, após longos anos, fez florescer inúmeras manifestações de seres vigorosos.

E não se deve contar que inicialmente surgiram os indivíduos de determinada característica, pois essa seria a mais mortal das mentiras. A realidade é que foi como uma explosão, feito em um piscar de olhos: Dos céus derramou-se as águas gélidas, das montanhas ecoou o som da vida, dos mares escapou as almas bem-aventuradas, dos bosques emanou a areia para estruturar o corpo, e, tão de repente, a luz do viver ocupou os diversos cantos de Mersun.

É impossível, no entanto, desenhar um ponto final nesse estranho relato. Não, não é assim que esse universo funcionava (e funciona). O mundo que lhes apresento era como um organismo sofrendo constantes metamorfoses, regidas, é claro, pela força indescritível de Manacá.

O andar do tempo fez com que as terras fossem divididas em quatro espaços: Cada área, que era protegida por três guardiões misteriosamente escolhidos pela grande árvore, respeitava as outras e reconhecia a importância da união entre elas.

Na Região das Montanhas, a oeste de Manacá, fazia-se um extremo frio durante metade do ano, mas era a zona privilegiada pela mais bela das vistas: O céu aparentava quase beijar o chão coberto por flocos finos de neve, e eram tão próximos que, durante a Noite do Florescer, as nuvens tomavam as colinas e era possível andar sobre elas, além de que permitiam que aquele infinito pano azul celestial ficasse completamente visível para a observação do espetáculo. Uma paz única habitava a localidade.

Existia também a Região das Luzes, situada ao norte, que possuía as mais encantadoras arquiteturas, como o Palácio de Anga e os salões festivos. De manhã, era tudo muito calmo e belíssimo, talvez por ser a primeira região a receber os raios de luz de Manacá - sendo Araxá, moradia do Feiticeiro e de seus aprendizes, a primeira residência a se banhar pela energia matinal. Além disso, quando a noite surgia, todas as construções iluminavam-se, como uma aurora boreal, e começavam as festividades: Músicas saindo pelas paredes, danças, risos, banquetes e longas conversas. Certamente, era o lugar ideal para sentir a vida sorrir.

Ao leste, entretanto, encontrava-se a Região das Águas. Claríssimos mares, lagos e rios ocupavam o local, enquanto que o solo, que era extremamente fértil, apresentava as mais estranhas plantas. E havia o famoso Entardecer das Cores: As águas das mais diversas fontes da região erguiam-se, e, no mesmo instante, do céu caíam-se inúmeras gotas. A água da terra se chocava com a água da superfície celeste e um brilho extremo era formado; e elas permaneciam dançando entre si, meio que flutuando e deixando um cheiro fresco no ar. Depois, trocavam de posição, o que era do chão se torna do céu e vice-versa. No final, Mersun vivenciava um pano colorido sobre todas as áreas, como um gigantesco arco-íris cobrindo o universo, o qual continuava assim até que Manacá adormecesse e a noite surgisse.

E, ao sul, enxergava-se a Região dos Ventos. Era um local com muitos bosques e estradas de pedras, possuindo também a maior floresta daquele único e inesquecível mundo. Contudo, de todas as magias que circulava pelo espaço, O Vale dos Sinos e O Vale do Balançar eram os mais fascinantes. O primeiro era composto por sinos que desciam do céu e que avisavam Mersun quando o dia enfim havia terminado; já o segundo, que se localizava logo atrás do Vale dos Sinos, maravilhava os olhos das pessoas com os milhares de balanços que também aparentavam estar pendurados no teto celestial, e esses possibilitavam uma vista inimaginável do universo. Era realmente um ambiente fantástico para passar o dia com os conhecidos enquanto os mersanos e as mersanas caminhavam pelas praças.

Mersun, mesmo com tantas áreas diversificadas, permanecia com uma brisa calma e aconchegante, enquanto os habitantes aproveitavam a vida que possuíam, desfrutando da justiça, da compaixão, da igualdade, do respeito e do amor que representavam a alma daquelas intermináveis terras.


Mestre Ósman,

Sucessor de Adaã.


[...] Um dia, porém, Mersun e Manacá desabaram, transformando tudo e todos em dolorosas ruínas. E o que se sucedeu depois é para mim, e provavelmente seria para todos os meus mestres, extremamente difícil de escrever.


Codar,

Antecessor de Yashua.



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Heeey leitores e leitoras, como vocês estão? (Respondam essa pergunta, galera, é muito importante!!)

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Espero vocês no próximo capítulo!!

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