Prólogo

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A jovem abriu os olhos e apavorou-se com o que viu

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A jovem abriu os olhos e apavorou-se com o que viu. Na realidade, com o que não avistou. Ao seu redor, não havia terra firme, apenas as estranhas e vastas profundezas. Suas pernas estavam completamente nuas e descobertas devido à ausência de pelos, como também se encontrava o restante do corpo, e essas buscavam desesperadamente algo para se apoiarem, implorando para não afundarem na infinita escuridão.

Observando os seus longos cabelos dançarem entre aquele abismo azul, ela percebeu que a água estava extremamente gelada e escura, além de disfarçadamente iluminada somente por alguns raios reluzentes que eram corajosos os suficientes para mergulharem naquela imensidão desconhecida.

Onde estou? Ela perguntou-se, sem nem ao menos saber o próprio nome.

Sentia-se totalmente vazia, sem rumo e perdida. O ar aparentava estar, pela primeira vez, fazendo falta. Mas como ela sairia daquele mundo submerso em gotas e mais gotas misteriosas? Seu coração tremia, e a cada pulsar era como uma ponta afiada fincando em seu tórax. Uma batida e uma pontada. Mais uma batida e mais uma longa e irritante pontada.

Talvez, se não houvesse tanta água abraçando o seu magríssimo corpo raquítico, ela poderia acreditar que algumas lágrimas escapavam de seus olhos frágeis. Era um verdadeiro cenário de filme de terror: Os ossos pesavam toneladas, o ar estava escasso, e a memória meramente não existia.

Uma dor agonizante, entretanto, a despertou. Era como se o corpo estivesse implorando para que pudesse se libertar e possibilitar que o ar invadisse violentamente cada esquina daquele organismo.

A menina, inocentemente, tentou nadar. Tentou e tentou. Procurou concentrar-se em emergir para permitir que os pulmões parassem de se contraírem. Contudo, não teve êxito. Simplesmente não conseguia se movimentar, como se correntes estivessem presas em seus delicados pés e, dessa forma, forçando-a a permanecer imóvel e esquecida naquele silêncio tenebroso.

Cuidado com as correntes, Sunsea. Muito cuidado. Ela ouviu alguém dizer.

A jovem, desesperada, agitou-se. Seus braços e pernas locomoviam-se para sentidos opostos, sem nexo e desorientados, formando uma movimentação turbulenta na água, além de estranhas bolhas que sorrateiramente escapavam da boca de lábios pálidos, a qual suplicava para abrir e deixar que até mesmo o fluído cortante descesse rapidamente e corroendo pela garganta.

- Q..ue...m.. diss.e.e is..so? - Ela tentou perguntar, porém, as palavras saíram desconexas, ficando sem sentido e impossíveis de ouvir. O que aconteceu, de fato, é que o líquido finalmente invadiu a parte interna do corpo dela.

Sufocando-a. Torturando-a.

Um desejo de simplesmente sumir passou subitamente pela mente dela, que agora parecia estar girando. A tontura e as aflições chacoalhavam sua cabeça, deixando para trás uma confusão de pensamentos.

Sunsea, ainda não é a hora de partir. Você irá percorrer uma longa trajetória, mas jamais desista. Jamais. A voz, que era doce e calma, aparentava uma melodia, a qual era ecoada de dentro para fora. De dentro da menina.

As pálpebras da jovem começaram a ficar vagarosamente pesadas. A mente demonstrava que em breve iria explodir. O organismo evidenciava chorar devido aos engasgos que continuamente a perseguiam. Era o fim.

A visão foi-se escurecendo cada vez mais, como se a vida estivesse dando um beijo de boa noite na garota.

E teria terminado assim, com ela afundando e despencando, tornando-se uma pedra de gelo que continuaria desconhecida por toda a eternidade. Entretanto, uma longa rede, feita de cordas grossas, atravessou a película da água, chegando até Sunsea e alterando o que nem mesmo o Destino poderia prever.

A menina, quase sem forças, obrigou as mãos a se prenderem e agarrarem aquela malha quadriculada. Dessa maneira, a jovem possibilitou que a rede a capturasse.

A sensação de estar subindo logo apareceu. O entrelaçado de pesca subia e subia para a superfície, sendo puxado por velhos pescadores.

O barco dos indivíduos balançava de um lado ao outro, causando certo receio.

- Puxem rápido isso! – Um deles gritou. Vamos, força!

- Acho que pegamos um peixe grande! – O outro, rindo, pronunciou. Vai dar para alimentar a família toda!

Os responsáveis pela pesca usaram toda a vontade e esperança de poderem alimentar-se bem naquele dia para trazer à tona a rede. E, quando enxergaram os primeiros indícios da malha, ficaram horrorizados.

- O que é isso? – O filho do dono do transporte marítimo perguntou incrédulo.

Eles seguraram um pouco sem jeito a garota, que se encontrava inconsciente, enquanto tentavam colocá-la no chão sujo e molhado do barco.

Com a respiração ofegante e o olhar espantado, encararam o que estava bem diante deles.

- É... é uma pessoa. – Falou alguém, aproximando-se dela. E ela está viva!

Um tumulto preencheu a locomoção e, apressadamente, os motores ligaram. Não demoraria muito para que todos ficassem sabendo sobre a jovem que emergiu do incrível Lago das Flores, no planeta Cadent.


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Olá, leitores e leitoras <3 

Primeiro, obrigada mesmo se você leu até aqui, já é uma honra poder ter tido a sua visualização. É claro, se você puder não ser um leitor fantasma e dizer o que gostou (e também o que não agradou) e dar aquele voto lindo, ficarei imensamente grata, do fundo do meu coração estranho 'rs <3 

Segundo, preciso avisar que essa obra será dividida em duas partes: 

 *ANTES: Quando se passará em Mersun (o próximo capítulo é a apresentação desse universo)

*DEPOIS: Quando começa a história em Cadent, esse planeta novo :) É muito importante eu começar com Mersun (e que vocês tenham paciência 'hehehe) porque apenas assim as coisas irão se encaixar. (Desculpa, amores e amoras, mas tem muito suspense! rs)

Enfim, o próximo capítulo é curto porque é uma apresentação. Os próximos já são a história por sí só. 

Beijão e até. 

:3 

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