Capítulo Dois.

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Isabella narrando:

Corro pelo calçadão sentindo o suor descer pelas minhas costas e o vago dos meus seios, o vento que vem da maré toca meu rosto suado e me faz estremecer. Vejo pessoas abrindo seus quiosques, vendedores que andavam pela praia e calçadão em busca de ganhar seu dia, empresários correndo pra lá e pra cá, o congestionamento matinal na avenida principal de Copacabana. Eu via tudo isso enquanto corria.

Paro num pequeno quiosque, tiro os fones de ouvido e peço um suco de cupuaçu. Me sento e tomo com a respiração meio ofegante, fico olhando as ondas se quebrando e alguns surfistas já chegando para aproveitar as primeiras ondas da manhã.

Ao terminar de tomar o suco, eu pago, e volto a correr até chegar em casa. Vou tirando meu tênis sujo antes mesmo de entrar em casa, Jéssica tinha pavor de sujeira, ela era literalmente muito chata com isso. Vou pra cozinha, coloco o pó de café na cafeteira e deixo a sacola com pães e bolo sobre a mesinha de vidro.

Vou tomar banho e retirar todo aquele suor de mim, e assim faço, depois visto uma roupa folgada e vou tomar café da manhã. Todos ainda dormiam, mas por conta de ficar dois anos acordando cinco e meia da manhã pra poder ir pro serviço que ficava longe, eu acabei acostumando com essa rotina.

Vejo no relógio que são sete e meia da manhã, precisava acordar esse pessoal. Fui no quarto de Jéssica e bati na porta, sei que era inconveniente, mas se eu não acordasse ela, Jéssica não acordaria. Ela já havia quebrado dois celulares quando tocavam pela manhã a acordando, mas ela tinha que estar no escritório exatamente nove da manhã.

Depois fui pro meu quarto, meu e do meu filhote, era pequeno, apertado, mas era nosso cantinho. Havia um guarda-roupa pequeno, um berço que Lucas nem encostava mais e do lado do berço uma cama de casal que era onde nós dormiamos abraçados, tinha o ventilador mas mesmo assim era muito quente. Me deitei na cama próximo dele e encostei minha cabeça no travesseiro o olhando.

Ele dormia como um anjo, e eu admirava ele, relembrando de tudo que já passamos juntos. Eu, naquela sala de cirurgia, o tendo, sentindo dor e olhava ao redor sem ter ninguém comigo, eu chorava, mas quando ele nasceu e o segurei, eu sorri tão sinceramente, pois eu o amava mais que tudo, amava aquele pequeno bebê gorducho e perfeito.

Toquei o nariz dele e me aproximei beijando as bochechas do mesmo.

─ Mamãe, deixa eu dormir mais um pouquinho ─ disse manhoso, rindo e se espreguiçando. Ele abre seus olhinhos e me encara.

─ Já vai dar oito horas, mocinho ─ digo e ele rola na cama pegando o urso dele, eu começo a fazer cócegas nele e ele ri tentando se safar. ─ Bomba de cócegas!

Ele desperta e sai dos meus braços, é tão bom ver a gargalhada gostosa dele, me deixava tão feliz.

Ele me abraça e se joga em cima de mim, o abraço e o encho de beijos.

Era bastante carinhosa com meu filho, fazia de tudo pra estar presente na vida dele. Meu filho nunca foi uma criança que teve tudo o que quis, é certo que passamos necessidades, mas ele nunca passou fome porque já deixei de comer pra dar pra ele.

─ Vamos acordar a tia Jeh? ─ digo e ele concorda animado.

Me levanto na pontinha dos pés e vou pro quarto da Jeh, abro a porta de uma vez e corremos pra cima dela, nós dois nos jogamos já enchendo ela de cócegas.

Ouço meu celular tocando e vou correndo atender deixando os dois guerreando nas cócegas.

Atendo rápida.

Meritíssimo [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now