Capítulo Quatro.

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Isabella narrando:

Primeiro dia de trabalho, ok, vamos lá... Confiro em minha mochila se está tudo organizado, três peças de roupa, minhas coisas pessoas e objetos precisos, carregador do meu celular, meu livro que estava lendo e bom... não estava nada mal. Eu estava muito nervosa, mas precisava manter a calma o máximo possível. Eram só crianças, que mal tinha?

Me visei no espelho. Usava uma calça jeans justa e uma blusa de mangas na cor cinza, nos pés uma sapatilha e meus cabelos estavam perfeitamente amarrados em um rabo de cavalo.

Respirei fundo e fui dar um beijo em meu filhote que ainda dormia e visei meu relógio de pulso, eram cinco e trinta e oito.

Voltei pra sala, tomei um copo de água e respirei fundo. Será que ele viria mesmo me buscar? Ou teria que ir de ônibus? Era longe? Não sabia onde ele morava, não foi me passado isso.

Ouvi uma buzina alta e olhei no relógio: cinco e quarenta.

Será que era o tal motorista?

Olhei pela janelinha do corredor que dava pra rua e vi um carro preto e enorme. Devia ser ele. Peguei minha mochila, tranquei tudo e fui pra porta.

Um cara alto de terno desceu e abriu a porta para mim, a porta traseira. Fiquei meio desconfiada mas entrei lhe dando um "bom dia" e não obtendo respostas.

Cheguei na mansão dos Guimarães exatamente as seis horas e ponto. A mansão ficava em um lado isolado de Ipanema, era imensa, de dois andares e trajava a típica casa de gente rica e importante, só achei que era meio que "esquisito", meio desconfortável de se morar pelo simples fato de parecer ser uma casa da época do nazismo. A cor era cinza, a maior parte da casa era na pura madeira, alguns detalhes negros, por isso a aparência tão fechada e obscura, assim como o próprio Sebastian Guimarães.

Eu desci do carro acompanhada por um segurança, olhei ao redor e a praia ficava bem de frente pra casa, o sol estava nascendo, era lindo por esse lado e até amenizava o clima pesado que a casa possuía.

O segurança me guiou até a entrada, tinha vários seguranças pelo imenso jardim, trajando o terno preto, armas na cintura e rádios. Confesso que me davam certo medo, mas estava certo, estavam fazendo a segurança de um juiz poderoso e seus três filhos, era de se esperar tal preocupação em o proteger.

O jardim era bem cuidado, não pude deixar de reparar, todo bem cortado, algumas flores em um canteiro, a grama bem verdinha e naquele horário sendo molhada, árvores, a enorme piscina em um canto com guarda-sol, mesas e cadeiras de sol, mas estava vazia, e tinha até alguns brinquedos, mas aparentemente parecia que ninguém brincava ali fazia um tempo.

Ao chegar na porta da mansão que ficava maior e mais poderosa de perto, dois seguranças me barraram.

─ Podemos ver sua bolsa? ─ eles pediram e dei minha mochila pra ambos que revistaram minhas coisas.

─ A Fabíola irá revistar a senhora ─ um dos caras disse e veio uma mulher me revistando rápido. Engoli o seco.

Que humilhante aquela cena, eles acham que eu entraria naquele lugar armada? Eu estava ali pra trabalhar e não ser humilhada, não queria ninguém com as mãos em mim, acho que só não surtei mesmo porque havia sido uma mulher, se fosse um homem nojento querendo tocar no meu corpo eu iria virar uma louca bem ali.

Após passar por aquele momento de humilhação eles me entregaram minhas coisas e abriram a porta da sala principal. Era imensa, o piso era todo no mármore branco, as paredes em um tom marrom só que um pouco mais escuro, havia um tapete enorme, um sofá de couro branco em estilo executivo, alguns quadros, jarros de flores, lustres, uma televisão e muito mais coisas que tornavam aquele espaço algo totalmente luxuoso.

Meritíssimo [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now