Capítulo Dez.

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Isabella narrando:

Hoje é sábado e no nosso pequeno apartamento o clima é de comemoração. Hoje fiz um mês e cinco dias trabalhando na mansão, e hoje, também recebi meu primeiro salário. Era gratificante ver a geladeira cheia, comprar todos os presentes que prometi pro meu filho, pagar todas as contas e me encontrar plenamente aliviada.

Momãe ─ Lucas se joga nos meus braços, estou sentada no sofá, meio exausta e quase dormindo. Encaro seus olhos brilhantes e seu sorriso de orelha a orelha. ─ Pra quem é os plesentes ali?

Ele olha pro canto da sala onde estava os brinquedos dele, abro um sorriso e o pego no colo. Beijo a lateral de seu rosto e o envolvo num balanço, era uma sensação estranha saber que ele estava crescendo e que logo seria um rapaz e não mais meu cebolinha espertinho. 

─ Advinha? ─ dou um sorriso aberto e sincero.

─ Pra eu? ─ seus olhinhos brilham e assinto.

Ele havia acabado de chegar junto de Jéssica e Eric e não demorou muito pros dois adentrarem o apartamento com algumas bebidas e comida, é, ela não brincou quando disse que faria uma festa. Mas eu estava literalmente sem cabeça pra isso, não tirava os trigêmeos da minha cabeça, ou melhor, o jantar e a forma que o pai deles tratou-os. 

Meu coração se apertava, me colocava no lugar deles, não mereciam isso, eram tão novos e já tinham adquirido o gênio do pai, não os culpo, mas me aproximar deles era difícil até demais, eles não queriam. Mas não pararia aí... eu não ia desistir fácil de fazer Clarisse e Christian mudarem esse pensamento sobre a vida deles.

Vejo Lucas abrir seus presentes e seus olhos brilharem, ele pula feliz e vem me abraçar.

Bigado, mamãe ─ ele me abraça forte. ─ Vou levar pra escolinha.

─ Gostou?

─ Sim.

Ele vai brincar no chão com seus brinquedos novos enquanto eu me levanto indo até Jéssica e abraçando-a.

─ Cachaça! ─ ela retira as duas garrafas de vodca da sacola. ─ Pra comemorar seu mês na mansão do senhor Guimarães.

Rolo os olhos e a solto, me estico e belisco o chocolate sorrindo.

─ Vou ficar com o suco de laranja, obrigada.

Pego o suco de laranja e despejo no copo, Eric vai até a televisão e coloca uma música logo dançando com Lucas de forma engraçada. Imaginava seriamente o filho desses dois, será que puxaria a loucura de ambos?

Pego o bolo de chocolate e o mordo, estava uma delícia.

─ Clara iria amar esse bolo... minha nossa... está uma delícia! ─ digo sentindo o gosto da calda na minha boca.

─ Faz um pra ela! 

─ O senhor Guimarães não deixa ─ digo meio entristecida. ─ Sabe, Jéssica, odeio o jeito que ele trata os filhos, mas procuro não me meter.

─ São mimados? 

─ Revoltados, nada de mimados, mas eles não tem culpa alguma.

─ E a mãe deles? Eles não tem?

─ Morreu, no nascimento deles parece.

─ Nossa, que barra... ─ ela pega meu bolo e come, a olho indignada. ─ Devia insistir pra eles te aceitarem, eles só são privados de amor e carinho, talvez seja isso que precisem.

Meritíssimo [DEGUSTAÇÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora