Cartas de Rebeca (Degustação)

Terceira Carta

Natal de 2009

Lucas,

Você sabe como eu adoro o Natal! Essa é uma das melhores datas do ano, mas você estragou isso também! Droga! Você estragou tudo, como se tivessem roubado minha alegria e nada mais a trouxesse de volta.

Não há mais cor ou graça em nada do que eu faça. Eu vejo a vida passar, mas não a sinto, não há emoção. Como se eu apenas assistisse a vida passar, em câmera lenta e cenas em preto e branco, em um filme mudo, daqueles antigos.

Alguma coisa quebrou dentro de mim. Algo se partiu tão profundamente, que nunca poderá ser reparado. Eu me perdi em mim mesma, e dia após dia, travo uma luta para tentar ficar de pé.
As pessoas ficam me dizendo que isso vai acabar, como se houvesse um prazo de validade para o meu amor, que devia ser ativado assim que você foi embora, algo do tipo: "Ele não te ama mais, é hora de você deixar de amá-lo".

Como se fosse assim, simples, um interruptor de liga e desliga o amor. O amor não é simples, nem amar e, principalmente, amar quem não te ama. O que eu sinto é verdadeiro e durável, mesmo que você tenha me deixado. Eu vou seguir te amando, porque quando o amor é verdadeiro, permanece.

Eu vou lutando para ficar de pé, mas hoje eu não consegui, e fraquejar me deixa ainda pior. Não tem como comemorar o Natal sem você, pois não há motivos para celebrar sem você aqui. Eu comprei um presente para você: seus chocolates favoritos e fiz um cd com nossas fotos. Embrulhei tudo e deixei no meu armário, tinha esperança que você aparecesse, mesmo que apenas para dar um "oi", talvez em consideração a minha avó, mas nem isso... Nem uma mensagem, seja por pena ou educação, ou por um mínimo de consideração. Nada...

Nada! Parece que foi isso que me tornei para você... Eu me pergunto como em um dia uma pessoa é alguém fundamental na sua vida, você conversa com ela todo dia, faz planos, sorriem juntos e, de repente, dois meses depois, você elimina ela da sua vida e a reduz a nada...

Acho que esse é o pior estágio do término, quando não há mais nada para sentir, nem bom ou ruim... Quando alguém que costumava ser essencial, torna-se indiferente. Quando você deleta uma pessoa da sua vida, pura e simplesmente. Como pode ser tão simples deixar de amar?

Eu queria saber como é não sentir nada, pois a cada maldita hora eu só sinto mais e mais... Uma gangorra de sentimentos, bons e ruins. Amor, raiva, saudade, ódio, desejo, vingança, às vezes, até os sinto ao mesmo tempo, e todos por você. E eu me pergunto até quando isso vai durar...

Como se leva anos para construir uma vida com alguém e apenas algumas palavras para destruir todos os sonhos e planos? Como uma nova vida surge e rapidamente a outra é esquecida? Há algum fundo de verdade em todas as declarações e promessa que um dia você me fez? Há alguma maneira mais prática e fácil de fazer isso passar?

Eu te amo muito, Lucas, mas hoje, se eu pudesse, eu escolheria não ter te conhecido. A dor que eu sinto por você ter me deixado, supera os anos de felicidade que tive ao seu lado, felicidade que eu me questiono se era mesmo real.

Todos os dias eu me faço uma pergunta, e um dia espero poder perguntar para você:
Você me amou, Lucas? Se amou, como esse amor pode ter morrido assim?

Enfim... feliz Natal!

Sua pequena,
Rebeca.

                          ❤❤❤

E o primeiro Natal da Rebeca sem o Lucas foi um desastre...
Ela está tentando, mas não é fácil. Acho que começa a ficar claro que a Rebeca começa a cair em depressão, mas ela tenta esconder o que sente.

Guardar o que sente é a melhor solução? Será que, se ela tivesse tido coragem e ido falar com o Lucas, as coisas seriam diferentes?

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Já saiu o book trailer do livro do Miguel, já assistiram? O que acharam?
Me digam tudo! Haha

Até a próxima carta!

Música da carta de hoje: Eu nunca disse adeus - Capital Inicial 💔