❌ Sétima Carta ❌

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Fevereiro de 2011

Lucas,

Uma vez eu li em um livro que: "a vida não é uma fábrica de realização de sonhos". Eu achava que era um exagero, mas agora sei que é verdade. A vida não é boa em realizar sonhos, mas é ótima em transformar pesadelos em realidade.

Ontem eu soube que você está namorando com a Natasha. Sei que você tenta esconder, mas o Rodrigo não mentiria para mim, nem as fotos que vocês aparecem juntos com frequência no Facebook. Eu era louca por ter ciúme dela, mas agora você está com ela, parece que eu não sou tão louca, né?

Me pergunto se isso é de agora ou se você me enganou. Aliás, algo dos últimos anos foi real ou era apenas uma brincadeira, um passatempo? Quantos "eu te amo" foram ditos de verdade e quantos outros foram ilusão?

A verdade liberta, mas machuca, como uma ferida que não fecha, que quando está quase cicatrizando, vem algo e a cutuca, fazendo-a reabrir e voltar a sangrar. A minha verdade que não cura é que nem todo amor tem um final feliz, mas sempre tem um final. Eu só não sei como lidar com o capítulo final da nossa história, nem como entender a sua continuação.

Achei que Campinas seria uma cura, mas isso é só um paliativo. Quando eu acho que estou esquecendo, algo acontece e as memórias reaparecem, trazendo à tona todo sentimento que eu insisto em afogar. Você está marcado em mim, como uma memória que nunca vai se apagar, independente do quanto eu viva ou o que eu viva, é de você que eu sempre vou lembrar. Contra algumas verdades, não temos como lutar...

Eu queria que fosse simples para mim como foi para você. Queria olhar para o Miguel e me apaixonar por ele, me permitir, escrever uma nova história. Só que nada nunca é fácil para mim. Enquanto você segue, eu continuo presa as memórias desse nosso amor, que não soube viver e agora também não sabe como morrer...

Apesar de tudo, eu sinto um orgulho danado de mim. Eu consigo levantar todos os dias e enfrentar a maratona que é a minha vida sem você. Eu vivo uma vida normal, dentro de uma realidade que eu me impus. Eu pensei em ficar parada e só deixar o tempo passar, mas não seria justo, nem comigo nem com os que se importam comigo. É por eles que eu sigo, por isso foquei na minha carreira e vou vivendo um dia de cada vez.

Amar pode ser o melhor jeito de viver. Amar e não ser correspondido está entre as piores formas de sobreviver, mas eu sou teimosa, eu consigo.

Eu me pergunto se você faz os mesmos planos com ela. Se assiste os mesmos filmes, ouve as mesmas músicas, frequenta os mesmos lugares e conta as mesmas mentiras... Ou se toda a bobagem e ilusão de amor eterno eram exclusividades minha.

Não está sendo fácil, Lucas. Mesmo longe, você ainda consegue me ferir das piores formas possíveis. Será que algum dia eu vou conseguir me vingar de toda dor que você me causou? Seria o esquecimento a minha melhor vingança?

Dizem que o amor pode nascer de um olhar, que pode durar menos que um minuto. Quanto tempo é necessário para fazer um amor morrer?

Eu sempre achei que a pior morte era a física, quando temos que dizer um adeus definitivo. Agora eu vejo que a pior morte que existe é a que experimentamos em vida, quando nossos sonhos morrem e se perdem dentro de nós. E você tem que continuar vivendo como se nada tivesse acontecido.

Até algum dia,

Pequena.

                        🌹🌷🌹

Boa noite!
Mais uma carta, mais um pedacinho da Rebeca...
Parece que ela tem vários pedaços, né?

O que acharam?
Não esqueça do voto e do comentário, se gostou, compartilhe!

Música:
Pra te lembrar - Luiza Possi

Obrigada por acompanharem a história!

Beijos, até a próxima!

Cartas de Rebeca (Degustação)Where stories live. Discover now