Capítulo 14

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Acordei sentindo a luz do sol sobre minhas pálpebras, mas evitei abrir meus olhos.
Me virei na cama e senti um peso sobre minha cintura. Levei um susto e abri meus olhos lentamente. Jake me encarava sorrindo. Merda. Flashes da noite anterior bombardearam minha cabeça. Jake me beijando. Nossos corpos ansiando por mais. Ele me pegando com força. Meu rosto começou a queimar com as memórias nada inocentes que me vinham a mente.
— Tendo boas lembranças baby? — Sua voz rouca fez minha pele arrepiar.
— Não cansa de ser um cretino?
— Um cretino que te fez gritar a noite inteira. Acho que mereço um desconto gata.
— Você...você tem que ir. — Me virei para o outro lado.
— Estou me sentindo usado gata, você abusou de mim e agora me manda embora?
— Você nem foi o melhor que já tive. — Fechei os olhos enquanto soltava a maior mentira que já disse. — E acertou em cheio, você estava aqui, uma coisa levou a outra, mas não passou disso.
— Eu sei que está mentindo, sua voz estremece quando você mente, mas se você não consegue admitir as coisas quem sou eu para te obrigar não é mesmo? — Senti a cama balançar com o movimento que me pareceu ser ele levantando. Ouvi o barulho dele colocando as roupas, mas não consegui dizer nada. Logo em seguida veio o silêncio e uma batida na porta.
Fechei meus olhos com força. Tudo isso só podia ser um pesadelo. Lembro exatamente de todos os detalhes da noite anterior, com certeza está marcada na minha mente, por mais que eu tente negar. Levantei com cuidado pegando uma camisa comprida no meu guarda-roupas e indo para cozinha. No caminho, vi a garrafa de vinho vazia e o meu tapete manchado. Vestígios de que o que aconteceu ontem não foi um sonho. Merda. Peguei meu celular e liguei para Melanie. Vinte minutos depois ela chegou.
— Eii B, o que houve? — Eu realmente tenho a melhor amiga.
— Eu acho que fiz uma merda. — Acho que era a melhor definição para o que eu havia feito.
— Ok, desde que você não tenha matado ninguém acho que tem solução. — Já disse que ela é maluca? Bom, não custa reforçar.
— Muito engraçado Melanie. — Fiz uma careta.
— Ei, o que ouve por aqui? — Ela olhou a garrafa de vinho e as taças. — BIANCA, VOCÊ FINALMEMTE TRANSOU?
— Fala mais alto amiga! Acho que o porteiro ainda não ouviu. Sim, e depois mandei o cara para o Alasca.
— Não acredito! Ele foi louco o suficiente para mexer com a menininha Albuquerque e você faz isso? Francamente B.
— Desde quando você é a amiga que da lição de moral? Estamos totalmente ao contrário essa semana, eu que te consolo sobre os homens. — Disse nada contente com a inversão de papéis.
— Parece que o jogo virou não é mesmo?
— Melanie, eu te chamei aqui para me animar, não para me afundar na depressão. E quer saber, acho que fiz super bem em manda-lo para bem longe. Pelo menos não me decepciono depois.
— Bianca, pelo amor de Deus, você não pode afastar todo cara por isso. — Minha amiga me repreendeu.
— Ok, chega desse assunto. Vamos ver um filme e comer besteiras. — Sorri para ela.
— B, desculpe te dizer isso, mas...você não tinha que estar no hospital neste exato momento? — Olhei as horas arregalando os olhos e olhei para minha amiga.
— Desde quando você se tornou a responsável dessa amizade? — Ela ria do meu desespero e eu acabei a acompanhando.

***


Nem acreditei quando cheguei a tempo ao hospital. Corri atrás do Dr. Ávila que era chefe da cardiologia, já que eu iria passar as próximas semanas acompanhando casos com ele, junto de outros internos e residentes. Esse mês estava deixando todos nervosos, o internato estava se aproximando do fim, e precisávamos fazer a inscrição para o programa de residência do hospital no qual pretendíamos trabalhar. Eu provavelmente vou continuar aqui, porque é um dos mais conceituados hospitais da cidade e ainda por cima tem um ótimo departamento de Cardiologia, área que eu pretendo me especializar.

Eu nem comecei a planejarminha festa de formatura, e vou precisar de ajuda com isso. E ainda tem ojantar da minha tia que eu queria esquecer. Tentei deixar tudo isso de lado efocar na paciente a minha frente, uma senhora de aproximadamente uns sessentaanos que iria fazer uma troca de válvula. Fiquei encarregada de prepara-la paraa cirurgia. Estava quase pronta quando Henrique apareceu.
— Bom dia docinho, tudo certo por aqui? - Ele não tem o mínimo senso. Nemdesenhando ele vai parar de me perseguir.
— Doutor, pode levá-la. — Disse já me afastando.
— Espera, não quer participar da cirurgia? — Droga, era simplesmente tentador. —Posso te deixar segurar o coração.
— Aii! — Fechei os olhos. — Está bem, eu vou, obrigada. — Não podia recusar umaexperiência dessa. Ele veio para me abraçar, mas eu desviei. — Por favor, nãoconfunda as coisas Henrique.
Levamos a senhora a sala de cirurgia em que Dr. Ávila já estava aguardando e eufui me preparar, junto de Henrique.
Ele estava quieto, o que estranhei já que ele ama falar. Entramos e o Dr. játinha iniciado o procedimento. Era uma cirurgia de risco para a idade dela, masela estava em boas mãos.
Cinco horas mais tarde saí daquela sala com a pior sensação de todas. Eu nuncatinha perdido um paciente, e tenho que confessar: foi a pior sensação de todas.Eu sei que é impossível salvar todos, mas ter consciência disso não ajudou a mesentir melhor.
O resto do dia e da semana foi um desastre. Parecia que tudo que eu tocava ouresolvia fazer dava errado e eu não tirava aquele cretino da minha mente.Melanie me levou ao shopping para fazer compras e até mesmo para beber, e foi oque ajudou, mesmo que temporariamente. Comentei com ela sobre o jantarbeneficente da minha tia e todo o rolo sobre eu estar namorando. Ela me disse paraconvidar alguém pra fingir ser meu namorado, o que prontamente neguei. Eusimplesmente não vou ir. Não vou mentir para minha família, fora que Nicolasiria matar o coitado que eu decidisse levar.
Aproveitei uma folga que tive para ir escolher meu vestido para formatura. Eutinha que estar deslumbrante e arrastei minha melhor amiga para ajudar nessamissão. Visitamos um ateliê para encomendar um vestido exclusivo. A mulherficou tirando minhas medidas enquanto eu conversava com Melanie como eu queriaa festa. Olhei pelo vidro do segundo andar enquanto a costureira colocavaalfinetes no tecido e arregalei os olhos quando vi Jacob. Ele estava entrandonuma loja de conveniência e parecia concentrado. Com certeza era algo sério,pois estava armado.
Mandei a mulher tirar os alfinetes rapidamente e corri para fora daquele ateliêarrastando uma Melanie totalmente perdida comigo. Cheguei perto da moto dele eme escorei atrás observando o movimento da loja pelo vidro.     

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Ihhhhh, só fiquem imaginando o que a B vai aprontar 😂😂😂 beijos e até o próximo, não se esqueçam de deixar seu voto 😘😘😘

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