Fascínio - Capítulo V

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[...]

     _ O que foi, amiga, quer conversar? _ perguntou Renata, desligando o televisor.

     Júlia foi direto ao assunto.

     _ Preciso da sua ajuda. Quero que ligue para o celular de Henrique.

     _ O que tem em men...

    _ Não me atole com perguntas! Apenas faça o que estou pedindo. Terá que disfarçar a voz. Passe uma conversa nele, diga que quer vê-lo, e pergunte onde poderá encontrá-lo.

     _ Mas por que você mesma não liga?

     _ Você não captou o negócio! É do paradeiro de Nathan que quero saber! Meu irmão jamais me dará tal informação. E, se eu conseguir descobrir onde Henrique estará esta noite, já terei oitenta por cento de chance de encontrar Nathan! Sem contar que, com isso, você terá a oportunidade de ver o meu irmão! Ou será que prefere ficar aí, em frente à televisão?

     _ Meu Deus! Não sei por que insisto em dar ouvidos às suas propostas malucas! O que pretende aprontar, hein?

     _ Ficará sabendo no devido tempo. Então, quer ou não ver o seu amado Henrique?

     _ Isso é covardia. _ murmurou, já levando a mão ao telefone.

     Renata conseguiu enrolar Henrique com facilidade. Horas depois, as duas entravam na casa noturna mais badalada da cidade. Não demorou para avistarem Henrique conversando com alguns amigos. Júlia sentiu aflição por não ver Nathan. Tocou no ombro do irmão e o viu voltar-se com um ar surpreso.

     _ Júlia! Você está bem? Oi Renata! Obrigado pela força que está dando à desmiolada da minha irmã.

     _ Não me agradeça. Você sabe que Júlia é como se fosse uma irmã para mim.

     _ Henrique, Nathan também está aqui? _ perguntou Júlia num rompante.

     _ Está... isto é...não sei.

     Ela não gostou da relutância do irmão em dar a informação.

     _ Ouça Henrique, preciso falar com Nathan. É muito importante. Por favor.

     _ Você está apaixonada por ele, não é?

     Ela engoliu em seco, antes de responder:

    _ Mais do que gostaria de admitir. _ confessou angustiada, percebendo o ar preocupado e indeciso do irmão.

     _ O que é, Henrique? Nathan está acompanhado, é isso?

     _ Por favor, Júlia! Não vá criar problemas. Ele ainda está furioso com você.

     _ Onde posso encontrá-lo? _ insistiu, sentindo um nó na garganta.

     _ Na sacada. _ ele apontou para o lado direito, onde havia uma porta dupla de vidro temperado, dividindo os dois ambientes.

     _ Renata, fique com Henrique. _ pediu, antes de deixá-los para trás.

     Ao passar pela porta de vidro, sentiu o ar fresco da noite invadindo seus pulmões. Por alguns momentos ficou com os olhos fechados, tentando encontrar o equilíbrio de que precisava para colocar seu plano em prática.

     Equilíbrio não encontrado, resolveu ir à luta. Seus olhos o procuravam com ansiedade. Havia alguns casais que desfrutavam um pouco de privacidade em meio a algumas folhagens expostas em pontos estratégicos. Um casal, em especial, chamou sua atenção. Júlia começou a se aproximar com passos lentos. Um calafrio lhe percorria o corpo, suas mãos suavam frio, seu coração parecia querer saltar do peito. Nathan estava acompanhado por uma morena tipo mignon, de lábios carnudos e olhar cúpido. Conversavam um em frente ao outro; a garota deslizava os dedos pela gola da camisa dele.

FascínioWhere stories live. Discover now