Fascínio - Capítulo - XII

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Vívian arregalou os olhos ao se deparar com o estado lastimável da filha.

_ Enfrentou um dilúvio?

Júlia atirou a bolsa sobre o estofado enquanto bufava.

_Ana, leve Nathalie para o quarto, por favor. _ Júlia esperou a babá se afastar, para então começar a relatar o acontecido à mãe. Ficou abismada quando Vívian começou a rir sem parar.

_ Mãe, isto é sério! O homem está me seguindo; pode ser alguém perigoso.

_ Pare, Júlia! Um homem perigoso não ligaria para elogiar sua escolha na compra de... _ levou a mão aos lábios, como se quisesse segurar o riso. _ Um espartilho!

_ Ainda pego esse cara! _ esbravejou Júlia.

_ Ah, isso você deveria fazer mesmo! _ maliciou.

_ Você mudou hein, mãe?!

_ Para melhor, com certeza! _ Vívian afirmou, num tom divertido.

Na manhã seguinte, Júlia recebeu em sua casa uma caixa finamente embalada, acompanhada por um buquê de rosas vermelhas.

_ Veja se há cartão!

_ Que susto, mãe! Não a vi entrando na sala... não, sem cartão.

_ Mas nós sabemos quem mandou _ Vivian bateu palmas com euforia _ Só pode ser o tal do Sheik. Abra logo, vamos ver o que há na caixa!

_ Pare de se comportar como uma xereta, mocinha! _ disse, colocando o buquê nas mãos da mãe, antes de correr para o quarto, levando a caixa entre os braços.

Júlia sentou na beirada da cama, enquanto se ocupava em abrir a finíssima caixa. Ao afastar o papel de seda que cobria o conteúdo, deparou-se com um "espartilho" preto, meias de cinta-liga e uma sensual calcinha de renda. Porém, o que mais lhe chamou a atenção foi um bilhete, com letras impressas.

Desde o instante em que pousei os olhos em você, constatei, com certa contrariedade, que estava perdido. Mesmo assim, confesso que tentei lutar contra o seu feitiço. Missão impossível. Constantemente me vejo perseguido por sua imagem. Quero você, Júlia! E nada neste mundo, me fará desistir de tê-la.

Com o presente, vai um pedido. Use as peças somente quando estiver em minha companhia.

Seu,

Sheik.

Júlia recostou-se na cabeceira da cama com o bilhete entre as mãos.

_ Deus... algo neste homem me faz lembrar de Nathan._ pensou, constatando que a lembrança de Nathan ainda suscitava-lhe forte comoção.

Júlia esperou com ansiedade que o telefone tocasse naquela noite. Já era madrugada; ainda pensava no misterioso Sheik. _ Não posso continuar com isso. Nem ao menos vi o rosto deste homem. Não existe um clone de Nathan. Se for isso que está esperando, esqueça! _ aconselhou a si mesma, temendo uma decepção dolorosa.

Na manhã de quarta-feira, Júlia recebeu a visita de Renata. Angustiada, desabafou com a amiga.

_ Pelo amor de Deus, Júlia! O que está esperando? Pensa que é todo dia que acontece uma coisa dessas?

_ Não é tão simples assim, Renata!

_ É sim, Júlia!

_ Você teria coragem?

_ Se ele marcasse um encontro comigo, eu compareceria sem pestanejar. O cara é muito sedutor! Romântico. Ah, falando em encontros, vou sair com a Sônia e a Débora à noite; por que não nos acompanha?

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