Bônus

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Júlia segurou um grito de pavor, ao mesmo em que se voltava. Apesar da escuridão, reconheceu a figura enigmática.

_ Você me assustou! _ disse ofegante. Seu corpo estava trêmulo. Tinha plena consciência de que o tremor não se devia apenas ao susto. Era impossível ficar imune ao sheik sedutor.

Sem emitir qualquer som, ele foi aproximando vagarosamente o rosto de encontro ao dela.

_ Eu o conheço?

Assustada, sentiu os poderosos braços envolvendo-a com mais firmeza. Em segundos, o tecido que ocultava parte do rosto do sheik resvalava sobre seus lábios. Num gesto relâmpago, ele afastou o empecilho que os separava. Júlia procurou se distanciar na tentativa de reconhecê-lo, contudo, mãos ágeis e fortes, seguraram sua cabeça, enquanto lábios sedentos apoderaram-se dela num beijo voraz e sensual.

Júlia constatou, em pânico, que seu corpo reagia violentamente, como se tivesse acabado de despertar de um sono profundo. Não percebeu como, em que momento ou segundo, começou a corresponder ao beijo com paixão desenfreada. Era estranho, mas o medo a abandonara. Um desejo selvagem a dominou fazendo com que seu corpo reagisse com vontade própria, sem admitir interferência da mente. A razão não existia mais e uma deliciosa sensação de plenitude a envolveu. Ambos respiravam sofregamente. Seus corpos se moviam em busca de um contato maior; mais íntimo. Num breve espaço de tempo, o beijo era voraz; no outro, delicado, sensual.

Júlia gemeu ao sentir seu corpo sendo prensado de encontro ao tronco da árvore. Totalmente entregue, enlaçou-o pelos ombros numa ânsia louca. As mãos poderosas percorriam o corpo dela com maestria e certa dose de possessividade.

As mãos de Júlia deslizaram pelo largo pescoço numa escalada alucinante. Pensou em arrancar o turbante da cabeça dele, mas não teve tempo. O estranho reagiu de imediato. Pressentindo o que estava por vir, capturou as mãos dela, escorregando-as brandamente junto de seu corpo, deixando-as espalmadas na altura do tórax.

Júlia pendeu a cabeça para trás quando os lábios dele começaram a deslizar por seu pescoço. Cerrou os olhos em êxtase ao sentir a língua atrevida tentando alcançar o vale entre seus seios. Inspirou profundamente, inebriando-se com o perfume amadeirado que ele exalava... "amadeirado?!"

Saltou do transe, sussurrando angustiada:

_ Nathan... não...não posso! Solte-me!

Empurrou o estranho num gesto desesperado. Ao se ver livre, correu sem olhar para trás. Lágrimas escorriam por seu rosto, enquanto uma saudade louca e abrasadora se apoderava de seu ser. Nathan, não consigo me conformar, aceitar sua ausência... Deus... me ajude! _ pensava, enquanto se desviava dos convidados. Quando alcançou o quarto, jogou-se na cama, deixando tudo o que sentia aflorar num choro convulsivo.

Nathan continuava no mesmo lugar, com as mãos e a cabeça apoiadas no tronco da velha árvore. Seu corpo ardia de desejo. Há muito, não sentia as curvas de uma mulher coladas ao seu corpo; principalmente o da mulher que tanto amava. Por muito pouco, não revelou sua identidade. Não o fez, por temer matá-la de susto. Ela sussurrou o meu nome, meu nome!

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