Carol and Valkyrie

Capítulo 1

Carol

Eu sabia que algo estava errado. Depois de trinta anos lutando e viajando pelo Universo, ajudando diversos planetas e povos diferentes, o bip que eu havia dado ao Fury apitou. Eu não sabia o que estava acontecendo, e continuo a não saber enquanto estou nessa mesa, sentada com esses estranhos cujo ainda não confio, mesmo que o planeta Terra confie.
-Então-a mulher loira me pergunta, de braços cruzados, desconfiada. Ao que parece, ela é o braço direito do Fury na S.H.I.E.L.D hoje em dia-Qual seu nome mesmo?
Me inclino na cadeira, cruzando os braços também.
-Carol. Carol Danvers.
-E disse que o Fury te conhece?-diz o homem loiro e de barba. Ele é extremamente alto e forte, e parece ser o líder por aqui.
-Somos amigos bem próximos. 
-E por que ele nunca falou de você para nós?
Sorrio levemente.
-Provavelmente não queria deixar vocês com ciúmes.
A mulher ri, mas os outros três não. Ela é muito bonita, o rosto jovial e o sorriso discreto, mas que a faz parecer mais bonita.
-Por que a gente devia confiar em você?-Um homem pequeno e levemente grisalho, com os cabelos bagunçados, me pergunta. Endireito-me na mesa, encarando-o.
-E por que eu deveria confiar em vocês?-falo, agora séria.
-Porque você não tem mais ninguém com quem contar-ele fala, também sério. Apesar de ser relativamente menor que os outros dois, não parece que ele seja menos ameaçador que eles.
Levanto uma sobrancelha, desconfiada, mas assinto.
-Então me digam o que aconteceu e talvez nós entremos em um acordo.
A mulher se levanta, me indicando um painel onde um número grandioso não para de diminuir a cada instante.
-O que é isso?-falo.
-O número atual de pessoas na Terra.
É menos de um bilhão de pessoas. E se os números não param de cair, significa que elas estão...
-Essas pessoas estão morrendo?
Nenhum deles responde. E nem precisam, a cara deles já indica tudo. Parece que eles também perderam pessoas, e muito próximas.
-Mas como um número tão grande de pessoas pode morrer assim, do nada?-falo, me levantando e ficando ao lado dela.
-Estão desaparecendo.
Isso soa terrível e absurdo ao mesmo tempo.
-Como isso é possível?-viro-me para ela, confusa. O homem grande se aproxima, e me dou conta de como ele fica enorme perto de mim. Mas é claro que não fico amedontrada com isso.
-Recentemente nós enfrentamos um...-ele se vira para o homem grisalho-O que ele era, exatamente?
-Não sei dizer-o outro responde. Então ele deve ser o cérebro da equipe.
-Bom, a única coisa que sabemos é que ele dizimou metade do universo-ele se dirige a mim novamente-Com seis items que costumamos chamar de jóias do infinito.
Esse nome não me soa estranho. Mas não sei explicar por quê.
-O que são essas jóias?-indago, olhando para minhas mãos.
-São seis jóias, cheias de poder. Capaz de mudar o tempo, a realidade, e o espaço, ou até dar vida a algo.
-Ou tirar-a mulher fala.
-E onde essas jóias estão agora?
-Com o Thanos. O cara mau que fez toda essa bagunça-o homem negro finalmente se pronuncia na nossa conversa.
-Mas de onde elas vieram? Quem criaria tanto poder assim e deixaria largado pelo espaço para qualquer um pegar?
-Não estavam largadas pelo espaço. Estavam protegidas, até o Thanos pegar todas.
-E onde elas estavam?
-Uma estava protegida fora da Terra, em um lugar chamado Asgard. Outra estava conosco. Não sabemos onde as outras quatro estavam, mas tenho certeza que estavam tão protegidas quanto a nossa.
-Vocês tinham o controle de um jóia? E perderam?
-Não perdemos-o homem grande parece se enfurecer levemente. Ele não fala grosseiramente, mas seu tom de voz é forte e decidido-Thanos a tirou de nós. Ele matou um dos nossos amigos para isso.
Sinto um incômodo na barriga ao ouvir isso. Acho que toquei em um ponto delicado, considerando a morte recente do amigo deles.
-Sinto muito-falo, baixinho. A mulher sorri tristemente e me encara.
-A outra jóia estava em um artefato que estava nas mãos da S.H.I.E.L.D até pouco tempo. Mandamos para um lugar seguro, e pensamos que ninguém a acharia.
Um artefato que estava nas mãos da S.H.I.E.L.D?  Só consigo pensar na Goose e no incidente que aconteceu a anos atrás.
-Que arterfato é esse que a S.H.I.E.L.D possuía?-tento falar sem rir da lembrança de minha gata.
-O Tesseract.
Meu coração dá um leve salto. Minha expressão deve ter mudado porque eles parecem curiosos.
-Você sabe o que é o Tesseract?-a mulher indaga. Assinto levemente.
-Como não saberia? Meus poderes vieram do Tesseract.
Isso parece surpreendê-los, não sei se de um jeito bom ou ruim.
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A mulher, Natasha, me leva até um quarto, já que ela garante que terei que ficar por mais um tempo por aqui.
O quarto não é muito grande e é bem simples. Tem apenas uma cama com lençóis brancos e uma janela grande.
-Bom, não é um dos nossos melhores quartos-ela fala, sorrindo. Sorrio de volta, parada no meio do quarto.
-Você é realmente poderosa, não é?-ela fala. Assinto, mostrando-a levemente o brilho azul que minhas mãos adquirem quando uso meus poderes. Ela parece impressionada e se aproxima. Perto de mim, é consideravelmente pequena.
-Como conseguiu esses poderes?
-Eu sofri de um ataque de radiação causado pelo Tesseract. Uma cientista da raça Kree, chamada Mar-Vell, usou ele para construir um motor de velocidade da luz. E quando esse motor explodiu, eu estava perto e absorvi a energia dele.
Ela ouve tudo com muita calma e atenção.
-Você é como a Wanda-ela sorri, tristemente.
-Quem é Wanda?
-Uma das nossas amigas. Ela também desapareceu. Tinha poderes vindos de uma das jóias. Vocês duas juntas seriam poderosas.
-Acho que eu sou mais forte que ela-falo, rindo.
Ela assente, mas seu sorriso demonstra que ela pensa o contrário.
-Bom, muita coisa aconteceu hoje, e a melhor coisa que nós podemos fazer é descansar agora.
Assinto levemente. Natasha sorri uma última vez e se vira para sair, mas para na porta antes.
-O Fury confiava muito em você. Espero não me arrepender de fazer o mesmo.
Cruzo os braços.
-Eu digo o mesmo.
Ela sorri uma última vez antes de sair e ir embora.
Definitivamente, hoje aconteceram mais coisas do que eu poderia imaginar. Não sei o que acontecerá agora, mas sinto que a batalha já acabou.
Agora a guerra começa.