Parte 15

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Logo após receber a mensagem de Klaus, me aprontei rapidamente e fui até a empresa encontrá-lo. Porém, ao chegar lá, haviam dois policiais se comunicando com outros através do rádio, e nenhum sinal de Klaus.

- O que aconteceu, onde está o Klaus? Ele me mandou mensagem dizendo que vocês haviam encontrado o culpado, e eu vim o mais rápido que pude.

- Bom, Sra. Jones, nós não sabemos o que aconteceu. Logo após encontrarmos o indivíduo, Klaus saiu em disparada da empresa em direção ao seu carro, sem dizer a ninguém para onde iria. Os outros policiais, inclusive o capitão, foram atrás dele, mas até agora não conseguimos sinal de rádio para nos comunicarmos.

Alguns minutos depois, pensando para onde Klaus poderia ter ido, eu lembrei de um recurso que eu tinha mas nunca havia usado por achar total invasão de privacidade, e que agora me era muito útil: o localizador GPS. Nossos celulares eram pareados, e isso me permitia ter acesso à sua localização em tempo real.

Após alguns cliques, consegui descobrir que Klaus não estava muito longe: há apenas 2 km da empresa.

Após dirigir por alguns minutos, numa velocidade bem maior do que eu estava acostumada, cheguei até uma casa no centro, que, apesar de não ser uma mansão, era grande e chamava atenção. De cara, reconheci o carro de Klaus na porta, e logo atrás, duas viaturas.

Ao perceber que a porta da casa estava aberta, entrei direto, e demorou um tempo até que eu processasse a cena a qual meus olhos estavam diante: Klaus estava algemado, sendo segurado por dois policiais, sendo que um deles estava com um ferimento no rosto. No chão, estava um senhor desacordado, e com o rosto todo ensanguentado. Após olhar mais de perto, consegui identificar quem era o senhor que estava no chão: o padrasto de Klaus.

♡♡♡

Se havia uma lição que eu poderia tirar dessa situação, seria a de sempre confiar nos meus instintos. Desde que mamãe havia começado a namorar Donald, algo me dizia que ele não era alguém em quem se poderia confiar, mas, em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele poderia ser um impostor, que na verdade se chamava Barry, e era um hacker profissional, que já trabalhou até mesmo no FBI.

Assim que olhei para a foto dele, meu sangue ferveu e eu não consegui me controlar. Peguei meu carro e fui direto para a casa dele, disposto a acertar as contas. Eu sabia que aquele não era o melhor jeito de resolver as coisas, e que eu deveria deixar a polícia agir. Mas eu não raciocinei com clareza, e acabei agindo por impulso.

Assim que estacionei na frente da casa dele, bati na porta, e, apenas alguns segundos depois, ele atendeu. Sem sequer olhar para ele direito, eu parti para cima, descontando toda a raiva que eu estava sentindo.

Um pouco antes dele ficar desacordado, eu recobrei a consciência por um tempo, e foi nesse momento que ele disse:

- Klaus Jones... O poderoso e inigualável Klaus Jones..! É realmente uma pena que você tenha me descoberto tão cedo, antes mesmo de eu conseguir tirar cada centavo seu. Você se acha o maioral, não é mesmo? Acha que pode usar as pessoas como se fosse um dos seus milhares de súditos. Pois saiba que a minha filha é diferente. Você a tratou como um passatempo, um lance qualquer. E eu nunca iria deixar isso barato!

Filha...? Quem era a filha dele? E como ela se encaixava nessa história?

Minhas perguntas foram respondidas rapidamente, me deixando mais desacreditado em toda aquela situação.

- Papai, o que aconteceu com você? Por que você fez isso com o meu pai, seu idiota? Ele está todo machucado!

A filha dele era Eliza, a mulher que um dia havia sido minha noiva. A mesma que fora o pivô da minha separação com Claire há dois anos atrás. Até onde eu sabia, o pai dela havia morrido em um acidente de carro quando ela era muito nova, mas, pelo jeito, o dom de mentir era hereditário.

Mr. Lovely JonesWhere stories live. Discover now