Parte 19 - A Festa II - Final

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- E agora, como vamos falar para os convidados que eles vieram para uma festa sem a aniversariante? Tem de haver algum jeito...

- Klaus, eles vão entender... até porque, foi um imprevisto incalculável. Não tinha como sabermos que isso iria acontecer. Mas pode deixar que eu resolvo isso, eu mesma vou falar com eles.

Enquanto eu me dirigia até o salão principal para chamar a atenção dos convidados, Melissa me deteve:

- Claire, não fale nada agora. Klaus me explicou a situação, e eu acho que sei um jeito de fazer a mãe dele comparecer à festa. Quer dizer, não literalmente. Enfim,venha comigo.

♡♡♡

O bar em que a festa de Bryan acontecia me lembrou os que eu frequentava com meus amigos em Manhattan. O dono do bar era amigo de Bryan, que havia fechado apenas para os convidados.

Haviam amigos de Bryan ali que eu nunca havia visto antes, e uns pareciam ser barra pesada. De um lado, havia alguns casais conversando entre si enquanto bebiam vinho, e um deles eu lembrei de já ter visto uma vez na floricultura.

Do outro, havia um grupo de homens bebendo cerveja, fumando maconha e rindo alto. Pelo modo que estavam vestidos, pareciam gangsters (eu poderia reconhecer um de longe).

Em um dado momento da festa, formou-se uma roda de amigos, que bebiam e fumavam enquanto conversavam.

- Ei, você é a mina do Bryan, né?

- Eu não sou a "mina" de ninguém. Meu nome é Madison.

- Ah sim, claro... Então, Madison. Quer um trago? Essa é das boas... - respondeu ele, apontando para mim o cigarro de maconha que segurava entre os dedos.

Parte de mim queria aceitar: aquele cheiro estava quase me matando de vontade. A outra parte dizia para eu não aceitar e me manter sóbria. Mas, infelizmente, essa última parte não falou alto o suficiente.

♡♡♡

- Boa noite, eu gostaria de alguns minutos da atenção de vocês. Aconteceu um imprevisto: Sra. Jones não vai conseguir pegar o avião e chegar a tempo na festa. Mas não vão embora ainda, eu arrumei um jeito dela participar junto com a gente.

Melissa usaria o telão da mensagem que seria exibida para conectar Sra. Jones através de uma videochamada. Não demorou muito para que Enedine aparecesse ao vivo no telão.

- O que está acontecendo? O que são essas pessoas ai? Carlos, Lorenzo...

- Feliz aniversário, mamãe. Gostou da festa que preparamos para você? -perguntou Klaus.

- Vocês prepararam uma festa para mim? Quanta gentileza, meus queridos. Está tudo lindo! Me sinto péssima por não ter podido comparecer.

- Bem, quanto a decoração, aqui está as duas culpadas - disse Klaus, apontando para eu e Melissa.

- Minha nora e a melhor cerimonialista? Mas é claro que ficaria tudo perfeito. Vocês fizeram um bom trabalho, me desculpe por não conseguir chegar.

- Está tudo bem mamãe, o importante é que, de uma forma ou de outra, você está aqui com a gente. Agora, os convidados gostariam de falar algumas palavrinhas para você.

Logo após Klaus, Eva e Lorenzo falarem, foi a vez de Carlos:

- Bem, eu e Anastasia gostaríamos de aproveitar esse momento para compartilhamos uma coisa com vocês: nós estamos esperando um bebê. Mamãe, você sera vovó. De novo.

Enquanto cumprimentava Carlos, percebi que Klaus recebera um telefonema, e logo depois, saiu do salão principal. Passaram-se vários minutos e Klaus não voltava. Até que eu decidi ver se algo estava acontecendo.

No portão havia um homem falando com ele, e, além de notar que esse homem não me era estranho, notei também que Klaus estava esquisito, cerrando os punhos e com uma postura tensa.

Quando de repente, ele deu um soco no homem e saiu em disparada em seu carro. Antes de segui-lo, consegui me lembrar de onde eu conhecia aquele homem: eu havia o visto em um porta retrato, na primeira vez que fui à mansão. Aquele era o pai de Klaus.

♡♡♡

Naquele ponto, o efeito da maconha já agia sobre mim. Meu corpo parecia mais leve que o normal, qualquer inseto na parede já era motivo de intensas gargalhadas e o meu estômago clamava por algo comestível.

Percebi que os mesmo caras que antes fumavam maconha, agora usavam pílulas de LSD. Isso me fez lembrar a primeira vez que eu havia as ingerido.

Eu poderia jurar que as pessoas na minha frente, de uma hora para outra, viraram desenhos animados. Nesta mesma noite, eu usara tanto tipos diferentes de droga que, no outro dia, eu não lembrava sequer o meu nome, e muito menos como eu havia chegado em casa.

Enquanto me perdia em meus pensamentos, o mesmo cara que antes havia me oferecido o cigarro, desta vez me oferecia um comprimido. Apesar de não estar na melhor das minhas faculdades mentais naquela hora, eu tive a consciência de não aceitar a droga.

Porém, quanto mais ele insistia, mais a proposta se tornava tentadora. Quando eu realizei, já estava com dois na boca, e, depois de perder o raciocínio, nem notei que essa cara começara a abusar de mim.

Por sorte, Bryan viu o que estava acontecendo nessa hora e partiu pra cima do cara. Logo depois, nós saimos do bar.

Enquanto Bryan dirigia, a chuva caia lá fora e a pista ficava escorregadia. Em um dado momento, Bryan perdeu o controle e bateu contra alguma coisa. A única coisa que eu lembro depois disso é de eu estar estirada no chão do asfalto, enquanto as luzes da ambulância piscavam e um senhor me socorria.

Mr. Lovely JonesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora