16 | a g o r a

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"Mal sabe você como eu estou desmoronando enquanto você dorme
Mal sabe você que eu ainda sou assombrada pelas memórias
Mal sabe você que eu estou tentando me reerguer, pedaço por pedaço"
— Little Do You Know, Alex & Sierra.

(essa música ainda não foi, né? espero que não hihi)

(essa música ainda não foi, né? espero que não hihi)

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ALERTA DE GATILHO;
violência sexual.

Os espasmos do meu corpo, consequência dos calafrios que percorrem minha espinha dolorosamente, fazem a cama ranger. O frio nunca cessa, nem mesmo com os três cobertores que me envolvem. O ar parece rarefeito, insuficiente. Sinto minha pele arder, como se estivesse sendo cozida. Às vezes, tenho a sensação de estar me desmanchando. Derretendo.

Aperto os dentes com força quando mais uma onda de calafrios me atinge, tentando evitar que meus dentes se choquem uns contra os outros. É em vão. Passo as línguas pelos lábios secos e rachados, mas até mesmo minha saliva parece estar fervendo.

Então, sinto uma mão me tocar. Paraliso no mesmo instante, ficando estagnada à medida que o pânico me domina e congela todas as minhas células. Não me movo, não seria capaz.

Uma palma descansa sobre a minha testa, deslizando até a minha bochecha e pescoço.

Me remexo, tentando me livrar do toque. Não adianta. Os dedos calejados continuam deslizando sobre a minha pele. É demais. Abro os olhos em um rompante, a visão turva e embaralhada.

O ar foge dos meus pulmões quando eu o vejo.

Seu corpo paira sobre mim, o sorriso predatório estampado no rosto desregular. Logo, sua mão agarra meu pulso apenas para evitar que eu sacuda o corpo. Que eu fuja.

Entreabro os lábios para berrar, mas o grito fica preso em minha garganta.

A sua outra mão desliza pelo meu corpo sem pudor algum. "Quietinha", ele murmura, seus dedos alcançando a parte interna das minhas coxas.

Não tenho forças para lutar. Não mais. Parada, deixo que ele faça o que quiser.

As lágrimas deixam meus olhos em abundância, quentes e salgadas. O rastro que elas deixam queima como ácido. Me debato uma última vez, tentando empurrá-lo com as pernas, desesperada. Destruída.

Bruce — pronunciar seu nome me causa ânsia, mas não posso deixar de tentar. De implorar. — Por favor, não. Pare.

Mas meus protestos apenas o incentivam, como sempre. "De nada adianta implorar", ele diz, o sorriso sujo se ampliando enquanto ele desabotoa a calça. "Eu sei que você quer".

Two Souls Where stories live. Discover now