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"É engraçado como uma memória se torna um sonho ruim
Quando corridas selvagens se tornam voláteis
[...]
Alguns erros são cometidos
Está tudo bem, tudo ok
Você pode pensar que está apaixonado, quando está apenas com dor"
— Moral Of The Story, Ashe.

]Alguns erros são cometidosEstá tudo bem, tudo okVocê pode pensar que está apaixonado, quando está apenas com dor"— Moral Of The Story, Ashe

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eu não preciso lembrar vocês que TS é +18, né? rs.
boa leitura!

[capítulo s/ revisão]

A claridade que atravessa as janelas me incomoda mesmo por sobre as pálpebras, e eu solto um ruído preguiçoso antes de me esticar, espreguiçando-me para acordar os músculos adormecidos. Paraliso ao encostar em algo quente e duro. Abro os olhos em um rompante, a respiração presa na garganta. Algo não, alguém. Solto uma lufada de ar, a tensão deixando o meu corpo no momento exato em que identifico a fonte de todo aquele calor.

Caleb Hughes dorme ao meu lado, os cabelos desgrenhados e as feições, sempre tão comprimidas, relaxadas. Desse jeito, ele quase parece inocente. Como se, magicamente, o tempo tivesse voltado alguns anos.

Quase.

Enquanto o observo, acompanhando com os olhos o subir e descer calmo do seu tórax, todas as lembranças da noite passada me invadem de uma vez só.

Seus dedos percorrendo meu corpo, ásperos e leves ao mesmo tempo. Sua língua, percorrendo um caminho molhado entre minhas curvas até alcançar seu destino final. E os beijos, céus, os beijos! Ardentes como o inferno, prazerosos como o céu.

Devoradores.

E uma passagem para o paraíso, também.

Mas então, nós paramos. Ofegantes, tremendo de desejo. Caleb se ergueu sobre mim, o peso apoiado sobre os cotovelos e os lábios inchados. Depois de um último beijo, ele rolou para o lado e se deitou, puxando-me para si despretensiosamente, como se fizéssemos isso todos os malditos dias.

Adormecer não estava nos nossos planos, mas pareceu impossível para o moreno evitar isso. Ele dormiu enquanto ainda conversávamos, tão rápido e de repente que eu demorei alguns minutos para notar. E, quando isso aconteceu, eu sequer ousei pensar em acordá-lo. Não quando ele parecia tão cansado, como se as bolsas arroxeadas sob os seus olhos já fizessem parte de si.

Eu me acomodei mais ainda em seus braços e deixei o sono me embalar.

Agora, continuo sentada sobre a cama, ainda sem nenhuma intenção de despertá-lo. Tudo o que faço é ficar ali, contemplando-o feito uma palerma.

Seu sono relaxado não dura muito tempo, no entanto. De repente, algo acontece. Suas linhas de expressão se contraem, as sobrancelhas se juntam quase que dolorosamente. Entreabrindo os lábios, ele murmura coisas inaudíveis e os membros, antes relaxados sobre o colchão, começam a se debater fervorosamente. Seu braço direito se ergue, como se ele tentasse agarrar algo desesperadamente e, então, no último suspiro nervoso que ele solta antes de acordar, a palavra que ele sussurrava, baixo até então, alcança os meus tímpanos como um soco.

Two Souls Where stories live. Discover now