A Herdeira LeFay

Capítulo 1: O retorno de uma grande bruxa

Tivera-se alguma palavra que definia o estado de Morgana era ódio, no mais puro e mortal lado, fora traída por aquele em que confiou cegamente, isso era como uma facada em seu peito, a traição de seu melhor amigo doía, sua única família a apunhalou quando prometera vingança pelo que os trouxas fizeram a sua mãe e a si mesma, e mesmo assim nunca passou de palavras vazias.

Ao abrir seus olhos e se deparar com o lugar que um dia chamou de lar, agora não passava de velhas ruinas empoeiradas e sombrias, Morgana leva uma mão a cabeça e se senta na cama, seus olhos rodeiam o local analisando cada espaço, não tinha a mínima noção de quanto tempo passará, mas, pelo estado do lugar daria no mínimo um século.

Ela levanta-se da cama e se dirige a um espelho empoeirado que havia no quarto, sua aparência não mudará nada, ela toca as pontas do dedo levemente no espelho:

- A mesma... – Ela encara sua imagem no espelho -... Continuo a mesma.

Delicadamente se afasta do espelho, anda até sua antiga escrivaninha que se encontra empoeirada e velha, tocando suavemente a ponta do dedo deslizando pela superfície coberta de pó, para em frente ao seu antigo diário, levanta-o devagar da mesa e assopra a poeira do mesmo, abrindo com muito cuidado pelo fato de não saber em que estado se encontra, folheia algumas paginas, mas por conta do tempo as paginas estão um pouco apagadas tornando as letra ilegíveis, fecha o livro devolvendo-o no mesmo local marcado pela poeira, caminha até a antiga varanda do quarto que se encontra fechada, a maçaneta antes brilhante e bem polida se encontra suja e enferrujada por conta dos anos, ela segura a mesma girando-a com um pouco de dificuldade, ao abrir a porta se depara com uma bela paisagem do nascer do sol, a mesma apoia-se com as mãos no parapeito da sacada, e fecha os olhos aproveitando a brisa que a anos não sentia, como se fosse puxada por algo ela se afasta abruptamente da segurança e recua para trás, ela então se recorda que não faz e mínima ideia de que ano está, então com um simples gesto de mão lança um feitiço no ar para saber em que época se encontra:

- 10 de outubro de 1941... – levemente espantada com quanto tempo passou, volta rapidamente para dentro do quarto – Então, foi isso? Merlim me prendeu em como por mais de cinco séculos, devo admitir foi bem ousado da parte dele... – mesmo não recordando os detalhes da noite em que foi colocada sob o feitiço, lembrava-se muito bem das últimas palavras do seu amigo antes de dormir.

Massageando as têmporas, a bruxa pensa em como se planejar a seguir, como se fosse um choque ela lembra-se de sua antiga ajudante a elfo domestico de sua família, será que ainda estaria viva após todo esse tempo, e se não a servisse mais, inúmeras possibilidades poderiam tem acontecido, mas não custava fazer uma tentativa:

- Niky... – chamou em tom normal vendo que nada aconteceu, repete o comando um pouco mais alto – Niky!

Então se ouve um barulho de estalo, e a pequena elfo aparece com as mãos no rosto e lagrimas nos olhos murmurando algumas palavras não compreensíveis:

- M-m-mestra?! Niky não acredita, nos olhos, mestra está viva! Mestra voltou para casa! – pulando e batendo as pequenas mãozinhas a pequena Niky chora de felicidade – Niky ficou tanto tempo sem mestra, Niky sentiu falta de mestra, Niky sabia que mestra voltaria, mesmo amigo de mestra falando que mestra tinha morrido, não, não, não, Niky nunca acreditou que mestra tinha morrido, Niky sabia que mestra voltaria!

A elfo falava sem fazer pausas, Morgana não pode deixar de sorrir suavemente, ao ver a antiga companheira saltitando e batendo palmas, Niky não era apenas uma elfo, era a única confidente de Morgana, sempre esteve junta, a jovem bruxa não pode nem imaginar oque faria sem a ajuda da pequena.

- Niky, também senti saudades, preciso de ajuda.

- Niky ajuda mestra! O que mestra precisa?

- Primeiro organizar essa bagunça.

- Sem problemas mestra Niky arruma tudinho!

- Irei ajuda-la, você cuida do andar inferior e eu limparei o andar de cima e a biblioteca, o primeiro e segundo andar revezamos ok?

- Mas, mestra! Niky consegue arrumar sozinha!

- Eu não duvido Niky, só que temos que agilizar então e melhor duas mãos não acha?

- Se e assim que mestra quer, Niky fica feliz em ajudar!

E assim a faxina no castelo começou, Morgana colocou roupas adequadas para faxina, e começou a organizar o castelo.

Após longas horas de faxina, as duas finalizaram e o castelo estava como novo, primeiro objetivo de Morgana concluído, segundo passo era reativar a magia do castelo, indo até a sala do trono com uma empolgada elfo saltitando logo atrás, ela para em frente ao trono hesitante em prosseguir:

- Oque houve mestra? – disse a elfo ao perceber a hesitação da mestra – e só ir até o trono mestra consegue!

Afastando os pensamentos com uma balançada de cabeça, ela ergue a cabeça e segue confiante ao trono, senta-se sobre ele e fala o feitiço de ligação:

- May omnia quae semel dormivit in loco isto modo surgere, non surgere Morgana Le Fay domum suam potentiam tuam – eu recito as palavras e sinto a velha magia da minha casa voltar, a explosão de magia causa uma grande onda no céu acho que não ficarei escondida por tanto tempo, os outro antigos elfos que trabalhavam na residência vão voltando aos poucos, até que o ultimo estalo e ouvido, o salão está lotado de pequenas criaturas que me olham felizes e surpresos – estou de volta pequenos, temos muito oque fazer, preciso de ajuda, não sei nada sobre essa época, preciso que me atualizem sobre tudo, todos os detalhes importam então por onde começamos?

- Senhora – disse um elfo hesitante – acho que temos que falar sobre o ministério primeiro...

- Muito bem, comecemos por ele então...

Continua.....