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SEAN E JOAN

Sean já estava há alguns minutos sentados dentro do carro escutando música, seus dedos batucando no volante enquanto cantarolava junto com o vocalista denotando sua felicidade ao ver Joan sair da universidade. Ele havia levado a companheira até a faculdade para conhecer local e pegar informações sobre o curso de medicina.

Por mais vontade que ele sentia de passar 24 horas ao lado da companheira, ele tinha obrigações com a Matilha e não podia ser um namorado grudento, sem contar que com Emily na cidade, não queria deixar a prima sozinha, então, após deixar Joan nem frente à universidade, Sean voltou para a mansão Takoda. Sean sorriu ao ver sua companheira completamente perdida com alguns papéis na mão. Ele a observou e teria ficado assim se um desconhecido não se aproximasse de Joan, o corpo do Shifter ficou rígido no momento em que o homem tocou os dedos de Joan ao pegar os papéis das mãos dela. Nunca sentiu ciúme, mas nunca esteve com uma mulher destinada a ser sua alma gêmea.

Sean desceu do carro e não se preocupou em fechar o automóvel, ele só caminhou com passos decididos em direção ao homem que soava como ameaça a Joan

– Posso ajudar em alguma coisa? – Sean perguntou ao se aproximar.

Joan sorria gentilmente ao homem e se assustou com a chegada bruta de Sean, ela encarou de um jeito estranho.

– Só estamos conversando, Sean, ele estava me explicando umas coisas a respeito da universidade. — Joan se posicionou na frente do namorado e ficou na ponta dos pés o beijando, deixando claro que Sean não precisava daquela reação.

Mas os olhos do Shifter estavam sobre o desconhecido, que sem dúvida era mais velho e alto que Sean.

— Eu achei que ela estava perdida, só resolvi ajudar — o desconhecido se explicou. — Mas fico feliz que você fará medicina, como eu disse, é o meu curso que faço.

— Bom, eu não fiquei nada feliz — Sean falou com a voz baixa e puxou o papel de Joan que o homem segurava e colocou nas mãos da namorada. — Você precisa resolver mais alguma coisa ou podemos ir? — Ele se virou para Joan.

— Podemos ir — Joan respondeu baixo.

Sean deu passagem para Joan passar e ela saiu, o Shifter encarou o homem que para ele de gentil não tinha nada e conteve a vontade de mostrar os dentes para ele. Os dois caminharam em silêncio em direção ao carro, Sean entrou do lado do motorista e aumentou o volume do som. Somente um bom rock o acalmaria naquele momento. O lobo não tinha o costume de perder a cabeça, mas o olhar que o homem lançava-la a Joan era de pura cobiça e estava o deixando louco.

– Sean — Joan chamou por ele. Sean segurava o volante com força enquanto conduzia o carro em alta velocidade. — Pare o carro, Sean! Você está nervoso, está correndo e isso está me assustando.

Sean gritou e socou o volante do carro perdendo o controle antes de frear bruscamente. Odiava ser obsessivo e possessivo. Não combinava com a sua personalidade ser daquela forma. Ele não era igual seus companheiros de Matilha, sempre acreditou que o melhor remédio para uma briga era a boa e saudável conversa, mas ccomo shifter estava na sua natureza proteger o que pertencia a ele. Sean se virou no banco e pegou a namorada de surpresa quando a beijou com fúria. Sim, ele tinha noção que Joan estava apavorada com suas atitudes e precisava contar o quanto antes a respeito da verdade do mundo dele e marcá-la como sua, só assim teria paz.

– Sean — Joan chamou por ele de novo quando Sean desceu com os lábios para o pescoço dela, mordendo e sugando. — Você está me assustando, Sean.

— Desculpe. — Ele se afastou. — Perdi a cabeça, sei que não tenho esse direito, mas foi mais forte que eu, quando vi aquele homem perto de você, te tocando, surtei. Mas me desculpe, não sou assim, Joan.

MATILHA NEGRAWhere stories live. Discover now