MATILHA NEGRA

28

RAPHAEL & AÍKO

– Aíko. — Raphael entrou no escritório chamando pela companheira. — Senti um cheiro estranho ao entrar aqui, o mesmo cheiro que senti na casa do Neo, mas não consegui identificar. — Ele se aproximou e a beijou. — Tudo bem por aqui? — o vampiro sussurrou sobre os lábios de Aíko.

— Sim, só achei que você demorou demais — Aíko o respondeu.

— Depois conversamos. — Raphael se virou e encarou o objeto do cheiro estranho, era uma mulher de cabelos escuros e longos e Dominic estava ao lado dela como um bom protetor. — Muito bem, sugiro que alguém comece a falar o que está acontecendo aqui. Você. — Ele apontou para Kim.

— Eu me chamo Kim e sou uma criação dos experimentos de Neo State.

Raphael franziu o cenho e encarou Aíko por alguns segundos antes de voltar a sua atenção a desconhecida.

— Continue.

Tanto Dominic quanto Kim se prontificaram a explicar ao vampiro o que estava acontecendo, sobre os planos do Neo, sobre a arma mortal e a nova espécie.

— Aíko — Dominic chamou pela Shifter que o encarou. — Kim afirmou que o Rob e o Neo mataram o seu pai.

Aíko engoliu em seco e fechou os olhos, isso não era nenhuma dúvida, mas ter a certeza agora mexia com seu coração.

— Ele o matou e pegou uma amostra do sangue — Kim falou.

— Eu — Aíko sussurrou. — Preciso de um tempo. — Aíko saiu rapidamente, não queria mostrar sua fragilidade em toda aquela história.

— Com licença — Raphael seguiu sua companheira logo depois, ele sabia o quanto toda aquela história mexia com a Aíko.

Devagar ele entrou no quarto e a encontrou deitada na cama, o rosto pressionado contra o colchão e os soluços deixava claro que ela estava chorando.

— Sinto muito. — Ele se aproximou dela e deitou, tocando os cabelos negros.

— Eu já sabia que Rob havia assassinado o meu pai, mas receber a confirmação foi doloroso, trouxe as memórias de volta, mas não se preocupe, ficarei bem. — Ela sorriu. — Só fiquei com saudades.

— Você não precisa se explicar, Aíko, eu a entendo. Andei pensando sobre o que conversamos mais cedo, sobre filho.

Aíko revirou os olhos.

— Não revire os olhos, Aíko.

— Como você sabe que revirei os olhos e não estava me vendo? — ela perguntou com um tom de brincadeira.

— Eu a conheço, mas enfim, você não gostaria de gerar o nosso filho?

— Como isso seria possível, Raphael?

— Humanos fazem inseminação artificial todo o momento — ele falou baixo.

— Sim, mas desse jeito a criança seria minha com outro homem.

— Sei disso, Aìko e pensar nisso me mata de ciúmes, mas farei por você.

— O que o fez mudar de ideia sobre adotar? — ela perguntou e apoiou o queixo sobre o peito do vampiro.

— Quero que você viva a experiência de gerar, mas podemos adotar também se você quiser.

– Será que dará certo? — Aìko mordeu o lábio inferior.

— Acho que sim! Você tem algum médico de confiança que saiba sobre suas condições?

— Sim, tenho — ela respondeu.