06 - Cama de gato

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Por mais que Théo desejasse que o tempo passasse lentamente, infelizmente chegou a hora dele ir embora.

   Agora mesmo ele estava a caminho de casa junto com a irmã, que mexia no celular enquanto ele olhava para fora da janela reflexivamente.

   ‘Então é isso. Seja lá qual for o meu castigo, vou aceitar. No final eu consegui ver o que eu tanto queria’.

   Ele suspirou, lembrando das costas brilhante de suor da mãe, que remexia os quadris para cima e para baixo, enquanto o pai o penetrava repetidamente.

   Logo sentiu que seu pau estava ficando levemente excitado, então se controlou para pensar em outra coisa. Agora não era momento para ele se aprofundar em seus pensamentos carnais.

   ‘Depois do castigo, vou para meu quarto bater punheta enquanto penso na mamãe’. Ele concluiu por fim, então fechou os olhos que estavam cansados devido a falta de sono.

   Mas não demorou nem 5 minutos até sua irmã Laisha chamar sua atenção.

   — Irmão, porque você foi para a escola sem mim?

   Ainda de olhos fechados, Théo respondeu.

   — Porque ficar perto de você é irritante.

   Laisha ignorou o que o irmão disse e falou:

   — Você está muito estranho. Na verdade você, a mamãe, o papai. Todos estão muito estranhos.

   Nessa hora Théo abriu os olhos com curiosidade e olhou para Laisha, que ainda estava trocando mensagens enquanto conversava com ele.

   — Porque você acha isso? — Ele indagou, em busca de qualquer pista sobre as ações futuras dos pais.

   — Você sabe que antes de irmos para a escola na maioria das vezes não da para tomar café com o papai porque ele troca o dia pela noite. Mas hoje de manhã, ele foi tomar café comigo, e perguntou por você, e quando eu disse que você foi cedo para a escola, ele sorriu de um jeito estranho e disse que você era um ‘filho covarde’.

   Théo sabia perfeitamente do que Laisha estava falando, e um arrepio subiu por sua espinha dorsal até seu estômago ficar embrulhado.

   — Mas a mamãe não desceu. Perguntei para o papai o que houve, e ele só me disse que a mamãe estava doente e que não sairia do quarto até se recuperar.

    —...

    — Pedi permissão ao papai para eu ir até o quarto da mamãe, e ele deixou. Mas quando eu cheguei lá, ele estava chorando, todo encolhido no lençol em posição fetal. Não parecia estar doente, apenas triste. — Laish deu breve pausa e suspirou com pesar — Fazia tempo que eu não o via assim.

    Théo já podia imaginar que Naito estava envergonhado demais para mostrar a cara para o filho que o pegou em flagrante durante o ato sexual.

   Ele já imaginava que seu próprio pai havia piorado as coisas pro lado dele. Mas ainda assim, ele não se sentia mal, nenhum pouco culpado, pelo contrário, se não tivesse sido pego, teria feito de novo e de novo. Ele gostou muito do que viu, e se tivesse que se sentir mal por algo, seria pelo fato de que ele queria estar no lugar do pai.

    ‘Que droga! Eu vou ter que lidar com o papai sozinho, sem a ajuda da mamãe!’. Foi nesse exato momento que ele percebeu que ninguém o salvaria do pai.

   — Então, você fez alguma coisa para chatear os nossos pais? Porque eu mesma não fiz nada, — Laish fez uma breve pausa, olhou brevemente de canto para ele e depois continuou: — Bom. Nada que eu me lembre.

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