Laços Carnais

12 - Querido sobrinho

Depois de fumar quase uma caixa inteira de cigarros, ansiosamente aguardava observando atentamente cada movimento do carro que se aproximava. Cada segundo parecia uma eternidade, mas ele sabia que não podia permitir que a ansiedade tomasse conta dele.

Theodore respirou profundamente, deixando-se envolver pela fantasia de sentir o calor radiante que emana de Naito. Sua pele lívida e suave como seda incitava sensações indescritíveis nele. Ansiava fervorosamente por possuí-lo e pela fusão de seus corpos em um êxtase inebriante.

Naito com sua essência hipnotizante despertava nele um desejo incontrolável e avassalador. Cada fibra do seu ser ansiava por seu toque, suas mãos percorrendo a pele arrepiada de Naito, enquanto sussurrava provocantemente em seu ouvido prometendo prazeres inexplorados.

Imagens vívidas povoavam sua mente alimentando seu desejo insaciável. O rosto angelical de Naito ganhava vida em sua imaginação fértil, os contornos delicados de seus lábios convidativos, convidando-o a explorar seu gosto proibido.

Inebriado pela visão de Naito, sua mente ansiava por uma fusão ardente. Cada parte de Theodore clamava por ele tornando a espera quase insuportável. Precisava sentir aquele corpo esbelto colado ao seu para perder-se em sua presença envolvente em um êxtase que transcenderia o tempo.

E assim respirando o ar carregado de antecipação vislumbrou o instante em que finalmente poderia fazer de Naito sua própria obra-prima de desejo e prazer. Nada mais importava senão esse encontro onde seus desejos se entrelaçariam em uma dança sensual e apaixonada.

O imaginário tornava-se realidade. E assim inspirada pela força da atração que os unia, seguia em direção a Naito pronto para se entregar de corpo e alma à magia ardente que existe entre os dois.

A luz da lua refletia-se nos vidros do veículo intensificando a taquicardia que sentia. Seus dedos agora começavam a tamborilar no braço da poltrona revelando a tensão que percorria seu corpo. No entanto, ele não podia se dar ao luxo de demonstrar fraqueza, afinal a oportunidade de sua vida estava a poucos metros de distância.

Enfim, o carro parou e a porta da frente se abriu lentamente.

Enquanto ouviu passos rudes indo em direção ao quarto que estava, ele encheu sua taça de whisky e tomou mais um belo gole. O quarto estava completamente escuro, e a única luz que entrava era a luz da lua que atravessa a janela, enquanto a ventania da noite agitava as cortinas brancas.

Ele estava sentado em um canto sombrio do quarto com as pernas elegantemente cruzadas segurando um copo de whisky em suas mãos enquanto atentamente escutava os passos preguiçosos se aproximando. A luz do abajur projetava sombras misteriosas nas paredes aumentando a aura enigmática do ambiente.

A cada passo que se aproximava seu coração batia mais forte e a ansiedade se misturava com uma pontada de apreensão.

Os sons se tornavam mais nítidos e cada vez mais próximos. Os passos agora podiam ser sentidos como se estivessem reverberando na sua própria alma. Era como se uma história oculta estivesse prestes a desvendar-se diante de seus olhos.

O cheiro do whisky misturado ao aroma doce e amadeirado pairava no ar e completava a atmosfera envolvendo-o em um enigma fascinante. Enquanto a escuridão o cercava sua mente se abria para as possibilidades do que estaria por vir. Uma noite cheia de luxúria, desejo e talvez até um acerto de contas, um assunto mal resolvido.

Os passos agora diluíam-se na penumbra do quarto ganhando uma presença quase sobrenatural. O som ecoava como se dançassem com as sombras criando uma sinfonia sombria e cativante. O silêncio parecia gritar enchendo o ar de tensão e expectativa.