capítulo 7

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Larissa Dutra ☀️Domingo • 01:30 AM

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Larissa Dutra ☀️
Domingo • 01:30 AM

Bato meus pés sem parar checando mais uma vez a temperatura da Laura.

Ela estava quente e vomitou umas duas vezes desde a hora que acordou.

Ligo para o Lucas umas 7 vezes e o mesmo não me atende,bufo com raiva pela infantilidade dele.

Nós tivemos outra briga e ele foi dormir na casa dos pais dele,toda vez que brigamos ele faz guerrinha de silêncio e me ignora para no dia seguinte voltar com cara de arrependido pedindo desculpas.

Ligo para as meninas e mando mensagem mas elas nem recebem minhas ligações,lembro delas falando que iriam ir para um baile de favela aqui próximo e puxo meus cabelos olhando para a Laura no berço.

Já dei tudo quanto é remédio que ela podia tomar e a mesma não parava de vomitar.

Tiro meu pijama vestindo a primeira muda de roupa que tinha no meu armário,pego a bolsa que eu mandava quando ela dormia no Yago colocando algumas coisas dela.

Yago...

Encaro meu celular pensando se ligaria para o mesmo ou não e começo a procurar seu contato ao ver Laura murmurando enquanto dormia.

Ela estava delirando de febre.

Resolvo ligar e no último toque a linha libera.

— Larissa? - ouço a voz rouca dele do outro lado da linha.

— Yago...tá ocupado? - pergunto jogando a mochilinha nas minhas costas.

Ouço uma música baixinha no fundo e em seguida um barulho que mais parecia ser de um tapa.

— pode falar,aconteceu algo? - diz com um tom de preocupação.

— é que....- fico sem jeito de estar pedindo ajuda para ele - a Laura tá com febre de 38 graus,tô medicando ela desde quando ela acordou e a febre não passa,vou levar ela no hospital mas já tá bem tarde - digo tentando esconder o nervosismo na minha voz.

Ouço um silêncio do outro lado da linha por uns segundos.

— fica tranquila,já tô indo para aí - ouço ele dizer e a chamada ser encerrada.

Pego Laura do berço a ajeitando no meu colo e vou para a cozinha molhando um pouquinho de sua testa com água.

A última vez que ela ficou assim foi quando ela tinha um aninho,poucas vezes ela pegou febre,e quando pegava não demorava muito para a medicação fazer efeito.

— fica bem minha anjinha - falo e ela abre os olhos devagarinho e me olha querendo chorar.

— mamãe....tá duendo aqui ó- consigo entender o que ela fala e a mesma aponta para a garganta.

— mamãe vai fazer passar tá? - ela assente com os olhos marejados.

[♪♪♪]

Saio da sala do doutor pediatra e me sento na cadeira ao lado de Yago que estava todo curvado na cadeira batendo os pés sem parar no chão aguardando a minha fala.

— ele vai só fazer uma lavagem nasal nela e receitou remédios diferentes do que eu estava acostumada a dar para ela - falo olhando a receita.

— é só a febre mesmo? - ele pergunta se ajeitando do meu lado.

— febre,garganta inflamada,enjoo,mas vai passar com a medicação - digo.

— eu não entendo..ela passou a semana toda bem,será que eu fiz algo de errado? - ele pergunta mais para si mesmo com uma expressão pensativa.

— claro que não Yago,essas coisas acontecem,faz muito tempo que ela não ficava assim também - digo - ela fica na creche,tem contato com várias crianças, é natural - falo e ele assente mas ainda parecendo estar inseguro.

— vou na farmácia aqui embaixo rapidinho então enquanto ela tá lá - diz pegando a receita da minha mão.

Quando ia falar algo ele já tinha descido as escadas,chegava a tá mais nervoso que eu o coitado.

A enfermeira me chama avisando que já terminou e vejo a Laura sentada na maca com um ursinho na mão.

— foi muito forte essa pequena mamãe - o doutor diz tirando as luvas e Laura sorri fraco abraçando o urso.

Mais uma pelúcia,não aguento mais.

— ela é mesmo - a pego no colo - obrigado doutor - me despeço do mesmo e mando mensagem para Yago dizendo que já terminou.

Ele fala para irmos pro estacionamento que ele ainda estava vendo os remédios e vejo o carro dele e ele destranca as portas pelo celular.

Que tecnologia é essa meu deus do céu.

— tá melhor pra respirar mamãe - ouço a Laura comentar enquanto a coloco na cadeirinha.

— que bom meu bem,e amanhã essa dorzinha de garganta já não vai estar mais aí também - digo e fico na dúvida se me sentava do lado dela ou no banco do passageiro.

Meu senso vem e opto por me sentar no banco de trás,vou distraindo ela até o mesmo não chegar.

— ô minha nega,dá susto no papai não - ele diz entrando no carro e virando para trás a dando um beijo na testa - acho que tá tudo certinho - ele me dá a sacola com todos os remédios da receita.

— obrigado,quanto que deu tudo? - procuro a notinha dentro da sacola e não acho.

— deu nada não - ouço ele dizer ligando o ar condicionado e o carro.

O olho com a cara fechada.

— se for pra tu me dar metade do dinheiro nem precisa sério - ele diz.

— tu acha justo você pagar tudo? - falo irônica.

— acho ué - ele diz simples - é minha filha também pô - ele sai do estacionamento pegando a principal.

Resolvo ficar quietinha,beirava as quatro da manhã e eu estava exausta.

— qualquer coisa me liga tá? - ele diz assim que saímos do carro e eu concordo - tchau princesa  - ele acena pra Laura.

— papai.....fica comigo,quelo dormir com você - ela diz se inclinando.

Ah pronto.

Vejo a cara de Yago sem saber o que fazer e falar.

— mais tarde quando você acordar eu vou estar aqui tá bom? - ele diz compreensivo.

— m-mas eu quelo dormir abraçada com você de novo papai,eu tô dodói - ela pega os bracinhos abraçando ela mesma e faz um beicinho de choro.

Fico com dó e só assisto aquela cena.

Yago sorri fraco com os olhos brilhando e vejo ele apertar suas mãos no volante fazendo as veias das suas mãos saltarem um pouco.

— tudo bem pra tu? - ele me pergunta e eu assinto.

O vejo desligar o carro e sair do mesmo,Laura bate as mãozinhas uma na outra se jogando para o colo do pai.

𝙧𝙚𝙘𝙤𝙢𝙚𝙘̧𝙖𝙧 Where stories live. Discover now