Prefácio - A Droga do Amor

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Existem inúmeras definições e significados para o que chamamos de amor; desde atração baseada no desejo sexual; vínculo afetivo intenso, capaz de doações próprias, até o sacrifício; dedicação extrema e carinhosa; sentimento profundo e caloroso de atração; apego; carinho; ternura; etc.

Mas o amor pode funcionar como uma droga! Um amor intenso, avassalador e apaixonado faz o coração bater mais rápido, a pressão arterial subir, as pupilas dilatarem e a temperatura variar bruscamente, o estomago apertar e as mãos tremerem. É como uma intoxicação que anestesia a capacidade crítica causando confusão de pensamento, atenção e alteração de juízo. Existe a euforia e a ânsia, a necessidade, sem controle pela presença do ser amado.

Em nosso cérebro há uma avalanche de dopamina, muito parecido com o efeito de algumas drogas, criando assim o ciclo da repetição. Para algumas pessoas, de fato, o amor causa dependência, causa abstinência e todo esse ciclo se torna difícil de ser desfeito! Esse sentimento é a justificativa de muitos assassinatos passionais, pois alegam que esse amor leva a pensamentos e ações obsessivas e impossíveis de conter ou ignorar!

Alguns pesquisadores acreditam que esse tipo de amor "avassalador" trata-se na verdade de uma dificuldade de ter relacionamentos saudáveis consigo e com os demais. Por isso, pessoas nessa situação estariam dispostos a tudo pelo outro e submetidos totalmente. Tornando-se, assim, o parceiro seu único motivo para viver. Este seria um genuíno dependente de amor, buscando por afogar-se completamente na relação amorosa, seja de verdade ou não.

Trata-se do que é conhecido por co-dependência! Para que uma pessoa nesta situação viva e seja feliz, a existência do outro é necessária, obrigatória! Pode haver uma necessidade obsessiva de completo e total controle pelo comportamento do companheiro.

Este vínculo dependente e vicioso, como dito, possui diversas similaridades com a dependência causada por outras drogas. Algumas dessas relações podem, de fato, se tornar tóxicas como o uso de uma droga, gerando sofrimento e dor. Cria-se uma sensação de dor intensa e incontrolável quando objeto de dependência está ausente. Isso pode levar a o perigo de estar em constante sofrimento e aceitar um alívio temporário e ilusório, provocando a repetição desse comportamento.

Como qualquer vício é uma compulsão, muitas vezes com a intenção de distrair o dependente da realidade e/ ou mascarar uma dor mais profunda. O vício no amor tem os mesmos aspectos que qualquer outro vício, mas também tem suas particularidades. Não há campanhas de prevenção ou tratamento para o mal do amor!

Podemos ver esse vício como um amor patológico, doentio que se caracteriza, exatamente, pelo seu comportamento repetitivo, descontrolado, ao excesso de cuidados com o parceiro e sentimentos de perda da liberdade. Dependentes de amor crêem que apenas a sua pessoa pode mantê-los amados, seguros e satisfeitos. Mesmo quando esgotados, as partes envolvidas não percebem o padrão disfuncional de sua relação!

Quando há dependência, um vive em função do outro e o nós está acima do eu! Existe uma dissolução da individualidade de ambos e o resto do mundo não importa mais, ou sequer existe! E é desse sentimento de pertencimento, em que os dois se tornam apenas um, que surge o medo da perda, a ansiedade de separação e a necessidade de permanência. Na dependência a sensação da ameaça da perda é constante, permanente!

Essa necessidade de se unir ao outro pode ser representada, perfeitamente, pelo desejo de possuir o outro! De um modo permanente, contínuo e indissolúvel, formando um todo com ele. Surge a necessidade de saber onde o companheiro está, com quem, saber sua rotina, conhecer seu passado, presente e controlar seu futuro.

Somos persuadidos pela televisão, o cinema e a música que o amor não é verdadeiro se não nos consumir completamente. Psicólogos e pesquisadores acreditam que no vicio amoroso, a droga não é o amor verdadeiro, mas o desejo de ser amado e ser tudo para o outro.

Entretanto, algum desses amores viciosos, doentios e avassaladores, são, de fato, amores de verdade! Daqueles que se vê uma vez a cada encarnação... Ou nem isso!

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Fontes:

dicionario.priberam.org/amor

semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_quando_o_amor_se_torna_um_vicio.pdf

super.abril.com.br/comportamento/existem-dois-tipos-de-vicio-em-amor-e-os-dois-fazem-mal/

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Olá! Olha eu aqui, outra vez!
Pois é! Desde que estava na construção da fanfic que deu origem a "A Tempestade Perfeita" essa continuação estava planejada! Mas nunca foi escrita! Agora será!
Ansiosa para ter vocês comigo em 2023!
Obrigada ❤️

Luh Moon

Noites Sem Luar - Livro II da Trilogia do Coração Onde as histórias ganham vida. Descobre agora