Lauren foi diagnosticada com TEI (Transtorno Explosivo Intermitente) aos 12 anos, em meio a acessos de raiva e traumas irreparáveis. Desde então, vem lutando diariamente contra todos os traços de seu transtorno para ter uma vida melhor ao lado de su...
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São duas da manhã quando percebo que não vou conseguir dormir.
Tudo está se revirando em minha mente, Camille, minha mãe, a vovó e... Camila. Não é como se pudesse evitar, todos os meus problemas se juntam em uma bola de neve no topo de uma montanha e começa a rolar para baixo, em minha direção!
Me levanto atordoada e visto um moletom, descendo devagar as escadas e deixo um bilhete para vovó na geladeira dizendo que sai para caminhar, não quero que ela se assuste daquele jeito nunca mais, aprendi minha lição. Ando pelas calçadas de Santa Barbara calmamente, sem pressa de ir a lugar nenhum. Passo pelo parque e pela avenida, olhando as vitrines de lojas chiques. Sei que não andei muito pois o bairro residencial em que moro é próximo da área central da cidade.
Passo em frente a Livraria Blair e ao Instituto de Música Wooldfor, antes de avistar um café aberto. O The Roost é um lugar legal, café na frente e bar atrás. Eu venho aqui durante o dia para tomar um café vietnamita e comer brownies com a Dinah, a única coisa ruim nele é que não tem banheiros disponíveis para clientes, tirando isso, é um ótimo lugar para passar o tempo.
Quando abro a porta da frente, um sininho soa sob a minha cabeça, entro meio sem graça quando as duas únicas pessoas no local olham para mim, um cliente e uma garçonete. O homem de meia idade franze a testa para mim por meio segundo, mais logo volta a atenção para seu expresso. A mulher, no entanto, sorri para e vem em minha direção após eu me sentar em um dos sofás de canto disponível.
— Boa noite, querida. — Ela continua sorrindo, simpática. Seu cabelo ruivo está preso em um coque baixo e ela usa como adereço uma faixa com a logo do estabelecimento, seu rosto é maduro, porém os traços da idade lhe deixam um pouco mais bonita do que deveria. — Deseja um café ou quer que eu abra o bar para você?
— Um café vietnamita e um brownie, por favor. — Vejo ela anotar o pedido e voltar para os fundos, enquanto suspiro.
Observo as mesas vazias e me sinto tentada a ligar para Dinah, neste momento ouvir as bobagens que sai da boca dela me faria bem. No entanto, ela tinha dito que tinha uma prova no dia seguinte, eu seria inconveniente se ligasse para ela no meio da madrugada. Olhei para o relógio de parede e percebi que era quase três da manhã.
