Capítulo 2

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--- Estarei trabalhando no escritório. Se quiser algo, peça para uma das empregadas. — disse Sasuke tirando um cigarro do bolso de sua calça

O alfa colocou entre os lábios o entorpecente enquanto tirava a parte superior de seu terno e desabotoava os primeiros botões de sua camisa, deixando à mostra mais algumas tatuagens que desciam pelo peito.

— Tudo bem. — respondeu, enquanto via o alfa subir as escadas.

Naruto, ainda admirando a casa, andou até a cozinha onde viu algumas empregadas sentadas em volta de uma pequena mesa, conversando e rindo. Todos ali eram ômegas.

— Olá. — disse sorrindo gentilmente

As subordinadas se levantaram de uma só vez olharam-no de cima a baixo antes de começarem a cochichar e rir. Naruto sentiu uma pontada esmagadora em seu coração. Envergonhado, por estar patético diante dos criados e criadas da casa, Naruto saiu da cozinha com seus olhos azuis encapuzados cheios de lágrimas.

Por quê?

Sentia-se envergonhado, humilhado e insignificante. Mal havia chegado naquela casa e já desejava ir embora.

Ir para onde?

Agora era um homem casado. Não tinha como escapar, havia conseguido sair da tutela de sua mãe exigente e fria, e de seu pai ignorante ao seu sofrimento, no entanto, agora estava sob a tutela do alfa mais perigoso do condado e sob o mesmo teto de empregados preconceituosos e ridículos.

Com um suspiro fundo e entristecido, o loiro subiu as escadas, visando chegar ao quarto que passaria a dividir com seu marido. Abriu a porta do cômodo enorme, e pôde ver uma cama de casal grande no centro do quarto, uma sacada enorme e um banheiro imenso e luxuoso com regalias, e alguns poucos móveis de cores escuras.

O ômega adentrou o quarto e analisou os móveis e cada detalhe dentro daquelas quatro paredes. Naruto sentia-se um pouco intimidado com o tamanho do cômodo, podia passar dias lá dentro e, mesmo assim, não se sentiria preso.

— Deseja mudar algo?

Naruto se assustou ao ponto de gritar quando ouviu a voz atrás de si. O ômega girou rapidamente em seu próprio eixo, encontrando seu marido parado a poucos centímetros de distância.

— Desculpe, não desejei assustá-lo. — desculpou-se, com seu semblante culpado. Naruto apenas abaixou seus olhos timidamente, como sempre fora criado para fazer.

— N-não, está perfeito desse jeito! — O loiro permaneceu de cabeça baixa e entrelaçou as mãos na frente do corpo.

— Se não gostou da decoração, podemos mudar… — o alfa continuou

— Eu gostei dele desse jeito. É belíssimo e parece ser aconchegante. — elogiou, mas seus olhos não se levantaram em momento algum, causando desconforto no alfa. — Eu… posso tomar banho? — o loiro pediu e alfa sorriu.

Sasuke tirou o cigarro — seu segundo naquela noite — dos  lábios, sentido ele queimar entre seus dedos.

— Não precisa me pedir pra tomar banho, a casa é sua também. — respondeu docemente, apesar de estar indignado com o modo de agir do ômega.

— É que eu tenho que pedir permissão… — Sasuke levou o cigarro até os lábios mais uma vez, tragando-o, enquanto observava o ômega atentamente.

Apesar de repudiar o modo como Naruto se comportava, o alfa sabia que o loiro não tinha culpa. Na sociedade, ômegas sempre eram tratados como inferiores, submissos e meros objetos de satisfação. Naruto, mesmo sendo seu esposo, não mudaria do dia pra noite, já que viveu enclausurado por anos, sendo educado de maneira obsoleta e tão arcaica quanto a existência do fogo.

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