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Já se passou um mês desde que cheguei aqui, sem sinal de qualquer outra pessoa. Não tenho coragem de passar por aqueles portões, mas parece ser a única saída. Toda semana aquele elevador me traz novos suprimentos, provavelmente as pessoas que me colocaram aqui são as mesmas que me mandam essas coisas.

— Acho que vou ter que passar por aqueles portões, não sei oque pode acontecer se eu ficar aqui por muito tempo – logo escuto o elevador subindo e vou até ele como toda semana.

Ao me aproximar escuto uma voz masculina gritando por ajuda, "alguém me tira daqui", hesito por um momento achando que o tempo sozinha me deixou maluca ao ponto de escutar coisas.

Quando finalmente abro o alçapão, vejo um homem de pele escura, que usava suas mão para proteger seus olhos da luz que entrava na caixa.

— Quem é você? - pergunto curiosa e impaciente, mas lembro que quando cheguei não lembrava nem do meu próprio nome – Você lembra seu nome? – pergunto um pouco mais calma.

— Eu não consigo lembrar, por que~ – interrompo o mesmo.

— Ok, já percebi que você tá igual a mim no primeiro dia, vem – jogo uma corda improvisada que fiz uns dias atrás para me ajudar a entrar e sair da caixa com mais facilidade.

Quando o moreno sai da caixa percebo que ele é mais alto do que parecia, estendo minha mão para ele apertar com um sorriso nervoso.

— Meu nome é Talia, é um prazer te conhecer, pelo menos agora não sou mais a única azarada nesse lugar – ele me olha confuso, mas aperta a minha mão e logo começa com as perguntas.

— Que lugar é esse? Como viemos parar aqui?... – levanto as sobrancelhas escutando as várias perguntas que eu mesma procurava as respostas.

— Eu não sei responder suas perguntas, há um mês acordei nesse lugar sem saber de nada. Você vai lembrar do seu nome em breve, acho que é a única coisa que eles deixam para nós – olho para o céu tentando ver quanto tempo falta para escurecer.

— Eles? Eles quem? – ele me pergunta parecendo estar com mais dúvidas do que estava no início.

— As pessoas que nos colocaram nesse lugar – entrego um sorriso sem jeito para o mesmo – pode me ajudar a tirar essas coisas do elevador?

— Tá falando dessa "caixa de metal"?

— "Caixa", "elevador", tanto faz, me ajuda?

O moreno me ajuda a tirar tudo da caixa, enquanto explico como estou organizando as coisas e dividindo a quantidade de suprimentos para não desperdiçar.

— O que tem depois daqueles muros? – ele olha na direção do portão aberto.

— Eu não sei e não sei se quero saber, toda noite escuto rangidos e já escutei um tipo de grito – sinto calafrios pelo meu corpo – parecia de um mostro – balanço a cabeça para espantar a lembrança.

— Alby – olho para ele confusa – Lembrarei do meu nome, é Alby – aceno com a cabeça para o mesmo.

— É um prazer te conhecer Alby – ele ri se sentando e pegando um pouco de água.

O som estridente dos portões se fechando chamado a atenção do mesmo que quase engasga com a água que estava tomando.

— Eles fecham toda noite, acho que é para nos proteger do que tem atrás desses muros – nós dois observamos o portão fechar – temos que ver onde você vai dormir.

— Eu durmo aqui mesmo, não tem problema – o mesmo deita embaixo da árvore que estava apoiado.

— Tudo bem - observo o pôr do sol por um momento – Alby – chamo e ele me olha – eu vou estar na floresta, qualquer coisa grita que eu venho correndo, temos que nos ajudar para sobreviver nesse lugar.

Voltei para a árvore que era para ser só por uma noite, mas acabou virando minha moradia. Agora tenho mais facilidade de subir, sem medo de cair. Me deito lembrando do bilhete que destruí.

— Acho que aquele pedaço de papel não estava tão errado – fecho os olhos e adormeço.

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Maze Runner - O Começo De TudoWhere stories live. Discover now