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Antes de começar o anoitecer, os garotos pegaram os postes e lanças, se posicionaram na frente do enorme portão, Minho estava trazendo o Ben, ele estava amarrado com as mãos em sua nuca, parecia um animal. Ao cortar a corda que o prendia, dava para escutá-lo choramingando, soltando grunhidos estranhos, clamando piedade. 

— Por favor, não fação isso – ele pedia enquanto não conseguíamos olhar em seus olhos.

 O encarregado dos corredores jogou a mochila do Ben o mais longe possível para dentro do labirinto. Os portões começaram a se fechar, um vento forte saiu assustando mais ainda o infectado.

— Postes! – Alby deu o sinal, iniciando a expulsão de Ben, os postes e lanças foram abaixados e apontados para ele, os garotos avançaram, o forçando a entrar no labirinto, enfim os portões se fecham. Todos ficam em silêncio pela perda de outro amigo – ele pertence ao labirinto agora – o moreno diz saindo logo em seguida, sendo acompanhado pelos outros Clareanos, menos eu e Thomas.

— Eu sei que essa cena pode ser horrível – ele percebe minha presença – eu já vi isso acontecer mais vezes do que você pode imaginar e sei que nunca vou me acostumar com isso.

[...]

Estava em um laboratório, eu parecia mais baixa, minhas mãos eram menores, não conseguia controlar meu corpo.

— Talia, consegue resolver esse teste? – era uma mulher loira, parecia bem mais velha do que eu.

— Claro que consigo, posso fazer até de olhos fechados – estranho escutando minha voz mais fina do que o normal, ao terminar olho para a mulher loira e pergunto – não vi meu irmão o dia todo, posso ver ele?

— Ele está fazendo os testes dele agora – ela me leva até um tipo de dormitório onde tem outras crianças e tranca a porta atrás de mim.

— Olho o que aprendi! – um garoto loiro vem correndo na minha direção e me entrega uma flor de papel.

[...]

Acordo com o coração acelerado sem entender o que acabou de acontecer, saio da minha tenda olhando para o céu que ainda estava estrelado, Gally estava sentado em um banco próximo, parecia pensativo.

— Não consegue dormir? – ele se assusta, mas logo abaixa a guarda quando vê que sou eu.

— Pelo visto não sou o único, pequena – me sento ao lado dele, que segurava algo pra falar – essa é nossa casa – ele olha para mim – talvez lá fora não seja um lugar bom.

— Precisamos sair desse lugar, perdemos muita gente tentando sair do labirinto, não podemos desistir agora – me sinto ignorada.

— Acho melhor irmos dormir – ele levanta, oferecendo sua mão como apoio para eu fazer o mesmo.

— Estou com preguiça de mais para levantar – faço corpo mole.

— Tudo bem, então – em um movimento rápido, ele me pega logo sendo colocada em seu ombro, dando-me um susto – aqui não temos lugar para preguiçosos – acabo soltando uma risada sem querer – faz isso de novo.

— Isso o quê? – sou colocada no chão novamente.

— Rir – não esperava essa resposta – fazia bastante tempo que não escutava essa risada, essa pura e verdadeira risada – fico um pouco sem graça, nunca tinha visto o Gally falar desse jeito, não estou acostumada.

— Eu vou tentar dormir, deveria fazer o mesmo – quando vejo sua confirmação, volto para minha tenda.

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Maze Runner - O Começo De TudoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora