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Uma semana depois da morte do George a Clareira parece mais silenciosa, decidi que era melhor enterrá-lo na floresta onde ficam as flores. Começamos com a tradição de colocar nossos nomes em um dos muros para ter certeza que não vamos esquecer de quem somos, doeu meu coração riscar o nome do George. Minho se tornou o novo encarregado dos corredores, por ordem do Alby, parece que é ele que faz as regras agora. Todas as noites continuou aparecendo uma flor nova na minha tenda, talvez seja o Alby tentando se desculpar.

Eu estava cuidando da plantação recém semeada, quando percebo alguém se aproximando.

— Talia! – o loiro que chegou na semana passada me chama – Alby pediu para ver como você está.

— Ele tem pernas e uma boca, poderia ter vindo ele mesmo me perguntar – falo sem olhar para o garoto.

— Agora entendi porque os outros garotos estavam com um pouco de medo de vir aqui – ele fala com ironia cruzando os braços.

— Nossa, que engraçado – falo já meio irritada com a plantação – vem aqui e me ajuda – o mesmo hesita por um segundo – eu não vou te morder, só quero que você segure algumas ferramentas.

Ele me ajuda a cuidar das mudas e depois de uma hora já tínhamos acabado.

— Agora, sim, não está ruim – pego as ferramentas que estavam com ele - qual seu nome mesmo?

— Newt! – Gally chama o loiro que se despede com um sorriso maroto no rosto.

[...]

Fico deitada em baixo da grande árvore olhando as estrelas, Minho se aproxima e senta do meu lado.

— Desculpa – sua voz parecia triste – nós não sabíamos o que era. Alby pediu para não contar para ninguém, incluindo você.

— Isso não é culpa sua, não é culpa de ninguém – falo fazendo o mesmo ficar confuso – aquele não era mais o George. O George que conheci nunca me machucaria.

— Acho que foi aquilo na barriga dele, deve ter causado alucinações e~

— Pode até ser, mas não eram só alucinações, ele se transformou em algo que não era mais humano – ficamos em silêncio por alguns minutos – vá comer com os outros, eu vou ficar aqui mais um pouco.

Minho me obedece e vai atrás dos outros, enquanto eu finalmente crio coragem para ir no campo de flores onde enterraram o George. Fico surpresa ao ver Alby sentado na frente do túmulo do nosso amigo.

— Você não deveria estar com os outros? – o moreno pergunta quando finalmente percebeu minha presença.

— Acho que não sou a única que deveria estar lá – me sento ao seu lado,
o silêncio era reconfortante, ficamos um bom tempo sem falar nada, até começar a ficar frio.

— Vamos – ele se levanta, me ajudando a fazer o mesmo, caminhando devagar até a fogueira nos despedindo.

— Eu vou ficar aqui mais um pouco – ele vai para tenda dele e quando me viro esbarro em alguém.

— Tá tudo bem? Se machucou? – era o Gally – você deixou todo mundo preocupado esses dias, não tá comendo direito, ficou fazendo suas tarefas afastada de todos.

— Eu tô bem, por que se preocupa tanto?

— Não é que eu me preocupe, é que os outros garotos estão distraídos pensando em como você tá – parece uma desculpa esfarrapada.

— Eu só queria que não tivessem mentido para mim – ele concorda com a cabeça.

— Às vezes algumas mentiras são para nos proteger – Gally bagunça meu cabelo – Alby e os outros só querem te proteger, mas você é forte, sei que consegue se virar sozinha – sussurro um "obrigada" e ele vai para o acampamento descansar.

Fico observando a fogueira até ela apagar, então vou para a minha tenda e quando vejo a nova flor na minha cama a pego e fico admirando a mesma até dormir.

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Maze Runner - O Começo De TudoWhere stories live. Discover now